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Valor Econômico
25/08/2015 06h44 | Atualizada em 01/09/2015 13h04
Empresas que atendem o setor de construção enfrentam um cenário difícil sem os pedidos feitos no ano passado pelo governo no âmbito do programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que previa a cessão de máquinas para a recuperação de estradas vicinais para municípios com até 50 mil habitantes.
Para os que iniciaram 2015 mais otimistas, os números devem encerrar abaixo do esperado. Para os conservadores, os resultados devem ficar dentro de cálculos que já consideravam um ambiente mais desafiador.
A falta de projetos do governo e reticência do setor privado em investir, têm aumentado os estoques e resultado em sucessivos ajustes de produção. A estimativa da Abimaq é de uma queda de 13% no faturamento em 2015, o terce
...Empresas que atendem o setor de construção enfrentam um cenário difícil sem os pedidos feitos no ano passado pelo governo no âmbito do programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que previa a cessão de máquinas para a recuperação de estradas vicinais para municípios com até 50 mil habitantes.
Para os que iniciaram 2015 mais otimistas, os números devem encerrar abaixo do esperado. Para os conservadores, os resultados devem ficar dentro de cálculos que já consideravam um ambiente mais desafiador.
A falta de projetos do governo e reticência do setor privado em investir, têm aumentado os estoques e resultado em sucessivos ajustes de produção. A estimativa da Abimaq é de uma queda de 13% no faturamento em 2015, o terceiro ano consecutivo de retração.
A indústria de máquinas, em geral, vem sofrendo desde 2013 com uma redução no nível de investimentos. Algumas empresas do setor de construção, no entanto, conseguiram adiar esse efeito por conta de pedidos do governo.
A Caterpillar e a CNH Industrial, por exemplo, figuravam em 2014, como o quinto e maior favorecido pelos gastos diretos do governo federal.
A maior parte dos montantes recebidos, de R$826 milhões da Caterpillar e R$820,9 milhões da CNH Industrial, dizem respeito ao programa do MDA.
A BMC-Hyundai, por sua vez, contou com R$195,3 milhões gastos diretos do MDA.
De Acordo com Felipe Cavalieri, presidente da BMC, o estoque de obras está se esgotando. "Estamos terminando de executar as principais e as poucas que estão rodando, logo mais acabam", diz. Ainda assim, a empresa espera manter a receita no mesmo patamar visto em 2014.
Excluindo o efeito dos pedidos do MDA, haveria aumento de 5%, afirma Cavalieri. Para o mercado em que atua, de máquinas para construção, a empresa trabalha com uma estimativa de queda de 35% a 40%, considerando o efeito das compras do governo. Sem esse efeito, a queda seria de 10%.
A expectativa do vice-presidente da Case Construction para a América Latina, Roque Reis, é a mais conservadora. Segundo o executivo, quando o ano começou, a empresa não imaginava que seria tão devagar. "Projetávamos algo muito similar ao ano passado, tirando o efeito do MDA", disse falando sobre o mercado da Linha Amarela.
O executivo estima que o mercado deva cair pela metade neste ano, uma redução que poderia ficar em 32%, retirando-se o programa do ministério da conta. "Imaginava-se uma recuperação no segundo semestre, mas, não estamos vendo isso."
28 de julho 2020
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