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Setor terá retomada lenta após quatro anos de baixa

Mesmo com os leilões de infraestrutura previstos este ano, como o de quatro aeroportos, os empresários não esperam que os projetos gerem demanda antes de 2018

Valor Econômico

15/02/2017 00h00 | Atualizada em 22/02/2017 22h08

A falta de investimentos em infraestrutura por parte do poder público reduziu o volume de máquinas movimentado nesse mercado. Em 2013, quando o setor como um todo já dava sinais de enfraquecimento, o segmento de máquinas para construção viveu seu auge, com a venda de cerca de 30 mil unidades.

Ano passado, a expectativa da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, falava em 8,7 mil unidades. A projeção para 2017 é de 9,2 mil unidades – uma melhora, mas longe do que o setor já viu.

Mesmo com os leilões de infraestrutura previstos para este ano, incluindo quatro aeroportos, os empresários não esperam que os projetos gerem demanda antes de 2018. "A primeira onda é retomar o parque", diz José

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A falta de investimentos em infraestrutura por parte do poder público reduziu o volume de máquinas movimentado nesse mercado. Em 2013, quando o setor como um todo já dava sinais de enfraquecimento, o segmento de máquinas para construção viveu seu auge, com a venda de cerca de 30 mil unidades.

Ano passado, a expectativa da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, falava em 8,7 mil unidades. A projeção para 2017 é de 9,2 mil unidades – uma melhora, mas longe do que o setor já viu.

Mesmo com os leilões de infraestrutura previstos para este ano, incluindo quatro aeroportos, os empresários não esperam que os projetos gerem demanda antes de 2018. "A primeira onda é retomar o parque", diz José Luis Gonçalves, presidente da JCB. O movimento natural é primeiro colocar as máquinas ociosas de volta à ativa.

Há uma capacidade ociosa no setor produtivo que precisa ser ocupada antes que a retomada dos investimentos gere novos pedidos de máquinas. O setor de máquinas para óleo e gás vive situação específica. Com uma cadeia construída principalmente para atender a Petrobras, a paralisação de obras e a redução de investimentos da estatal gerou uma crise sem precedentes.

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) estima que os fabricantes tenham mais de R$ 500 milhões a receber de contratadas da estatal por máquinas já entregues ou produzidas e estocadas nas fábricas. Adicionasse a isso a insegurança em relação às regras de conteúdo local a serem aplicadas nos próximos leilões de exploração.

Há, no entanto, fabricantes de nicho que conseguem manter o desempenho. Um exemplo é a WEG, que, antes da crise, se consolidou no mercado externo e atende uma das poucas áreas que manteve investimentos: energia elétrica. Exportações e vendas a partir de unidades produtivas no exterior associada à receita obtida na área de energia foram responsáveis pela capacidade da WEG de entregar resultados robustos.

No fim de 2015, fabricantes como Romi, Caterpillar e JCB vivenciaram um ganho de competitividade devido à desvalorização do real. Na época, a expectativa era de que o dólar em torno de R$ 4, as exportações poderiam ser a rota de fuga da crise brasileira.

Isso, no entanto, não se concretizou. Em 2016, as exportações medidas pela Abimaq caíram 2,9%. A queda na receita total foi de 24,3% e apenas no mercado interno o tombo foi de 33,9%. Para este ano, a previsão é de um real mais valorizado, reduzindo o potencial ganho de competitividade. Ainda assim, espera-se mais notícias positivas do exterior do que do mercado brasileiro.

 

 

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