Globo Rural
06/01/2025 11h29
Os anos de 2024 e de 2023 foram de perdas para as empresas de máquinas – reflexo da queda dos preços das commodities agrícolas e das taxas de juros elevadas – depois do auge de 2022.
Naquele ano de euforia, as commodities nas alturas fizeram o faturamento com as vendas de máquinas alcançar o recorde de R$ 95 bilhões.
Ainda que os juros possam ser novo entrave, por ora, a indústria de máquinas avalia que 2025 será um ano de “normalização” das vendas, com a volta do faturamento ao patamar dos R$ 60 bilhões.
Neste ano, deve fechar em R$ 56 bilhões, segundo a Câmara Setorial de Máquin
...Os anos de 2024 e de 2023 foram de perdas para as empresas de máquinas – reflexo da queda dos preços das commodities agrícolas e das taxas de juros elevadas – depois do auge de 2022.
Naquele ano de euforia, as commodities nas alturas fizeram o faturamento com as vendas de máquinas alcançar o recorde de R$ 95 bilhões.
Ainda que os juros possam ser novo entrave, por ora, a indústria de máquinas avalia que 2025 será um ano de “normalização” das vendas, com a volta do faturamento ao patamar dos R$ 60 bilhões.
Neste ano, deve fechar em R$ 56 bilhões, segundo a Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Associação Brasileia da Indústria de Máquinas (Abimaq).
Em 2023, a receita havia alcançado R$ 74 bilhões. A indústria pondera que, além do cenário desfavorável, a retração foi grande nos dois últimos anos porque a base de comparação era alta.
EUA – Afora o comportamento dos juros, a “normalização” em 2025 vai depender também de outros fatores, como os primeiros movimentos do futuro presidente dos EUA, Donald Trump. Na campanha eleitoral, ele prometeu taxar as importações, sobretudo da China, o que pode afetar fluxos comerciais, elevando os preços das commodities.
Analistas já fazem cálculos caso esse cenário se confirme. Segundo o consultor Carlos Cogo, os preços da soja e milho podem subir na bolsa de Chicago e aumentar a rentabilidade do produtor, e, por consequência, o apetite para investir.
Se isso se concretizar, as vendas de tratores devem crescer entre 4,5% e 9% no Brasil. Sem o “efeito Trump”, entre 2% e 4%.
As vendas de colheitadeiras podem crescer ainda mais, entre 10% e 20%, porque a base de comparação é ruim e pela expectativa de uma nova safra recorde em 2024/25.
“Depois da colheita de soja, é provável que também tenhamos uma safra enorme de milho, e os produtores precisarão de colheitadeiras mais potentes”, diz Cogo.
Entre janeiro e outubro, as vendas de tratores e colheitadeiras totalizaram 60.125 unidades (queda de 26,9%), sendo 53.245 para o mercado interno (-26,4%).
“Neste ano houve uma seca muito severa que diminuiu a rentabilidade do produtor desses dois principais produtos [milho e soja] do agronegócio nacional. Estamos contando que a próxima safra, colhida a partir de fevereiro, apresente uma produtividade e uma rentabilidade melhor para o produtor, que deve voltar às compras de equipamentos”, diz Pedro Estevão, presidente da Câmara da Abimaq.
Segundo ele, equipamentos para soja e milho representam entre 60% e 70% do faturamento do setor e, por isso, apesar dos preços recordes do café e cacau, por exemplo, o resultado de 2024 não foi bom.
Ainda que acredite em normalização, Estevão reconhece que “os juros podem atrapalhar os planos para 2025”. “Como acabaram os recursos do Moderfrota e do Pronaf [do Plano Safra], temos que lidar com taxas de 16% ao ano, que são muito proibitivas”, acrescenta.
06 de janeiro 2025
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