Revista Carga Pesada
26/09/2022 16h51
A Scania apresentou na semana passada, durante o IAA Transportation 2022, dois novos motores a gás de alta potência destinados ao transporte de longa distância.
O maior evento de veículos comerciais do mundo aconteceu entre os dias 2º e 25 de setembro em Hanover, na Alemanha, com destaque para as novas tecnologias que buscam reduzir as emissões de carbono.
São propulsores de 13 litros com 420 e 460 cavalos, que funcionam com Gás Natural Veicular (GNV) ou Gás Metano. As novidades estarão no mercado europeu no começo do ano que vem. E, na sequência, devem chegar ao Brasil. Os caminhões a gás são a principal aposta da mar
...A Scania apresentou na semana passada, durante o IAA Transportation 2022, dois novos motores a gás de alta potência destinados ao transporte de longa distância.
O maior evento de veículos comerciais do mundo aconteceu entre os dias 2º e 25 de setembro em Hanover, na Alemanha, com destaque para as novas tecnologias que buscam reduzir as emissões de carbono.
São propulsores de 13 litros com 420 e 460 cavalos, que funcionam com Gás Natural Veicular (GNV) ou Gás Metano. As novidades estarão no mercado europeu no começo do ano que vem. E, na sequência, devem chegar ao Brasil. Os caminhões a gás são a principal aposta da marca sueca no país.
Segundo o diretor-geral das Operações Comerciais da Scania, Silvio Munhoz, a atual edição do IAA está focada nos motores elétricos, que já são realidade na Europa, onde há subsídios governamentais para frotistas adotarem essa alternativa energética.
“Mas a realidade para a eletrificação no Brasil ainda demora um pouco”, disse.
Além do valor de até quatro vezes mais que seu similar a diesel, outra das dificuldades para a adoção de caminhões elétricos no Brasil é que esses veículos são mais pesados e reduzem a carga líquida transportada.
“Um cavalo elétrico 4×2, configuração comum na Europa, tem 3,7 mil quilos de bateria”, explica. “Quando você vai para um 6×2, configuração mais comum no Brasil, o peso do veículo é bem maior e consequentemente o volume de carga se torna ainda menor. Fica inviável para a realidade dos fretes no Brasil.”
Munhoz estima que as baterias para um 6×2 pesariam 5 mil quilos. O desafio das marcas, de acordo com ele, é desenvolver soluções e baterias que diminuam a “carga morta”.
Para tornar viáveis os caminhões elétricos, os governos europeus vêm apresentando subsídios generosos aos frotistas. “Na Espanha, o governo dá algo entre 6 e 8 mil euros de subsídio para cada aquisição de veículo elétrico. Na Alemanha, chega a 10, 12 mil euros. Isso fora redução brutal de pedágio que eles têm e a redução de serviço de registro (lacração), além dos planos de financiamento com taxas menores.”
Mesmo assim, o volume de elétricos no continente é “muito discreto” na comparação com os veículos a diesel. O diretor estima que o gás represente entre 8% e 10% dos caminhões e ônibus vendidos na Europa enquanto a eletricidade entre 2% e 3%.
As principais montadoras, incluindo a Scania, firmaram acordo para instalar 1.700 pontos de abastecimento e recargas rápidas na Europa em 5 anos. E a infraestrutura de cabeamento e de torres de distribuição para esses pontos já foi disponibilizada pelos países, algo que o Brasil ainda tem de fazer.
No total, a Scania exibiu 14 veículos no IAA. Na seção de eletrificação, a empresa está exibindo quatro veículos elétricos a bateria (BEV), um ônibus e dois caminhões para transporte urbano.
Gás – Na busca pela redução das emissões de carbono, Munhoz ressalta que a presença de veículos a gás na Europa é bem maior e a tecnologia já vem sendo desenvolvida há cerca de 10 anos. Não faltam postos com bombas de alta pressão que agilizam o abastecimento.
As combinações de cavalo mecânico e carreta para uso em longa distância, com carga de 40 toneladas, agora podem ter alcances de até 1.400 km com biometano liquefeito em seus tanques.
O Brasil, conforme explica o diretor, tem cerca de 1.500 postos de abastecimento por gás ao longo da costa, mas 99% deles são para automóveis. “Dá para abastecer caminhões na grande maioria, mas ainda demora muito porque o compressor da bomba é para encher um tanque com 10 metros cúbicos de gás”, alega. Os tanques de caminhão levam cerca de 220 metros cúbicos.
A Scania, de acordo com Munhoz, vem trabalhando junto com a Comgás com o objetivo de expandir a rede. Recentemente, a companhia, que é controlada pela Cosan, montou um posto de abastecimento de caminhões na Rede Graal, na Via Dutra.
Ele conta que a Cosan se associou ao Grupo Mitsui para formar a Commit, empresa que vem participando de leilões e adquirindo distribuidores de gás em todo o País. O empreendimento deve ajudar a acelerar a expansão do fornecimento de gás.
25 de novembro 2024
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