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Roubo de máquinas de construção cresce nos EUA

Casos estão aumentando no país, que em breve deve superar a média nacional de 10 a 11 mil roubos por ano

International Construction

25/10/2023 09h14 | Atualizada em 30/10/2023 12h04

Os roubos de máquinas de construção estão aumentando nos EUA, devendo em breve superar a média nacional anual.

É o que apontam as estimativas do National Equipment Register (NER), organismo que rastreia os roubos de equipamentos em todo o país.

"Os roubos estão aumentando nos últimos dois anos”, admite Ryan Shepherd, diretor geral de análise criminal e cadeia de suprimentos da Verisk, que administra o NER.

“Neste ano, já temos cerca de 6 mil roubos relatados diretamente a nós por meio de clientes, seguradoras e agentes da polícia”, aponta.

"Também temos acesso às esta

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Os roubos de máquinas de construção estão aumentando nos EUA, devendo em breve superar a média nacional anual.

É o que apontam as estimativas do National Equipment Register (NER), organismo que rastreia os roubos de equipamentos em todo o país.

"Os roubos estão aumentando nos últimos dois anos”, admite Ryan Shepherd, diretor geral de análise criminal e cadeia de suprimentos da Verisk, que administra o NER.

“Neste ano, já temos cerca de 6 mil roubos relatados diretamente a nós por meio de clientes, seguradoras e agentes da polícia”, aponta.

"Também temos acesso às estatísticas nacionais desses crimes, que geralmente ultrapassam a média de 10 a 11 mil roubos por ano”, afirma.

“E estamos em um bom ritmo para ultrapassar esse número", constata.

Com valor médio de perda oscilando entre 35 e 45 mil dólares por máquina, Shepherd estima o valor total anual dos extravios em meio bilhão de dólares, considerando atrasos, tempo de inatividade e custos de reposição das máquinas.

Embora esses números também incluam equipamentos agrícolas, Shepherd diz que a maioria das máquinas roubadas nos EUA – algo em torno de 80% – inclui máquinas de construção.

O salto no crime organizado no país pode estar relacionado a uma aplicação mais escassa da lei, o que, por sua vez, está facilitando a vida dos criminosos que roubam bens em canteiros de obras e concessionárias.

"Acreditamos que o aumento dos roubos de máquinas está ligado a um aumento significativo em outros crimes contra a propriedade nos EUA", diz Shepherd.

"Há problemas sérios com as redes de roubos e isso limita os recursos para que as autoridades policiais se concentrem em outros tipos de crimes”, diz ele.

Ironicamente, os equipamentos de construção roubados podem acabar envolvidos em outras formas de crimes contra a propriedade, principalmente o uso de escavadeiras extraviadas para assaltar caixas eletrônicos.

Alvos – De acordo com o NER, os cinco tipos de maquinário mais roubados na construção norte-americana são minicarregadeiras, retroescavadeiras, escavadeiras, miniescavadeiras e dôzers.

A lista reflete não apenas a popularidade de determinados tipos de máquinas na América do Norte, sendo que a minicarregadeira é onipresente na região, mas também a mobilidade.

"É a mobilidade e a facilidade de roubo [que determinam porque certos tipos de máquinas são mais atraentes para os ladrões]”, explica.

Segundo o diretor, os ladrões estão procurando ativos que possam ser roubados muito rapidamente e que tenham alto valor.

“Um guindaste de torre vale muito mais que uma minicarregadeira, mas como roubá-lo e movê-lo no meio da noite?", indaga.

Há ainda outro fator de atração, ele acrescenta, citando o fato de que máquinas usadas menores podem ser negociadas no Craigslist ou no Facebook Marketplace, sem atrair muita atenção das autoridades.

"Quando se pensa nos tipos de implementos e acessórios que podem ser usados em uma minicarregadeira, percebe-se que isso transforma essa máquina em 90 ou 100 tipos diferentes de solução”, delineia Shepherd.

“Portanto, essa versatilidade proporcionada ao usuário final torna a venda muito mais fácil e rápida", acrescenta.

Sofisticação – Os tipos de criminosos por trás dos roubos de máquinas de construção são variados, sendo que os ladrões podem usar métodos sofisticados no extremo mais profissional do espectro.

Shepherd observa que, em alguns casos, os grupos do crime organizado têm uma "lista de compras" das máquinas que desejam roubar, chegando a preencher a documentação necessária para tirá-las do país antes mesmo de serem roubadas.

"Equipes mais sofisticadas exploram a área antes de roubar, subtraindo as máquinas rapidamente antes que alguém desconfie”, afirma o especialista, destacando que são usados bloqueadores de GPS e telemática para bloquear sinais ou dispositivos de segurança.

“Muitas vezes, os ladrões enviam a documentação de exportação com os detalhes da máquina para a alfândega, que faz uma verificação aleatória de equipamentos roubados em bancos de dados, mas não encontra correspondência porque o equipamento ainda não foi roubado”, detalha.

As máquinas roubadas em locais próximos às áreas costeiras têm maior probabilidade de serem colocadas em contêineres e enviadas para o exterior, enquanto as máquinas roubadas mais ao sul podem atravessar a fronteira em direção às Américas Central e do Sul.

Em outros casos, o bem permanece no próprio país. "Minha história favorita é um caso no qual um homem roubou a máquina do vizinho", conta o diretor.

"Ele foi a uma concessionária de um fabricante diferente e conseguiu decalques, mudou a marca e repintou a máquina. Depois, usou na casa ao lado, chegando a emprestar a máquina ao vizinho algumas vezes", relata.

Recuperação – De acordo com ele, as taxas de recuperação ainda são baixas, mas começam a melhorar. Atualmente, giram em torno de 21% a 22%, sendo que há 15 anos eram de apenas 5%.

"O setor percorreu um longo caminho desde então, e sentimos que fazemos parte disso", diz Shepherd.

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