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DCI
02/05/2017 09h15 | Atualizada em 10/05/2017 12h56
A recessão que castigou a economia nos últimos dois anos pegou em cheio o segmento da construção civil, que não apenas demitiu mais de 1 milhão de trabalhadores nos últimos 27 meses como encolheu quase 5,5% desde 2014.
Esse cenário provocou aumento do volume de leilões de bens de capital mecânico, principalmente os voltados ao setor de construção, e derrubou os preços desses ativos.
O que antes podia se entender como "renovação de frota" tornou-se uma "necessidade de fluxo de caixa" para empresas em situação financeira delicada.
Embora não existam levantamentos precisos sobre esse salto, até porque as empresas de leilões contabilizam esse movim
...A recessão que castigou a economia nos últimos dois anos pegou em cheio o segmento da construção civil, que não apenas demitiu mais de 1 milhão de trabalhadores nos últimos 27 meses como encolheu quase 5,5% desde 2014.
Esse cenário provocou aumento do volume de leilões de bens de capital mecânico, principalmente os voltados ao setor de construção, e derrubou os preços desses ativos.
O que antes podia se entender como "renovação de frota" tornou-se uma "necessidade de fluxo de caixa" para empresas em situação financeira delicada.
Embora não existam levantamentos precisos sobre esse salto, até porque as empresas de leilões contabilizam esse movimento de forma individual, alguns indicadores mostram crescimento entre 30% e 60% no número de leilões nos últimos dois anos. Vale ressaltar que grande parte dessas transações tem custo operacional reduzido.
"No ano passado, tivemos crescimento de 29% em leilões realizados, se comparado ao mesmo período do ano anterior", explica Regiane Stoffelshaus, diretora de marketing da Sold Leilões Online. "Ante 2014, o avanço foi ainda mais agressivo, chegando a 61%."
Segundo ela, muitas empresas foram obrigadas a encerrar suas atividades e outras diminuíram postos de trabalho, o que fez crescer a oferta de máquinas e equipamentos industriais. E essa situação, segundo a executiva, deve ser mantida ao longo do ano.
Essa expansão na oferta de máquinas e equipamentos, entretanto, veio acompanhada de outro fenômeno: queda, também expressiva, no valor dos bens arrematados.
"O que importa mais em um momento como este de recessão não é o que se vende em si, mas se tem mesmo alguém interessado em comprar", pondera Pérsio Neto, gerente comercial da empresa de leilões Deseulance.
Segundo ele, o momento está bom para quem quer, por exemplo, renovar seus ativos, mas ruim para quem possui máquinas e equipamentos ociosos e quer se livrar deles. "Com maior oferta, o preço médio das máquinas e equipamentos caiu pela metade", diz.
"Melhor vender um ativo que não produz do que tê-lo parado por um ano ou mais", avalia Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração.
"Trata-se de um mal necessário, tanto pelo lado de renovação de frota, que faz parte do processo, como pela necessidade de fluxo de caixa. Não tem como ficar com uma máquina por um ano ou mais parada", insiste Daniel.
O reflexo dessa oferta de usados no mercado de leilões foi tão brutal que fez despencar EM 45,1% o comércio dos novos em 2016, quando foram vendidAs apenas 14,4 mil unidades, ante 26,2 mil em 2015.
28 de julho 2020
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