Tendências
G1
06/12/2017 09h03 | Atualizada em 13/12/2017 12h13
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na terceira alta seguida na comparação com os três meses anteriores.
Os dados foram divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,6 trilhão.
Os economistas previam uma variação do PIB maior no terceiro trimestre. No entanto, eles ressalvam que a variação de 0,1% no período foi compensada por uma revisão no resultado do PIB acima das expectativas.
“O 0,1% espantou um pouco, mas é preciso ter cuidado nessa análise, porque o IBGE revisa bem as contas no terceiro trimestre e isso mudou bem a dinâmica trimestral”, afirma Alessandra Ribeiro, economis
...O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na terceira alta seguida na comparação com os três meses anteriores.
Os dados foram divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,6 trilhão.
Os economistas previam uma variação do PIB maior no terceiro trimestre. No entanto, eles ressalvam que a variação de 0,1% no período foi compensada por uma revisão no resultado do PIB acima das expectativas.
“O 0,1% espantou um pouco, mas é preciso ter cuidado nessa análise, porque o IBGE revisa bem as contas no terceiro trimestre e isso mudou bem a dinâmica trimestral”, afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências, que projetava uma alta de 0,4%.
Por rotina, o IBGE revisou o PIB do primeiro e segundo trimestres. Em vez do crescimento de 0,2% no período de abril a junho, o avanço foi de 0,7%. Já no primeiro, o crescimento foi de 1,3%, ao contrário do 1% anteriormente divulgado.
Resultado por setores
Entre os setores da economia, indústria e serviços avançaram, enquanto a agricultura registrou retração no terceiro trimestre. A indústria cresceu 0,8%, influenciada pelas indústrias de transformação (1,4%) e extrativa (0,2%).
Já o setor de serviços avançou 0,6%, diante do resultado positivo do comércio (1,6%). Na contramão, a agropecuária recuou 3%, após uma queda de 2,3% no trimestre anterior e de uma forte alta de 12,9% de janeiro a março.
“A agropecuária foi a grande responsável pelo PIB não ter crescido mais. Caiu porque a gente não tem mais safra da soja e entrou a safra da cana, que está com estimativa de queda. Pelo serviço e pela indústria, a gente teria crescido bem mais”, comenta Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Segundo ela, ignorando a agropecuária, o crescimento do terceiro trimestre teria ficado entre 0,6% e 0,8%.
O desempenho do setor externo também contribuiu com o PIB do terceiro trimestre, ainda que tenha peso menor do que os outros indicadores. As exportações cresceram 4,1%, depois do avanço de 1,2% no segundo trimestre, e as importações subiram 6,6%, após queda de 3,4%.
Um dos grandes destaques do PIB do terceiro trimestre foi a retomada do crescimento dos investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), taxa que apura o que se investe em máquinas, bens duráveis e construção civil.
O investimento avançou 1,6% na comparação com o trimestre anterior, na primeira alta desde o terceiro trimestre de 2013.
Com a alta, a taxa de investimentos medida em percentual do PIB (Produto Interno Bruto) subiu para 16,1% no 3º trimestre.
Com a volta dos investimentos, reforçam as apostas dos economistas de que a recuperação da economia brasileira tende a ganhar um pouco mais de tração daqui para frente.
De acordo com Rebeca, o avanço dos investimentos se deve à produção e a importação de bens e serviços, já que a construção ficou estável em relação ao trimestre anterior.
“A gente vai ver que a exportação da agropecuária foi altíssima neste terceiro trimestre. A maior parte da produção de soja e de milho estava sendo acumulada e começou a ser escoada neste trimestre.”
28 de julho 2020
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