Recém-divulgado, o novo Relatório Econômico Anual do CECE (Committee for European Construction Equipment) avalia que o setor europeu de equipamentos de construção passa por um momento de “incertezas e um sentimento empresarial bastante negativo” na Europa.

Em 2023, o setor viveu um ano de transição, marcado por desafios significativos em meio a uma grave recessão na indústria da construção civil e aumento das crises geopolíticas.

Contudo, apesar de enfrentar ventos contrários, a indústria demonstrou resiliência com vendas relativamente estáveis no mercado europeu, embora com diferenças notáveis entre subsegmentos e regiões.

No ano passado, as vendas totais de equipamentos de construção diminuíram 10% na Europa, após um período de níveis elevados.

O declínio foi atribuído principalmente à queda em máquinas rodoviárias, em particular para equipamentos de compactação leve, que registraram recuo de 21% nas vendas.

Os equipamentos de terraplenagem e para concreto mantiveram desempenhos estáveis, com crescimento de 1% das vendas.

Com crescimento de 16%, o segmento de guindastes de torre obteve o melhor desempenho na Europa em 2023.

No entanto, isso se deve exclusivamente ao efeito pontual na Turquia, onde os esforços de reconstrução após o terremoto impulsionaram significativamente as vendas dessa família de máquinas, comenta o CECE.

"Excluída a Turquia, as vendas de gruas na Europa registraram retração de 27% no ano passado", destaca o relatório.

Fora da Europa, o crescimento nos principais mercados de exportação, como América do Norte e Oriente Médio, ajudou a melhorar o desempenho comercial dos fabricantes europeus, apesar das difíceis condições de mercado que marcaram o ano.

Futuro – Olhando para o futuro, as perspectivas para 2024 permanecem incertas, com um "otimismo cauteloso" temperado por desafios contínuos.

Espera-se que o mercado europeu enfrente novos declínios, particularmente nos segmentos de equipamentos para edificações, em meio às incertezas econômicas e crises geopolíticas.

No entanto, as oportunidades globais nos mercados de exportação podem proporcionar algum alívio para os fabricantes europeus de equipamentos, com a América do Norte mantendo-se como foco principal dessa indústria.

"Face aos desafios econômicos globais, sigo cautelosamente otimista quanto à possibilidade de uma aterrissagem suave para a economia em 2024-2025”, diz o presidente do CECE, José Antonio Nieto.

Segundo ele, ao concentrar-se no estímulo ao investimento e na promoção da inovação, a Europa pode superar os desafios e abrir caminho para o crescimento sustentável.

“Embora a zona do euro tenha sofrido reveses, incluindo o impacto da guerra na Ucrânia e as pressões inflacionárias, acredito que a tomada de decisões prudentes e os esforços concentrados possam atenuar os riscos”, comenta.

O relatório do CECE pode ser consultado na íntegra neste link.