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Obras para Copa de 2014 devem ficar mais caras

Folha de S.Paulo

11/05/2011 09h35 | Atualizada em 11/05/2011 13h13

Começam a se avolumar indícios de que o atraso e a improvisação nas obras para a Copa de 2014 podem levar a descalabro similar ao dos Jogos Pan-Americanos de 2007, cujo custo final multiplicou por oito o primeiro valor orçado. Quando o Brasil foi escolhido sede da Copa, quase quatro anos atrás, comprometeu-se a adaptar a infraestrutura em 12 cidades-sede, com ampliação de aeroportos, novas redes de transporte urbano e estádios à altura do megaevento.

O custo total foi calculado, em 2009, em R$ 23 bilhões. Não há estimativa oficial atualizada, mas sobram indicações de que esse valor será ultrapassado - e muito. O preço já licitado da reforma de três estádios - Maracanã

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Começam a se avolumar indícios de que o atraso e a improvisação nas obras para a Copa de 2014 podem levar a descalabro similar ao dos Jogos Pan-Americanos de 2007, cujo custo final multiplicou por oito o primeiro valor orçado. Quando o Brasil foi escolhido sede da Copa, quase quatro anos atrás, comprometeu-se a adaptar a infraestrutura em 12 cidades-sede, com ampliação de aeroportos, novas redes de transporte urbano e estádios à altura do megaevento.

O custo total foi calculado, em 2009, em R$ 23 bilhões. Não há estimativa oficial atualizada, mas sobram indicações de que esse valor será ultrapassado - e muito. O preço já licitado da reforma de três estádios - Maracanã (Rio), Mineirão (Belo Horizonte) e Mané Garrincha (Brasília)- ficou, em média, 17% mais alto que a previsão inicial. No caso da arena carioca, já se projeta que chegará a R$ 1 bilhão, contra R$ 600 milhões estimados dois anos atrás.

A maioria das 12 cidades não iniciou obras viárias, sendo que as exceções ficam por conta do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Cuiabá. Também estão atrasadas as ampliações de 13 aeroportos. Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao governo federal) apontou que nove deles não deverão estar prontos para a competição.

Quanto mais demoram as licitações, maior é a chance de aumento do custo e de queda na qualidade dos projetos. A pressa é amiga das empreiteiras e há que se levar em consideração que, com o aumento da inflação, elas já pressionam por reajustes. Para agilizar os trabalhos, o governo quer incluir todas as obras da Copa na medida provisória nº 521, em tramitação no Congresso. A medida dribla a Lei de Licitações para permitir a contratação pelo sistema "turn key" (empreitada), cujas construtoras apresentam preço para o valor total da obra, em vez de cifras para cada um dos itens do projeto, se responsabilizando por eventuais imprevistos.

Esse sistema pode apressar a execução, mas tende a atrair menos concorrentes à licitação e, por isso, a encarecê-la. O empreiteiro ganha um incentivo para acelerar a obra, mas pode também tentar aumentar o ganho abatendo custos onde não deveria. Soma-se a isso o fato de que, ao contrário do que apregoava o comitê organizador brasileiro, não haverá participação significativa da iniciativa privada nos investimentos. As obras municipais serão financiadas pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal. O restante ficará com o Tesouro. Pelo andar da cartolagem, talvez já seja hora de questionar se algum saldo positivo é de fato possível.

 

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