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Obras atrasadas acarretam em custos

A Firjan pesquisou a situação das obras de geração em andamento, de todas as fontes de energia e constatou que 272 estão atrasadas, com atraso médio de 4,1 anos

O Estado de São Paulo

25/02/2015 08h58 | Atualizada em 04/03/2015 22h41

O atraso nas obras de usinas de geração de energia elétrica já custou R$ 65 bilhões ao país, fez crescer o risco de apagões e tornou crítico o quadro de abastecimento.

O estudo da Federação das Indústrias do Rio Janeiro (Firjan) sobre o custo do atraso na execução dos projetos na área de energia elétrica acrescenta cifras ao conjunto de problemas que já vinham sendo apontados por especialistas do setor privado e até pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A Firjan pesquisou a situação das obras de geração em andamento, de todas as fontes (hidráulica, eólica e térmica, com o uso de combustíveis como carvão, gás natural, biomassa e óleo combustível), e constatou

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O atraso nas obras de usinas de geração de energia elétrica já custou R$ 65 bilhões ao país, fez crescer o risco de apagões e tornou crítico o quadro de abastecimento.

O estudo da Federação das Indústrias do Rio Janeiro (Firjan) sobre o custo do atraso na execução dos projetos na área de energia elétrica acrescenta cifras ao conjunto de problemas que já vinham sendo apontados por especialistas do setor privado e até pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A Firjan pesquisou a situação das obras de geração em andamento, de todas as fontes (hidráulica, eólica e térmica, com o uso de combustíveis como carvão, gás natural, biomassa e óleo combustível), e constatou que 272 estão atrasadas, com atraso médio de 4,1 anos (a que está em pior situação, a Usina Cubatão, tem atraso de 15 anos).

Essas usinas disporão de 420 turbinas, com potência de 10.376 megawatts (MW). Isso representa 8% da capacidade atual do Sistema Interligado Nacional (SIN), cuja capacidade é de 129,9 mil MW, em boa parte não disponível no momento, por causa do baixo nível dos reservatórios, da manutenção ou falta de combustível em usinas termoelétricas, da falta de linhas de transmissão ou de outros problemas técnicos.

Para chegar ao valor da perda em que o país incorreu por causa do atraso dessas obras, a Firjan considerou o valor do megawatt-hora (MWh) oferecido pelos concessionários nos leilões em que arremataram as usinas, corrigiu esse valor pela inflação do período e o comparou com o valor efetivamente gasto no período para repor a energia que deixou de ser produzida pelas novas unidades.

Quando as usinas hidrelétricas não produzem o suficiente para abastecer todo o sistema, as autoridades determinam o acionamento de unidades térmicas, que operam a custo mais alto, de que resulta um acréscimo na conta de luz.

Se estivessem prontas, as usinas em atraso poderiam suprir metade do consumo da indústria. Sem elas, o setor teve de pagar um preço mais caro, mas que nem sempre cobriu o custo da energia disponível, gerada pelas termoelétricas (a diferença foi coberta pelo Tesouro, que agora está repassando a conta para os consumidores).

Entre as causas dos atrasos, a Firjan apontou erros de planejamento do governo, que colocou em licitação obras sem a existência de projetos executivos e sem licenciamento ambiental prévio e tecnicamente viável. Sem esses requisitos, as obras não puderam ser iniciadas no prazo previsto e, na sua execução, o cronograma foi sendo descumprido.

Outra falha identificada pelo estudo na ação do governo foi a falta de coordenação entre os órgãos públicos, o que resultou em descompasso entre obras de geração e de transmissão - unidades geradoras não puderam operar tão logo foram concluídas por falta de linhas de transmissão - e atraso na concessão do licenciamento ambiental para obras consideradas prioritárias.

 

 

 

 

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