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Mais de 170 mil operários da construção civil cruzaram os braços em março

UOL Notícias

13/04/2011 10h12 | Atualizada em 13/04/2011 13h42

Uma série de greves, paralisações e revoltas operárias atingiu o setor da construção civil e chegou a algumas das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ao longo do mês de março. Levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que cerca de 170 mil trabalhadores do setor cruzaram os braços Brasil afora.

“É a maior paralisação desde as greves do ABC, em 1980. Depois das greves do Lula, nunca mais houve tantos trabalhadores parados”, afirma o deputado federal Paulinho da Força (PDT), presidente da Força Sindical, referindo-se ao movimento grevista do final dos anos 70, no qual a figura de Lula ga

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Uma série de greves, paralisações e revoltas operárias atingiu o setor da construção civil e chegou a algumas das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ao longo do mês de março. Levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que cerca de 170 mil trabalhadores do setor cruzaram os braços Brasil afora.

“É a maior paralisação desde as greves do ABC, em 1980. Depois das greves do Lula, nunca mais houve tantos trabalhadores parados”, afirma o deputado federal Paulinho da Força (PDT), presidente da Força Sindical, referindo-se ao movimento grevista do final dos anos 70, no qual a figura de Lula ganhou destaque.

As manifestações não fizeram parte de nenhuma jornada de lutas específica, tampouco foram impulsionadas por sindicatos ou centrais sindicais. Ao contrário, os movimentos operários em Jirau, Santo Antônio e Pecém, por exemplo, inicialmente não tiveram apoio dos sindicatos representativos --filiados, respectivamente, à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical.

As reivindicações, distintas em cada obra, vão desde questões pontuais, como o aumento no valor do vale-refeição, até reajuste salarial e pagamento de horas extras. Comum em todas as obras são as reclamações dos trabalhadores com relação às condições de trabalho. Eles acusam as empresas de obrigá-los a cumprir jornadas excessivas, sob condições degradantes, em troca de salários baixos.

Os trabalhadores se queixam também dos “gatos”, profissionais que, a mando das empresas, intermedeiam o contato com os futuros funcionários e oferecem, segundo os trabalhadores, condições de emprego que não correspondem à realidade. Há relatos de que as condições são insalubres nos canteiros das obras, contribuindo para a proliferação de doenças.

Para completar, nas obras de Jirau e Santo Antônio, os funcionários afirmam que os preços dos produtos e serviços oferecidos nos comércios situados nos canteiros são abusivos e que eles não têm opção de comprá-los em outro lugar. O próprio ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, chegou a dizer que o consórcio responsável pelas obras em Jirau toca as obras “à moda antiga”.

Os consórcios negam as acusações. No início das revoltas, argumentaram que os movimentos não eram legítimos, já que não possuíam apoio dos sindicatos, e acusaram os trabalhadores envolvidos de praticarem atos de vandalismo --nos casos de Jirau, Pecém e São Domingos, onde a infraestrutura dos canteiros de obras foi incendiada durante as revoltas. As empresas, no entanto, abriram negociação com as categorias.

Foto: Folha Online

 

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