O desafio era entregar o maior volume de concreto, na menor betoneira possível e, assim, melhorar a produtividade de betoneiras para a construção de túneis para uma mineração de cobre, na Bahia.

Para isso, a Mineração Ero Brasil Caraíba procurou a Liebherr. A mineradora de cobre situada no norte da Bahia, no município de Jaguarari, é uma das principais produtoras de cobre do Brasil.

A mina subterrânea localizada em Jaguarari tem profundidade de 1.530 metros. A rampa com 11,3 km de extensão, tem um percentual de inclinação que varia entre 15% e 20%, o que tornava o desafio ainda maior: além da altura total do conjunto caminhão-betoneira, era preciso se atentar à taxa de enchimento e inclinação do equipamento, para que a betoneira pudesse transportar um grande volume de concreto, sem derramá-lo.

A solução desenvolvida foi uma betoneira Liebherr HTM 604, originalmente projetada para transportar 6 m³ de concreto, que foi reprojetada para atender às necessidades do cliente, possibilitando a entrega de 5 m³ em cada viagem, a uma altura máxima de 3.200mm do conjunto caminhão-betoneira.

Uma betoneira convencional de 6m³, HTM 604, tem altura de 3.620 mm, altura superior ao limite de operação dentro dos túneis.

“A Ero Brasil Caraíba nos procurou, pois estavam trabalhando com seis betoneiras, cada uma entregando 3 m² por viagem. Eles precisavam melhorar a eficiência operacional e por isso, em conjunto com o cliente, desenvolvemos uma betoneira de 6 m³, que, em vista da inclinação da área de trabalho, poderá transportar o limite de 5 m³ por viagem.

Com o novo projeto, o que antes era feito com seis caminhões betoneira, agora poderá ser realizado com quatro”, afirma Gian Romano, gerente divisional da área de Tecnologia do Concreto da Liebherr Brasil.

Para atender ao limite máximo de altura, a Liebherr readequou a instalação da betoneira no caminhão, eliminando o sobrequadro.

“Somente com a retirada do sobrequadro, foi possível eliminar 160 mm. Para garantir a estabilidade, a resistência dos componentes e a operação ideal da betoneira, reduzimos a área de contato da betoneira com o chassi, soldando uma chapa 3/8’’ e fixando-a no chassi”, comenta Bosco Correa, coordenador da engenharia de Tecnologia do Concreto da Liebherr Brasil.

“Também ganhamos 80 mm ao reduzir a altura da base e da inclinação da betoneira. E, ao fazer isso, o desafio era justamente manter o volume nominal e a baixa taxa de enchimento, pela qual já somos reconhecidos, garantindo que não houvesse derramamento de concreto, ainda que o trabalho aconteça em enormes aclives e declives”, complementa.

O projeto da betoneira, em si, sofreu poucos ajustes, garantindo assim a escalabilidade do projeto.

Para que seja possível operar em espaços com altura restrita é preciso também reduzir a altura do caminhão. “Do mesmo modo que uma betoneira mais leve é um trabalho conjunto entre montadora e implementadora, esse projeto para mineração também, já que cerca de 1/3 da altura que é preciso reduzir só é possível fazer no chassi”, completa Correa.

Atualmente, as betoneiras estão trabalhando no local com disponibilidade superior a 80%, o que é considerado um excelente índice para o setor.