Construção
DCI
19/11/2013 10h08 | Atualizada em 19/11/2013 15h33
A Lei 12.619, que desde abril de 2012 prevê que motoristas devem fazer uma pausa para descanso a cada quatro horas de direção e jornada de trabalho de oito horas diárias, vem causando dores de cabeça para as transportadoras.
As empresas alegam que houve aumento de custos e problemas operacionais, o que pode resultar em alta no valor do frete para o consumidor e possíveis atrasos nas entregas.
Para Christian Majczak, sócio diretor da Go4! Consultoria de Negócios, a nova lei do motorista foi criada sem se pensar em todos os ângulos e consequências e as organizações do setor tiveram que fazer uma transição lenta, correndo riscos, para se adaptarem às normas
A Lei 12.619, que desde abril de 2012 prevê que motoristas devem fazer uma pausa para descanso a cada quatro horas de direção e jornada de trabalho de oito horas diárias, vem causando dores de cabeça para as transportadoras.
As empresas alegam que houve aumento de custos e problemas operacionais, o que pode resultar em alta no valor do frete para o consumidor e possíveis atrasos nas entregas.
Para Christian Majczak, sócio diretor da Go4! Consultoria de Negócios, a nova lei do motorista foi criada sem se pensar em todos os ângulos e consequências e as organizações do setor tiveram que fazer uma transição lenta, correndo riscos, para se adaptarem às normas.
Segundo o especialista, o primeiro problema que se evidenciou foi, de fato, o aumento de custos para as transportadoras. "Em um mercado pulverizado como o dos transportes, as empresas do setor têm um poder de barganha muito reduzido e não conseguem repassar a elevação de custos aos clientes", disse.
A BBM Transportes é uma das empresas do setor que sentem os impactos da regulamentação da atuação dos motoristas nas estradas. Segundo Juares Nicoletti, diretor da BBM, a lei trouxe uma forte pressão nos custos e a empresa precisou contratar profissionais para atender ao processo logístico.
Majczak afirma que há, ainda, problemas operacionais potencializados com a nova lei, que precisam ser resolvidos. Entre os mais urgentes estão a adaptação de rotas e escalas de horário e a segurança do motorista, já que as paradas obrigatórias expõem a carga e o profissional ao risco de roubos e assaltos. Há, ainda, a falta de mão de obra qualificada, uma vez que bons motoristas são disputados na praça.
Outra preocupação do setor, de acordo com Majczak, é o potencial atraso nas entregas, pois a programação de trocas e paradas tende a estender o tempo do trajeto.
O consumidor final deve sentir os impactos da nova lei do motorista, sobretudo, no valor dos produtos. "Sem dúvida a resolução contribuirá para elevar a inflação e o preço das mercadorias, pois o custo adicional de mão de obra imposto pela lei em algum momento acaba sendo repassado para as mercadorias. O processo de reajuste é lento, gradual, mas inevitável", diz Majczak.
03 de junho 2019
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