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JCB planeja dobrar de tamanho no Brasil em cinco anos

Grupo fechou 2023 com 5 mil unidades vendidas e vê potencial para 10 mil por ano

Valor Econômico

15/01/2024 13h00

A fabricante inglesa de máquinas JCB planeja duplicar de tamanho no Brasil nos próximos cinco anos, passando das atuais 5 mil unidades anuais para perto de 10 mil produtos.

O plano de expansão de R$ 120 milhões, que eleva a capacidade de produção para 10 mil máquinas ano na fábrica de Sorocaba (SP), será concluído em 2024, e novo pacote de investimentos deve ser anunciado ainda neste primeiro trimestre.

O Brasil ocupa hoje a quarta posição no ranking mundial da fabricante de máquinas da chamada linha amarela, que atende tradicionalmente a construção pesada ligada à infraestrutura e o agronegócio.

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A fabricante inglesa de máquinas JCB planeja duplicar de tamanho no Brasil nos próximos cinco anos, passando das atuais 5 mil unidades anuais para perto de 10 mil produtos.

O plano de expansão de R$ 120 milhões, que eleva a capacidade de produção para 10 mil máquinas ano na fábrica de Sorocaba (SP), será concluído em 2024, e novo pacote de investimentos deve ser anunciado ainda neste primeiro trimestre.

O Brasil ocupa hoje a quarta posição no ranking mundial da fabricante de máquinas da chamada linha amarela, que atende tradicionalmente a construção pesada ligada à infraestrutura e o agronegócio.

São, principalmente, retroescavadeiras, pás carregadeiras, escavadeiras e manipuladores telescópicos. A liderança mundial na companhia em unidades é da Índia, com quase 50% das vendas, seguida dos Estados Unidos e Reino Unido.

“Queremos transformar o Brasil na nova Índia”, diz Adriano Merigli, presidente da companhia no Brasil desde março de 2023, após carreira de 29 anos na Volvo. O desafio é grande. Se na Índia a JCB é sinônimo de máquinas amarelas, como diz o executivo, aqui a concorrência é maior e inclui companhias de peso como as americanas Caterpillar e John Deere, a japonesa Komatsu e a chinesa XCMG

A empresa fechou 2023 com vendas estáveis, na casa das 3,5 mil máquinas no mercado interno, o que é considerado um bom desempenho pelo presidente, já que o setor encerrou o ano com queda de 10% a 15%, com 31 mil unidades comercializadas no Brasil. A expectativa inicial da empresa, no entanto, era de crescimento de 10% nas vendas. Apesar do encolhimento do mercado geral no ano passado, Merigli destaca que foi o segundo melhor da história do setor, atrás das 35 mil unidades de 2022.

O que explica a estabilidade da companhia diante de queda do mercado como um todo é o mix de produtos. O presidente diz que as quedas maiores ocorreram em escavadeiras e pás carregadeiras, onde a JCB tem menor presença, em torno de 3% a 5% do total. Já a linha de retroescavadeiras, onde os ingleses estimam ter 30% do mercado e a liderança, as vendas ficaram estáveis.

Para a JCB tanto o mercado interno como o externo terminaram o ano no zero a zero. Da produção total, historicamente 70% fica no Brasil e 30% é exportado. O primeiro trimestre foi fraco no mercado interno, o segundo melhorou um pouco e a reação só ocorreu no segundo semestre. Já as exportações foram afetadas por queda de mercados tradicionais como Argentina e Chile, mas compensadas principalmente pelo México, e ficaram na casa de 1,5 mil unidades.

Não houve mudança significativa no perfil dos clientes no ano passado. Construção respondeu por 35% das vendas, agronegócios por 25% e a locação por outros 25%. A tendência, na opinião do executivo, é de que a locação cresça forte nos próximos anos, com o Brasil repetindo um movimento já consolidado nos Estados Unidos e Europa. O cliente tende a ter um mix de equipamentos próprios e alugados.”

Para 2024 a empresa trabalha com um cenário de volta dos investimentos em infraestrutura e continuidade da força o agronegócio, apesar das incertezas dos efeitos causados por enchentes no Sul e secas no Centro-Oeste nas próximas safras. A expectativa é que o mercado cresça até 5%.

Já a JCB tem como meta a expansão de 10% nas vendas, com foco nos dois segmentos onde tem participação de 3% a 5% com investimento no pós-venda. “Jogaremos nos outros 95%”, diz o presidente para justificar uma estimativa acima da média do mercado. “Mas vamos atuar de forma mais estruturada. Terminamos o ano com 58 distribuidores e vamos aumentar esse número no primeiro semestre.”

Para que essa previsão seja atingida, destaca o executivo, é importante que a taxa de juros continue baixando. “Não é nem tanto a taxa, porque conseguimos oferecer taxas mais agressivas que o mercado para nossos clientes. O importante é a oferta de mais crédito pelos bancos comerciais. Já sentimos esse movimento de retorno, mas ainda é pequeno.”

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