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Insegurança trava obras no país

Projetos nos setores de energia e saneamento e industrial foram afetados

Folha de São Paulo

30/03/2016 00h00 | Atualizada em 06/04/2016 12h21

Com o país em profunda recessão e crescente instabilidade política, projetos de investimentos que somam US$ 84,6 bilhões (cerca de R$ 318 bilhões) foram suspensos ou cancelados de abril do ano passado a março deste ano.

São 52 projetos de variados setores da economia, de construção de fábricas e shopping centers a usinas geradoras de energia. Os dados são da companhia de seguros JLT, sediada em Londres, que acompanha construções nos países em que atua.

Dos investimentos afetados pela crise, US$ 74,5 bilhões foram cancelados. São sobretudo projetos nos setores de energia e saneamento (US$ 40 bilhões) e industrial (US$ 31,7 bilhões).

Segundo Enzo Ferracin

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Com o país em profunda recessão e crescente instabilidade política, projetos de investimentos que somam US$ 84,6 bilhões (cerca de R$ 318 bilhões) foram suspensos ou cancelados de abril do ano passado a março deste ano.

São 52 projetos de variados setores da economia, de construção de fábricas e shopping centers a usinas geradoras de energia. Os dados são da companhia de seguros JLT, sediada em Londres, que acompanha construções nos países em que atua.

Dos investimentos afetados pela crise, US$ 74,5 bilhões foram cancelados. São sobretudo projetos nos setores de energia e saneamento (US$ 40 bilhões) e industrial (US$ 31,7 bilhões).

Segundo Enzo Ferracini, diretor de infraestrutura da JLT Brasil, os projetos são afetados pela insegurança dos investidores com a economia e o futuro do país. O problema fiscal de municípios, Estados e governo federal também pesa.

"Ficou mais arriscado para o investidor entrar, por exemplo, numa PPP (parceria público-privada). O setor público pode ficar sem recursos com essa crise e o projeto atrasar, afetando seu retorno", disse Ferracini.

A Operação Lava Jato é uma incerteza a mais. Dos projetos suspensos, as obras da usina nuclear de Angra 3 estão paradas desde setembro de 2015 por falta de pagamentos às construtoras.

Todo esse quadro fez com que o risco de investir no Brasil esteja maior apenas do que o da Argentina e o da Venezuela na América Latina, segundo avaliação da área de inteligência da seguradora.

Com a crise política atingindo níveis mais altos, após a divulgação dos áudios do grampo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal, a expectativa é que a paralisia dos investimentos fique ainda maior.

 

 

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