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Inflação na China afeta minério brasileiro

Preço da tonelada recua a patamar de 2020

Assessoria de Imprensa

19/10/2021 11h00 | Atualizada em 19/10/2021 11h22

O Índice de Preço ao Produtor na China (PPI) está no maior patamar desde 1995. Em 12 meses, subiu para 10,7%, sendo que o último mês foi fortemente pressionado pelo aumento dos custos de energia e superou as expectativas do mercado que previam alta de 10,4%.

Com essa surpresa negativa, as perspectivas de redução da inflação global no curto prazo diminuíram, ao passo que os temores de estagflação (inflação sem crescimento econômico) aumentaram. Nos primeiros nove meses de 2021, o PPI já acumula alta de 6,7%.

A inflação ao consumidor também subiu consideravelmente em setembro, em 1,2%, mas o

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O Índice de Preço ao Produtor na China (PPI) está no maior patamar desde 1995. Em 12 meses, subiu para 10,7%, sendo que o último mês foi fortemente pressionado pelo aumento dos custos de energia e superou as expectativas do mercado que previam alta de 10,4%.

Com essa surpresa negativa, as perspectivas de redução da inflação global no curto prazo diminuíram, ao passo que os temores de estagflação (inflação sem crescimento econômico) aumentaram. Nos primeiros nove meses de 2021, o PPI já acumula alta de 6,7%.

A inflação ao consumidor também subiu consideravelmente em setembro, em 1,2%, mas o acumulado em 12 meses ainda se encontra em patamar considerado confortável, de 0,7%.

O impacto do PPI afeta a cadeia produtiva chinesa e aumenta o preço das exportações. Essa diminuição de competitividade dos produtos chineses, por sua vez, pode diminuir o crescimento do Produto Interno Bruto do país no médio prazo e ir de encontro aos interesses nacionais. Apesar de o consumidor chinês não ter sido muito atingido pela inflação, as exportações do país asiático ficaram mais caras, desfavorecendo a balança comercial.

O governo chinês levantou preocupações com a alta do PPI e vem lançando mão de políticas restritivas para controle de preços. No caso do aço, Xangai impôs limites à sua produção e, portanto, forçou a diminuição da demanda por minério de ferro (principal insumo do aço), levando o preço da tonelada para patamares do primeiro semestre de 2020.

Para Rafael Foscarini, diretor de estratégia da Belo Investment Research, a manobra do governo chinês foi bastante eficaz no controle do preço do minério.

“Por outro lado, exportadoras brasileiras tiveram redução de receita, apesar de ainda estarem operando com margens confortáveis”, argumenta. “O papel da Vale (VALE3), por exemplo, sofreu desvalorização no período e apresentou alta volatilidade, o que pode afugentar investidores mais conservadores."

Adicionando a esse cenário de baixa na demanda chinesa de minério, a crise da Evergrande, segunda maior incorporadora da China, com dívida de US$ 300 bilhões e dificuldade na rolagem, adiciona ainda mais incerteza ao cenário.

A inflação mundial vem chamando atenção dos bancos centrais mundiais e exigindo atuações mais duras à medida que os índices inflacionários altos se mostram cada vez mais permanentes. Nos Estados Unidos, o aumento de preços em setembro no comparativo mensal foi de 0,4%, acima do a consenso de mercado, de 0,3%. Em 12 meses, a elevação chegou a 5,4%, bem acima da meta anual do Federal Reserve (FED) de 2%.

O momento de alta da inflação global é de resiliência, pois outros fatores exercem forte pressão nos preços, como o atraso nos fretes e a respectiva falta de insumos nas cadeias de suprimento, a alta no preço do barril de petróleo (mais de US$ 80 o barril) e a recente crise de oferta do gás natural na Europa, usado especialmente no período de inverno para aquecimento.

Colocando em perspectiva, a variação de preço entre início de agosto e início de setembro do gás chegou a quase 300% no Reino Unido, 149% na França e 119% na Alemanha. Além disso, os preços foram pressionados pela maior demanda chinesa por fontes de energia para substituição do carvão no âmbito do programa de redução de emissão de poluentes, além de menor produção de energia eólica do Mar do Norte.

Foscarini complementa que os cenários de incertezas, tanto do minério de ferro quanto dos fretes, podem afugentar o investidor.

“Entretanto, o uso de dados alternativos para análise de cenários permite uma leitura mais acurada e rápida dos fatos e seus respectivos impactos, o que pode beneficiar o gestor de portfólio na alocação de recursos", diz ele.

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