Globo Rural
03/04/2023 14h22
Enquanto montadoras de carros estão dando férias coletivas a funcionários por causa da falta de componentes, a indústria de máquinas agrícolas sinaliza estar sofrendo menos com a situação. Entidades que representam fabricantes reconhecem a escassez de alguns itens eletrônicos, mas negam qualquer efeito sobre o cronograma de entrega dos equipamentos aos clientes.
As restrições adotadas na fase mais aguda da pandemia de Covid-19 afetaram a logística internacional, causando ruptura em diversas cadeias de suprimento. Na indústria de máquinas agrícolas, as entregas para os clientes chegaram a levar de seis a oito meses, bem acima
...Enquanto montadoras de carros estão dando férias coletivas a funcionários por causa da falta de componentes, a indústria de máquinas agrícolas sinaliza estar sofrendo menos com a situação. Entidades que representam fabricantes reconhecem a escassez de alguns itens eletrônicos, mas negam qualquer efeito sobre o cronograma de entrega dos equipamentos aos clientes.
As restrições adotadas na fase mais aguda da pandemia de Covid-19 afetaram a logística internacional, causando ruptura em diversas cadeias de suprimento. Na indústria de máquinas agrícolas, as entregas para os clientes chegaram a levar de seis a oito meses, bem acima do que é considerado normal.
Agora, apesar das dificuldades ainda persistirem, os prazos têm sido cumpridos pelas empresas, segundo executivos do setor. "O efeito é muito pequeno", afirma Pedro Estêvão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSMIA/Abimaq).
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tem posicionamento semelhante. Em resposta à Globo Rural enviada pela assessoria de imprensa, a entidade ressalta que as dificuldades com a falta de componentes eletrônicos vêm desde 2021, o que afetou também a indústria de máquinas agrícolas.
A expectativa da entidade é de que a falta de componentes perdure pelo menos até o ano que vem, mas em grau menor. No entanto, diferentemente das montadoras de carros, não há registro entre as associadas da Anfavea, de interrupção de linhas de produção ou concessão de férias coletivas no segmento agropecuário.
"A situação de componentes eletrônicos em nada afeta a participação e as negociações do setor de máquinas agrícolas previstas para ocorrerem em eventos do agronegócio durante este ano", diz a Anfavea, por meio de sua assessoria de imprensa.
Taxas de juros – Para os representantes do setor de máquinas e equipamentos agrícolas, o maior risco para os negócios e os resultados do ano neste momento são as altas taxas de juros e ausência de linhas de crédito subvencionadas.
Financiar o maquinário está mais caro para o produtor, o que já vem afetando o volume de vendas.
Pedro Estevão, da Abimaq, afirma que os fabricantes de máquinas agrícolas faturaram 13,7% a menos no primeiro bimestre, em relação ao mesmo período no ano passado.
Segundo ele, uma mudança de cenário depende de novos aportes de recursos nas linhas de crédito para investimento previstas no Plano Safra.
“O primeiro semestre deve seguir nessa toada”, salienta, acrescentando que os recursos da política de financiamento dos produtores rurais, voltada para o período 2023/2024, devem estar liberados somente a partir de julho de 2023.
A Anfavea ainda não atualizou seus números referentes ao primeiro bimestre de 2023. Os resultados do período devem ser divulgados no início de abril. Em janeiro, a entidade registrou queda de 13,9% das vendas comparação com o mesmo mês em 2022. Foram 3,453 unidades comercializadas.
Além de fatores sazonais, a Anfavea avalia que os negócios foram afetados pela falta de crédito com taxas de juros equalizadas, principalmente para pequenos e médios produtores rurais
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