Construção
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13/07/2010 11h01
Iniciado no final de março, o estudo de pré-viabilidade técnica, econômica e ambiental do Hidroanel metropolitano em São Paulo deverá ser concluído ainda neste ano, de acordo com o Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, órgão responsável pela administração e operação da Hidrovia do Tietê.
O estudo está sendo desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Naval da USP – Universidade de São Paulo e pela empresa Petcon Planejamento, que foram contratados pelo DH/SP. Ao custo de aproximadamente R$ 1,2 milhão, o trabalho visa avaliar as condições de intermodalidade no escoamento das cargas, as melhorias nos deslocamentos dos usuários dos sistemas viários, a compatibilidade dos investimentos para a implantação na área e os prin
...Iniciado no final de março, o estudo de pré-viabilidade técnica, econômica e ambiental do Hidroanel metropolitano em São Paulo deverá ser concluído ainda neste ano, de acordo com o Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, órgão responsável pela administração e operação da Hidrovia do Tietê.
O estudo está sendo desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Naval da USP – Universidade de São Paulo e pela empresa Petcon Planejamento, que foram contratados pelo DH/SP. Ao custo de aproximadamente R$ 1,2 milhão, o trabalho visa avaliar as condições de intermodalidade no escoamento das cargas, as melhorias nos deslocamentos dos usuários dos sistemas viários, a compatibilidade dos investimentos para a implantação na área e os principais impactos ambientais.
Frederico Bussinger, diretor do DH/SP, lembra que a navegação na Região Metropolitana de São Paulo é da época dos Bandeirantes e que também são antigos os estudos sobre o tema. "Em 2008, o DH/SP fez uma pesquisa e conseguiu localizar 67 estudos e projetos sobre este tema, executados ao longo de mais de um século", revela.
Segundo ele, após realizar este levantamento foi feita uma seleção, e os estudos foram apresentados num seminário realizado ao final do mesmo ano. "É importante ser destacado que nomes e empresas renomadas integram esse conjunto de estudos", destaca o diretor do DH/SP. "A ideia do Hidroanel, como tal, é nova. Mas não a navegação, já que os rios Tietê e Pinheiros, a Represa Billings e Taiaçupeba já foram bastante estudados", acrescenta.
Partindo desse acervo de estudos, o atual trabalho contratado pelo DH/SP visa atualizar dados e referências, além de analisar integradamente as questões técnica, econômica e ambiental, bem como as possíveis interfaces do Hidroanel com o Rodoanel e o Ferroanel.
Do ponto de vista técnico, o estudo vai analisar as questões relacionadas ao transporte. No que diz respeito à economia, o objetivo é levantar quais serão os custos para implantação e operação do Hidroanel, bem como os benefícios que ele trará em termos de transporte e logística. Já na questão ambiental, o trabalho quer identificar quais serão os ganhos com redução de acidentes, emissões de poluentes e até mesmo com venda de crédito de carbono.
Bussinger confirma que a integração com o Rodoanel e o futuro Ferroanel é um dos aspectos a serem avaliados pelo estudo, assim como a interface com terminais intermodais que deverão ser implantados. Mas tudo isso, claro, é assunto para daqui a um tempo, só depois que o estudo de viabilidade for concluído, apresentado e aprovado.
Objetivos e expectativas
O principal objetivo com a construção do Hidroanel é utilizar os rios Tietê e Pinheiros como meio de transporte de cargas, o que, segundo o diretor do DH/SP, significa aliviar do trânsito da região metropolitana boa parte das 400 mil viagens diárias de caminhão, o que representa cerca de 1 bilhão de toneladas de cargas/ano, além de reduzir significativamente a emissão de particulados e gases de efeito estufa, pois o transporte hidroviário emite seis vezes menos gás carbônico e 18 vezes menos NOx do que o transporte rodoviário, para transportar cada ton/km.
"Se reduzirmos em 30% o volume de cargas que passa pela cidade já será um ganho significativo para São Paulo, seja do ponto de vista econômico ou ambiental. Isso dentro de um projeto totalmente viável, pois São Paulo já é quase uma ilha. Com a construção de um canal, com cerca de 25 km, será possível operar um Hidroanel de 186 km", argumenta Bussinger.
Conforme informações do DH/SP, atualmente o rio Tietê possui 41 km navegáveis, com início na barragem de Edgard de Souza, no município de Santana de Parnaíba, passando pela eclusa sob o Cebolão e finalizando na barragem da Penha, na capital, local em que um projeto executivo para construção de uma eclusa deverá ser entregue.
Esta obra irá acrescentar mais 14 km ao trecho navegável, totalizando 55 km. "Com a construção da eclusa, que facilitará o transporte de sedimentos da calha do rio Tietê, será gerado, ainda, um reservatório com capacidade de reter até 3,5 milhões de metros cúbicos de água, equivalente a cerca de 40 piscinões do Pacaembu", aponta o diretor do DH/SP.
Os estudos de pré-viabilidade do Hidroanel Metropolitano contemplam também a incorporação da represa Billings, que adicionaria cerca de 30 km de vias navegáveis, além da construção de um canal artificial interligando a represa ao reservatório Taiaçupeba.
Com base nos estudos anteriores e em obras similares na Hidrovia do Tietê, hoje existentes no interior do Estado paulista, foi feita uma primeira estimativa de investimentos para o projeto do Hidroanel: cerca de R$ 2 bilhões, dos quais dois terços seriam destinados apenas à construção do canal ligando as represas Billings e Taiaçupeba.
Em outras palavras, Bussinger ressalta que com R$ 700 a 800 milhões, estima-se que será possível realizar diversas obras complementares, visando aumentar a extensão hoje navegável de 41 km entre Santana do Parnaíba e a Barragem da Penha.
No entendimento do diretor do DH/SP, para a realização dos estudos não deverá haver entraves. Em contrapartida, eventualmente poderão surgir obstáculos para o projeto em si, dado que o Hidroanel está intimamente imbricado com o tecido urbano da região. "Daí porque, desde seu início, o DH/SP e os contratados devem interagir com as Prefeituras da região e órgãos com algum tipo de interface funcional", explica.
Segundo o órgão vinculado à Secretaria Estadual dos Transportes, assim que o estudo estiver finalizado, a Petcon e o Departamento de Engenharia Naval da USP irão apresentá-lo ao próprio DH/SP e, posteriormente, aos demais órgãos de governo envolvidos e por último será aberto à sociedade em geral.
03 de junho 2019
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