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DCI
24/01/2018 09h00 | Atualizada em 31/01/2018 12h48
As montadoras estão otimistas com a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de voltar a financiar 100% do caminhão para pequenas e médias empresas.
A medida reforça a expectativa dos executivos de um crescimento de 10% a 20% das vendas no segmento em 2018.
Segundo Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz, foi uma surpresa positiva a adoção do financiamento completo pelo banco de fomento, que passou a vigorar no último dia 1º.
No começo de 2017, ainda sob a gestão de Maria Silvia Bastos Marques, o BNDES impôs um limite de 80% para o financiamento de qualquer projeto, à exceção da linha concedida a municípios para a reconstrução em caso de desastres nat
...As montadoras estão otimistas com a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de voltar a financiar 100% do caminhão para pequenas e médias empresas.
A medida reforça a expectativa dos executivos de um crescimento de 10% a 20% das vendas no segmento em 2018.
Segundo Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz, foi uma surpresa positiva a adoção do financiamento completo pelo banco de fomento, que passou a vigorar no último dia 1º.
No começo de 2017, ainda sob a gestão de Maria Silvia Bastos Marques, o BNDES impôs um limite de 80% para o financiamento de qualquer projeto, à exceção da linha concedida a municípios para a reconstrução em caso de desastres naturais.
Mais surpreendente ainda foi que as condições favoráveis foram aprovadas mesmo com o cenário atual de concessão de crédito mais criteriosa pelo banco, em face do déficit nas contas públicas.
Vale lembrar que o BNDES precisa devolver R$ 130 bilhões ao Tesouro Nacional neste ano.
“Diante do cenário atual, o financiamento de 100% dos veículos é uma medida positiva que, somada a todas as outras boas notícias para o setor neste ano, ajuda na tomada de decisão de investimento pelas transportadoras”, afirma.
Após três anos de previsões frustradas, o financiamento de 100% do bem se junta a outros pontos que justificam o otimismo das montadoras de caminhões este ano. Entre os motivos, estão a queda da taxa básica de juros (Selic), que se reflete em uma redução de todos os juros de financiamento no setor; a perspectiva de crescimento mais forte da economia e a necessidade de renovação das frotas, que estão rodando atualmente com veículos defasados.
Para Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, fabricante Volkswagen, mesmo as mudanças do programa de financiamento de bens de capital do BNDES – o Finame – da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para a Taxa de Longo Prazo (TLP), não impactaram tanto as vendas de caminhões, graças à redução da Selic.
Ao contrário da TJLP, que era estabelecida a cada três meses pelo governo com base na meta de inflação do ano, e que girava em torno de 7% ao ano, a TLP é uma taxa de juros marcada a mercado que usa como referência a NTN-B (ou Tesouro IPCA), um dos títulos de dívida oferecido pelo Tesouro Nacional aos investidores no mercado.
O segundo ponto positivo para o segmento é a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescer acima de 2% este ano.
Como a indústria de caminhões é extremamente sensível ao desempenho da economia, a recuperação esperada para 2018 deve alavancar as vendas. “O PIB deve ter um avanço de 2,64%, então esperamos a continuidade da expansão, em torno de 4%, do segmento de caminhões”, projeta o executivo da área comercial da Iveco, Luiz Leite.
A relação entre o PIB e a venda de caminhões reflete a matriz logística brasileira, que é majoritariamente rodoviária, de modo que praticamente tudo o que é produzido no país acaba transportado para outras regiões por caminhões. Por isso, setores como o agronegócio são muito importantes.
Por último, muito se fala sobre a renovação das frotas, que estão defasadas porque diversos clientes postergaram a compra de novos caminhões em razão das incertezas a respeito da situação econômica a partir de 2014.
“Há clientes com frotas de cinco, até seis anos de idade. A taxa de juros alta também inibia as vendas”, comenta Cortes.
28 de julho 2020
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