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Financiamento é a maior barreira em concessão de infraestrutura

Enquanto o governo federal acelera o passo para leiloar o maior número de ativos até o fim de 2018, o mercado prefere agir com toda cautela necessária para definir investimentos

DCI

07/11/2017 08h40 | Atualizada em 16/11/2017 15h57

Com o risco de uma participação menor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos próximos projetos de infraestrutura, superar a falta de fontes de financiamento será o principal gargalo dos leilões de 2018.

Mesmo com alternativas encontradas no mercado financeiro e de capitais, uma mudança do modelo atual para um formato mais misto só deve ocorrer no longo prazo.

"O BNDES tem algumas fontes de recursos para empréstimo que fazem o capital do banco – o Tesouro e as captações no mercado externo. Mas agora, o Tesouro está com uma restrição", explica Andrew Frank Storfer, diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Fi

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Com o risco de uma participação menor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos próximos projetos de infraestrutura, superar a falta de fontes de financiamento será o principal gargalo dos leilões de 2018.

Mesmo com alternativas encontradas no mercado financeiro e de capitais, uma mudança do modelo atual para um formato mais misto só deve ocorrer no longo prazo.

"O BNDES tem algumas fontes de recursos para empréstimo que fazem o capital do banco – o Tesouro e as captações no mercado externo. Mas agora, o Tesouro está com uma restrição", explica Andrew Frank Storfer, diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

De acordo com ele, com uma maior dificuldade do principal financiador de infraestrutura do país, uma alternativa que tende a ganhar força é o mercado de capitais, contudo, a tendência é que a participação deste meio ganhe mais relevância com o tempo.

"É possível lançar debêntures incentivadas de infraestrutura. O problema é que as debêntures requerem um prazo mais longo do que o investidor está disposto", diz.

Segundo ele, a alternativa seria atraente se o país tivesse um mercado secundário de debêntures bem desenvolvido. "Sem isso, o instrumento perde liquidez e o investidor fica vinculado a um prazo muito extenso."

Além disso, soma-se o risco que o tipo de aplicação pode trazer, dependendo da empresa a que está atrelado.

"Isso para um prêmio que pode não ser o melhor dos mundos", sinaliza. Na opinião de Storfer, a queda da taxa de juros pode ajudar na atratividade do instrumento, uma vez que os investidores buscam aplicações mais rentáveis, contudo, ainda é cedo dizer que este tipo de investimento será a opção mais procurada.

Outra alternativa muito citada entre os investidores é o financiamento bancário, no entanto, o especialista sinaliza que a concorrência bancária é fraca e a experiência no passado não ajuda.

"Primeiro porquê eles conseguem uma lucratividade boa, sem se arriscar com infraestrutura. Segundo: quando se arriscaram no passado com financiamentos de longo prazo não foram bem-sucedidos" diz.

Storfer acredita que há uma possibilidade de aumento da participação de outras fontes de financiamento que podem diminuir a dependência do BNDES, mas ressalta que a transição não deve ser rápida.

Sobre a possibilidade de capital estrangeiro, ele aponta que é uma possibilidade, mas que para que ocorra de fato, é necessário encontrar mecanismos que diminuam o risco cambial.

"Existe hedge para períodos curtos, mas para um investimento de mais de 10 anos praticamente inexiste", coloca. Na opinião dele, existem investidores, como os chineses, que enxergam o ativo como algo estratégico e tendem a arriscar, mas não são todos os players.

Para incentivar as concessões, ele aponta que não há muito o que fazer. "O governo não tem condições de ajudar no financiamento e qualquer outro incentivo está muito em cima. O melhor que pode fazer é não atrapalhar e mudar as regras no meio", diz.

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