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Financiamento de caminhão e ônibus fica mais caro com alta na taxa de juros

Essa é a primeira vez, em mais de quatro anos, que a taxa utilizada para corrigir o custo de empréstimos bancários é fixada em dois dígitos

Estadão/O Estado de S.Paulo

25/02/2022 11h00 | Atualizada em 25/02/2022 13h10

O financiamento de caminhão e ônibus está mais caro em 2022. Isso porque no começo do ano o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 9,25% para 10,25%.

Essa é a primeira vez, em mais de quatro anos, que a taxa utilizada para corrigir o custo de empréstimos bancários é fixada em dois dígitos. Assim, o financiamento de caminhão e ônibus, bem como de qualquer outro produto, foi reajustado para cima.

Seja como for, no Brasil o reajuste nas taxas de juros é utilizado para tentar frear a inflação. Ou seja, com o preço mais alto, as vendas caem. Como resultado da redução do co

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O financiamento de caminhão e ônibus está mais caro em 2022. Isso porque no começo do ano o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 9,25% para 10,25%.

Essa é a primeira vez, em mais de quatro anos, que a taxa utilizada para corrigir o custo de empréstimos bancários é fixada em dois dígitos. Assim, o financiamento de caminhão e ônibus, bem como de qualquer outro produto, foi reajustado para cima.

Seja como for, no Brasil o reajuste nas taxas de juros é utilizado para tentar frear a inflação. Ou seja, com o preço mais alto, as vendas caem. Como resultado da redução do consumo, os preços ficam estáveis.

Além disso, as taxas altas atraem investidores estrangeiros. Assim, favorecem a entrada de dólares e estimulam as exportações. Porém, as parcelas ficam mais caras.

Portanto, é preciso fazer contas antes para ver qual modalidade de crédito é mais interessante no momento. Segundo o o coordenador de cursos automotivos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Antonio Jorge Martins, o momento exige cautela. “O mercado de transporte está complicado. Por isso, quanto menos custos, melhor”, afirma.

Opções de financiamento de caminhão – Atualmente, no caso de financiamento de caminhões e ônibus, há duas linhas de crédito mais buscadas.

Ou seja, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) e o Finame. A primeira é a mais utilizada por grandes, médias e pequenas empresas de transporte.

De acordo com os dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras da montadoras (Anef), 45% dessas operações de crédito são feitas por meio de CDD.

Por sua vez, o Finame representou 25%, os pagamentos à vista foram 25% e o consórcio, 4%.

Porém, com a alta das taxas de juros o CDC deve perder o protagonismo. “Vai subir em relação ao ano passado, mas cabe ao transportador avaliar o que é melhor para o seu negócio”, diz o presidente da Anef, Paulo Noman.

De acordo com ele, as operações utilizando o Finame devem voltar a crescer. “O Finame deve voltar a representar 60% dos financiamentos” diz. Ele afirma que os grandes frotistas devem puxar essa alta.

Seja como for, por enquanto as taxas para CDC e Finame estão próximas. Contudo, o gerente comercial do Banco CNH Industrial, Alexandre Garcia, lembra que no Finame não há cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Assim, isso reduz o Custo Efetivo Total (CET).

Além disso, no Finame é possível escolher entre taxas pré-fixadas ou pós-fixadas. Segundo Garcia, também há opções sem entrada e com carência de seis meses para o primeiro pagamento. Por outro lado, no CDC é comum haver campanhas promocionais. Ou seja, que garantem benefícios extras aos tomadores de empréstimo.

Também há planos em até 60 pagamentos, com financiamento de 100% do valor do bem e sem a cobrança de juros nas primeiras 12 meses prestações. No mesmo sentido, no CDC é possível antecipar o pagamento de parcelas. Nesse caso, o desconto dos juros é proporcional à antecipação. Da mesma forma, o contratante pode substituir a garantia e transferir a dívida.

No caso do Finame, o interessado também precisa comprovar que está em dia com os tributos federais. Por isso, nem todas as pequenas e médias transportadoras conseguem esse tipo de crédito. Segundo Martins, elas têm mais dificuldade de juntar toda a documentação. Assim, acabam optando pelo CDC, mesmo se os juros forem mais altos que os do CDC.

“Nas grandes empresas, é comum a vida financeira e fiscal estarem em ordem”, diz o especialistas. Portanto, ele recomenda que as companhias menores também procurem manter boas práticas em relação à disciplina e o planejamento. Assim, poderão se beneficiar de taxas de juros menores.

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