Construção
Estadão
20/01/2016 15h30 | Atualizada em 20/01/2016 17h41
O setor siderúrgico fechou 2015 com um volume recorde de exportações, revelando o esforço das companhias para driblar a fraca demanda no mercado doméstico.
Os embarques de aço somaram 13,7 milhões de toneladas, alta de 40,3% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr).
Mesmo enviando mais toneladas para fora do país, as usinas amargaram um recuo de 3,3% na receita com vendas ao exterior, para US$ 6,6 bilhões. Isso indica que a estratégia de recorrer ao mercado externo para desovar estoques e evitar a paralisação de equipamentos pode ter pouco fôlego.
De acordo com o IABr, o salto no montante vendido fora do país reflete, pri
...O setor siderúrgico fechou 2015 com um volume recorde de exportações, revelando o esforço das companhias para driblar a fraca demanda no mercado doméstico.
Os embarques de aço somaram 13,7 milhões de toneladas, alta de 40,3% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr).
Mesmo enviando mais toneladas para fora do país, as usinas amargaram um recuo de 3,3% na receita com vendas ao exterior, para US$ 6,6 bilhões. Isso indica que a estratégia de recorrer ao mercado externo para desovar estoques e evitar a paralisação de equipamentos pode ter pouco fôlego.
De acordo com o IABr, o salto no montante vendido fora do país reflete, principalmente, operações entre companhias para fornecimento de produtos semiacabados a usinas na Europa e nos EUA, e, também, ações emergenciais do setor para evitar redução ainda maior do grau de utilização da capacidade instalada.
Em meio à recessão econômica, o setor registrou em 2015 queda de 16,1% nas vendas ao mercado doméstico. No total, foram 18,2 milhões de toneladas vendidas, volume 6,2 milhões inferior ao recorde histórico de 2013.
A produção de aço bruto somou 33,2 milhões de toneladas em 2015, retornando ao patamar de 2010. Ao fim do ano as siderúrgicas operavam a 68,7% de sua capacidade, abaixo da média global.
A estratégia de resistência via exportação tem esbarrado no excedente de 700 milhões de toneladas de aço no mundo e na feroz competição com o aço chinês, que derrubou os preços do aço no mercado internacional.
Diante do ganho marginal com os embarques, algumas companhias já recuaram. Um exemplo é a Usiminas, que optou por desativar a fabricação primária de aço na usina de Cubatão (SP), voltada à exportação.
“Quando você tem um resultado negativo (em dólares) significa que só está exportando para não parar máquinas e manter empregos. Não há como continuar embarcando volumes expressivos sem margem”, diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil.
A ArcelorMittal Brasil exporta atualmente 60% de sua produção, ante 20% em 2013. Em julho de 2014, a siderúrgica religou o alto-forno 3 da usina de Tubarão, em Vitória (ES), retomando a capacidade plena de produção de 7 milhões de toneladas anuais de planos.
“Estamos exportando tudo que não conseguimos vender no mercado interno, mas a margem é praticamente zero”, afirma Benjamin Baptista Filho, presidente da companhia no país.
As siderúrgicas vêm pedindo ajuda ao governo. Um dos pleitos é o aumento da alíquota do imposto de importação de aço.
03 de junho 2019
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