Dando sequência na programação de conteúdo, a M&T Expo sediou ontem (1º) o 2º dia do Fórum Inovações e Tendências da Construção, além do Fórum de Infraestrutura e do 8º Congresso Nacional de Valorização do Rental.

O primeiro tema apresentado no Fórum de Inovações e Tendências da Construção foi “Escavação Automatizada com Controle de Nivelamento”, na qual o palestrante Pedro Paulo Monteiro S. dos Anjos da Engetec expôs o case de implementações de tecnologias nas obras de túneis do Contorno de Caraguatatuba (SP). Na sequência, Sérgio Paranhos, da Sitech Brasil, apresentou um conjunto de tecnologias desenvolvidas com intuito de automatizar as atividades do implemento, diminuindo o custo, aumentando a produção, elevando a aderência ao projeto, otimizando as atividades de topografia e reduzindo a manutenção.

No painel seguinte, Mauricio Endo, da KPMG, apresentou um panorama do setor de infraestrutura, citando ser preciso investir 4% do PIB por ano para ampliar e melhorar a infraestrutura brasileira. Também alegou que o Brasil possui baixo estoque de infraestrutura em comparação aos países do G20 e que o investimento privado vem aumentando ano a ano, chegando a mais de 80% em 2021.

O especialista relacionou o novo marco legal do Saneamento (lei 14.026/20) com as novas normas de serviço de regulação que serão absorvidas por agências estaduais e municipais. Para os desafios futuros, o palestrante mencionou os 17 objetivos da sustentabilidade da ONU para 2030, apontando que 80% do total depende da infraestrutura, novos compromissos ESG, modernização digital e inovação (infratech).

O terceiro tema da manhã foi “Tecnologia remota utilizada na Linha Amarela”, em que Ronaldo Fernandes, gerente de engenharia e negócios do Grupo AIZ, apresentou o detalhamento de soluções para tecnologias que englobam operação remota, infraestrutura, produtividade, mobilidade e conectividade, telecomunicação e segurança (radares anticolisão, sistemas de inclinação com interface para bloqueio de báscula, sistema de monitoramento de fadiga, entre outros). O palestrante também falou sobre inclusão social, informado que as operações remotas possibilitam pessoas PCD’s a exercer atividade operacional de equipamentos.

O Fórum de Infraestrutura contou com três painéis, que apresentaram equipamentos, obras e soluções para intempéries causadas pela chuva. O primeiro painel apresentou as principais novidades da XCMG em veículos com motorização elétrica para construção, mineração e terraplanagem. Amanda Machado, diretora de novos negócios, e Shen Lung, gerente de negócios da empresa, explicaram detalhes dos equipamentos e como podem auxiliar a operação para que as empresas estejam alinhadas aos conceitos ESG.

Na sequência, Ricardo Bertoni, vice-diretor comercial da Zoomlion Brasil, apresentou o portfólio de produtos da empresa, focado em elevação de pessoas e soluções para o segmento de concreto, além de guindastes. O executivo destacou as soluções com motores eletrificados, que contam com baterias produzidas de lítio ao invés de chumbo ácido. A alternativa contribui na qualidade dos ciclos de usabilidade da bateria, acentuou.

O painel seguinte discutiu soluções geotécnicas para intempéries provocadas pela chuva. Marcelo Gramani, geólogo do IPT – Instituo de Pesquisas Tecnológicas, abriu a discussão explicando a importância da prevenção dos fenômenos geotécnicos e as diversas possibilidades de agentes deflagradores de emergências. Apresentou ainda detalhes de casos como o deslizamento na Rodovia dos Imigrantes e no Morro do Macaco, no Guarujá (SP).

Na sequência, Felipe Gobbi, engenheiro e gerente técnico da Geobrugg Brasil, discorreu sobre soluções de proteção em malhas de aço de alto rendimento que a empresa fornece ao mercado para conter grandes fluxos de escorregamentos, deslizamentos e desabamentos. O executivo apresentou projetos da empresa instalados em locais de risco no Brasil e em outros países. Para completar o conteúdo, o último painel trouxe informações sobre a viabilidade do uso de túneis para aumento da capacidade de rodovias.

Já Pedro Paulo Monteiro Soares dos Anjos, da Engetec, compartilhou os desafios e soluções para a construção do maior túnel do Brasil, com extensão de 5.555 metros e localizado na Rodovia Tamoios (SP). O executivo detalhou características do projeto e particularidades da obra. Por fim, Edson Peev, do CBT Comitê Brasileiro de Túneis apresentou informações relevantes sobre a viabilidade da construção de túneis para melhorar fluxos e trajetos e mitigar custos em obras de infraestrutura.

Rental – O terceiro dia da feira também incluiu o 8º Congresso Nacional de Valorização do Rental, promovido pela Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc) e que trouxe painéis relevantes para o setor de locação de máquinas e equipamentos.

Na abertura, José Antônio Souza de Miranda Carvalho, presidente da Analoc, ressaltou a motivação de realizar o congresso presencialmente e a importância da locação para diversos setores da economia nacional. “Nosso setor é o que está mais próximo do cenário atual, pois disponibilizamos nossos bens para locação, possibilitando o uso dos ativos sem ônus para empresas de diversos segmentos como construção e mineração”, disse.

Por sua vez,Rolf Pickert, diretor geral da Messe Muenchen do Brasil, agradeceu a parceria da Analoc na realização do Congresso e destacou a relevância de ambos os eventos. “Com muita satisfação a M&T Expo abre suas portas para expositores e visitantes, que têm demonstrado expectativas positivas, justamente por contarem com soluções tecnológicas e possibilidade de networking com profissionais de toda América Latina. Bem como conhecimento, com o Congresso de Valorização do Rental que acontece hoje”, acentuou.

No primeiro painel do dia “Visão Comercial nos Negócios do Rental”, Marcelo Baratella, multiempreendedor digital, professor especialista da Fundação Dom Cabral, USP e PUC-RS, trouxe ensinamentos para valorizar os negócios e conquistar mais clientes no segmento. “Para potencializar a visão comercial no rental se faz necessário entender quais são as principais dores para o seu negócio, que separo em quatro pilares importantes: falta de processos, de gestão e indicadores, de produtividade e de previsibilidade”, afirmou.

Seguindo a programação, Luis Artur Nogueira, jornalista e economista, explanou sobre “Cenário Econômico, Desafios e Oportunidades no Brasil” para os próximos meses e ano (2023). De acordo com o especialista, o mundo e, especialmente, o Brasil ainda sentem as sequelas da pandemia. “Ainda contamos com custos elevados na economia inteira, como inflação e juros altos no mundo todo”, pontuou.

Porém, o economista destacou uma lição importante que a pandemia e a Guerra entre Rússia e Ucrânia ensinou para a economia de todo o planeta. “O mundo precisou de uma pandemia para perceber que não podemos ser dependentes de um único mercado (China) e precisamos passar por uma guerra para Europa descobrir que depende muito do gás russo e o Brasil depende muito de fertilizantes russo. E como efeito prático, sairemos muito menos globalizados”, completou.

O Congresso teve encerramento com o painel “Perspectivas no segmento do Rental com o cenário atual da economia”, que contou com a participação de Luís Artur Nogueira, jornalista e economista, Eurimilson João Daniel, vice-presidente da Analoc e da Sobratema, Expedito Arena, sócio-diretor da Casa do Construtor, e José Antônio Souza de Miranda Carvalho, presidente da Analoc.

A edição de outubro da Revista M&T traz a cobertura do evento.