Assessoria de Imprensa
26/04/2023 14h59 | Atualizada em 02/05/2023 09h52
Em formato on-line, a Amcham reuniu no dia 25 de abril empresas da área da mineração para debater temas como tecnologia, sustentabilidade e gestão de riscos no setor.
O CEO da Lundin Mining, Ediney Drummond, ressaltou na ocasião que as taxas de acidentes diminuíram na mineração, mas os acidentes fatais não, “o que para o setor é um desafio”.
Para o CEO da Komatsu, Guilherme Santos, a segurança na mineração está relacionada a atitude, conhecimento e valor. “Nos últimos anos, temos dedicado muito tempo ao treinamento dos nossos profissionais, com envolvimento de suas famílias”, contou S
...Em formato on-line, a Amcham reuniu no dia 25 de abril empresas da área da mineração para debater temas como tecnologia, sustentabilidade e gestão de riscos no setor.
O CEO da Lundin Mining, Ediney Drummond, ressaltou na ocasião que as taxas de acidentes diminuíram na mineração, mas os acidentes fatais não, “o que para o setor é um desafio”.
Para o CEO da Komatsu, Guilherme Santos, a segurança na mineração está relacionada a atitude, conhecimento e valor. “Nos últimos anos, temos dedicado muito tempo ao treinamento dos nossos profissionais, com envolvimento de suas famílias”, contou Santos.
Segundo ele, a adoção do programa Safety Start em 2022 permitiu uma atuação mais intensa em aspectos que facilitam a ocorrência de acidentes no trabalho, como pressa, complacência e cansaço.
“Trabalhar o comportamento das pessoas e treinar os líderes para que tenham a segurança como valor faz toda a diferença”, afirmou.
Em relação à sustentabilidade e tecnologia, especialmente no que se refere ao uso de resíduos e economia circular, o CEO da Anglo American, Wilfred Brujin, destacou que “a empresa tem utilizado rejeitos das unidades de minério de ferro e níquel na construção de rodovias”.
Já Rodrigo Vilela, CEO da Samarco, lembrou que o desafio do setor é transformar esses resíduos em coprodutos. “Muito esforço tem sido feito no Brasil nesse sentido. O Mining Hub foi criado justamente para se buscar essas alternativas”, argumentou.
“Ao desenvolver estudos de coprodutos e sua utilização, vimos que poderíamos usar resíduos de marmorização no Espírito Santo. Aqui em Minas Gerais os desafios são outros. Mas é um caminho sem volta e a tecnologia vai ser um parceiro nisso”, disse.
Em concordância, Brujin apontou que atualmente há muitas tecnologias em desenvolvimento no segmento.“Estamos avaliando como transformar nosso combustível em hidrogênio verde. O Brasil foi escolhido para uso da tecnologia em nossos caminhões”, frisou.
“Nossa unidade de minério de ferro, em Minas Gerais, está dando um passo significativo nesse sentido. Na operação de níquel já substituímos o uso de carvão por cavaco. É uma demonstração de que o setor está na vanguarda e querendo, de fato, sair do discurso e ir para a prática por um planeta melhor”, afirmou.
Por sua vez, Drummond revelou que a Lundin Mining possui autorização do MAPA para uso de rejeito na agricultura. “Nosso produto, usado para remineralização do solo, apresentou uma performance 3% maior em lavouras de milho, soja e sorgo”, afirmou.
“O próximo passo é desenvolver comercialmente esse produto, para nós um grande exemplo de economia circular”, ele comemorou, citando os 23 milhões de toneladas de rejeito produzidas pela empresa em Goiás.
Todos ressaltaram o quanto a tecnologia tem sido fundamental para o setor. “A inteligência artificial e a internet das coisas são exemplos de sofisticação trazidos para todos os processos. Mas, claro, seja ela qual for, a tecnologia tem de estar atrelada a um planejamento estratégico”, disse Vilela.
“Fomentar a inovação aberta é necessário para que possamos transformar resíduos ou usá-los como fertilizante, assim como buscar caminhos para aproveitar melhor as reservas que temos produzido, gerando menos resíduos”, observou.
“Por fim, o uso da inteligência artificial para nos ajudar na telemetria, algo fundamental para gestão de risco, e como usar tudo isso para fazer uma mineração mais verde, com a redução da emissão de carbono, são outros caminhos muito importantes para o setor”, opinou Vilela.
Pelo lado da indústria de máquinas, Santos comentou que, ainda nesta década, a Komatsu deve colocar à venda um caminhão agnóstico, que poderá ser usado com a energia que estiver disponível. “O cliente vai poder escolher”, adiantou.
Para Drummond, todos esses avanços são necessários, pois a transição energética está na essência da mineração. “Estamos buscando parcerias para uso de energia limpa e remos iniciativas para eletrificação de frotas”, apontou.
“Mas precisamos dos minerais essenciais. O veículo convencional à combustão, por exemplo, emprega cerca de 23 kg de cobre. Um híbrido, 45 kg, e um elétrico, mais de 85 kg. Grandes minas já estão se exaurindo e, por isso, precisamos continuar investindo na mineração”, analisou.
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