O setor de equipamentos para construção cresceu 10% na Europa em 2016. Isso significa que o mercado está em seu mais alto nível em cinco anos, mas também que continua consideravelmente abaixo dos níveis pré-crise. Estas são algumas das constatações do Relatório Econômico Anual do CECE (Committee for European Construction Equipment), publicado na semana passada.

Como ocorrera no ano anterior, o mercado europeu superou muitas regiões do planeta, registrando a terceira posição em números de crescimento, atrás apenas da China e da Índia. “O crescimento de dois dígitos nas vendas em 2016 certamente foi muito positivo para a indústria na Europa, mas continuaremos a ver grandes disparidades no continente”, explicou Sebastian Popp, analista econômico do CECE.

Em volume, o aumento mais forte se deu na França, Alemanha e Itália. “O mercado alemão, em particular, mais o Norte e a Europa Ocidental, em geral, estão muitos próximos de seus níveis históricos”, disse Popp. “Por outro lado, a recuperação em países do Sul, Centro e Leste da Europa continua abaixo das expectativas.”

As vendas de equipamentos para movimentação de terra cresceram 12% na Europa em 2016. Equipamentos para construção como gruas e soluções para concreto registraram um crescimento ainda maior, de 21%. “É encorajador ver que todos os sub-setores de máquinas para construção se beneficiam dessa virada”, comentou Popp. “Isto corresponde à situação da nossa carteira de clientes, que registrou crescimento tanto em construção residencial como em engenharia civil.”

Previsões – No verão europeu de 2016, logo após a votação do Brexit, o “Barômetro de Negócios” do CECE chegou a registrar uma baixa temporária, mas desde então entrou em uma trilha de crescimento, atingindo seu índice mais alto em quase seis anos, feito obtido em fevereiro deste ano. Como mostra pesquisa realizada pelo CECE no início do ano, quase todas as regiões do mundo são vistas de maneira positiva pelos fabricantes.

Para o mercado europeu, a pesquisa mostra um cenário positivo geral, exceto na Turquia. As expectativas são especialmente animadoras na Escandinávia, França e Alemanha. Outro sinal positivo é o restabelecimento do mercado russo após cinco anos de extrema deterioração. Nos EUA, estimulado pelas promessas de investimentos em infraestrutura feitas pelo novo governo, o mercado espera assistir a uma retomada consistente. China e Índia estão se antecipando para manter a tendência de subida já vista no ano passado, enquanto a maioria dos fabricantes espera que os mercados no Oriente Médio se recuperem neste ano. Na América Latina, por sua vez, ainda não é possível prever uma recuperação dos baixos níveis registrados em 2016.

No geral, o percentual de fabricantes que esperam um aumento nos negócios é de aproximadamente dois terços, o que ocorre especialmente nos segmentos de movimentação de terra, construção de estradas e soluções para concreto. Apenas os fornecedores de componentes afirmam não acreditar em uma escalada desta monta – em meio a uma avaliação média positiva, 63% dizem não esperar mudanças nos negócios no futuro próximo.

“Considerando-se o panorama de leve crescimento no mercado e os diferentes níveis de recuperação dos países, uma estabilidade nas vendas com viés de crescimento aparece como o cenário mais realista para 2017”, afirma o relatório. “Assim, os fabricantes precisam estar prontos para beneficiar-se de um mercado global que, após três anos consecutivos em declínio, deve voltar a crescer.”