Recente estudo da Universidade de Michigan, nos EUA, identificou que cerca de 500 mil motoristas de caminhão que realizam transporte de longas distâncias no país podem ser substituídos por condução automatizadas no futuro, caso o apagão de profissionais não seja resolvido.

A motivação para a criação de caminhões autônomos seria sanar gargalos logísticos e de transportes de cargas existentes no país, causados majoritariamente pela pandemia.

No entanto, existem atualmente cerca de 280 mil Green Cards disponíveis para a categoria EB-3, que contempla esses profissionais, só para o ano fiscal de 2022.

Segundo a advogada Liz Dell’Ome, fundadora da Dell’Ome Law Firm, escritório especializado em imigração para os EUA, trata-se de uma oportunidade para os motoristas brasileiros.

“Apesar de válidas, as soluções tecnológicas para resolver as necessidades logísticas do país ainda não estão prontas e tampouco regulamentadas para serem colocadas em prática”, comenta.

Estimativas de 2019 da American Trucking Associations (ATA) apontavam que os EUA precisavam de 60 mil motoristas. Esse número deve aumentar para 100 mil até 2023, segundo a entidade.

Os salários podem chegar a R$ 62 mil por mês, de acordo com informação publicada em dezembro de 2021 no site Hiring Drivers Now, plataforma especializada na gestão de profissionais de transporte nos EUA.

“É preciso se preparar e buscar a assessoria correta para atuar com essa solicitação, que tem muitos pormenores, tanto para o pleiteante ao visto, quanto para o empregador”, explica Liz Dell’Ome.

“O período do processo para obtenção do Green Card leva cerca de 18 meses, e há detalhes fundamentais para que o pedido seja atendido”, explicou.

Para solicitar o Green Card dentro dessa categoria, diz ela, é preciso que o trabalhador tenha oferta de emprego nos EUA e que, antes da entrada no processo imigratório, seja realizada uma etapa anterior, chamada Certificação Trabalhista (Labor Certification), emitida pelo Departamento do Trabalho (Department of Labor – DOL) e que permite que um empregador nos EUA registre uma petição de imigração baseada em emprego.

O empregador terá que provar ao DOL que não conseguiu encontrar um candidato adequado para o cargo no mercado doméstico, por meio de um processo rigoroso.

“Se não conseguir preencher a vaga com um trabalhador local, a empresa pode patrocinar um trabalhador estrangeiro para residência permanente nos EUA, desde que esse profissional tenha as qualificações e conhecimentos necessários”, prossegue a especialista.

“O pagamento de todas as despesas relativas ao processo de certificação e ao processo imigratório em si também deve ser feito pelo empregador”, finaliza.