A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera o setor de mineração um dos mais perigosos do mundo para se trabalhar, em especial pelas falhas na utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) – ou mesmo, sua absoluta ausência. Um dos atributos fundamentais para esses EPIs é conter materiais de alta visibilidade.

O objetivo dos equipamentos com alta visibilidade é indicar a presença de pessoas em locais de trabalho com luz – natural ou artificial – insuficiente. Para isso, possuem materiais que, mesmo quando sutilmente iluminados e independentemente do ângulo, refletem a luz e colocam o trabalhador em destaque.

“Não é preciso que o EPI, por inteiro, seja de alta visibilidade. Basta que tenha faixas, de preferência, fluorescentes, que reflitam com intensidade a luz”, afirma Priscila Akiti, Especialista Técnica da América Latina de Tyvek Garments da DuPont.

“Essas faixas tampouco necessitam ter uma cor específica, mas é preciso respeitar uma espessura mínima. Em geral, utilizamos tons bicolores que contrastam com a cor principal do traje.”

Na mineração, a exigência de que os trabalhadores utilizem EPI de alta visibilidade não se dá somente pela luz insuficiente, mas pelo trânsito de veículos e máquinas pesadas – sem contar o acúmulo de fumaça e poeira, explica a especialista.

“É comum que os trabalhadores vistam um colete de alta visibilidade sobre um equipamento de proteção, mas essa solução não é a ideal”, diz Akiti. “O colete, em algumas atividades, é inclusive proibido, pelo risco de ficar preso em ganchos ou compartimentos, elevando a probabilidade de acidentes.”

Tipos de acidentes – Vale salientar que, embora a alta visibilidade seja extremamente importante, há outros atributos que devem ser avaliados na hora de selecionar o EPI, ainda mais na mineração, cuja atividade apresenta variados riscos.

Segundo o Índice de Gravidade da Administração de Segurança Ocupacional e Saúde dos EUA, de janeiro de 2015 a setembro de 2019, aproximadamente 75% dos acidentes no setor envolveram queimaduras elétricas, eletrocussões e choques elétricos; 13% foram queimaduras por calor (térmicas); e 9% foram cortes e lesões. Quase 40% dos ferimentos ocorreram no corpo e 22% ocorreram nas mãos.

A DuPont, por isso, recomenda o uso da metodologia dos 4P para ajudar no processo de decisão. Ele consiste, explica Akiti, em prever (pela análise das atividades necessárias), prevenir (para minimizar riscos), proteger (por meio do EPI adequado) e prover (a partir de documentos e treinamentos).