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Dificuldade de acesso ao crédito reduz venda de caminhões usados em quase 30%

Escassez de seminovos e valor pago pelos fretes também prejudicaram transferências

O Estado de S.Paulo

29/03/2022 11h00

Embora a venda de caminhões novos tenha registrado alta de 10% no primeiro bimestre sobre o mesmo período do ano passado, os usados anotaram queda de 27,9%. A maior dificuldade de acesso ao crédito, a baixa oferta de modelos de segunda mão e também os valores dos fretes explicam essa retração no início de 2022.
“Os bancos realmente começaram um movimento de restrição baseados na perspectiva de atividade econômica mais baixa, no desemprego que resiste e na pandemia que trouxe uma nova onda pela variante Ômicron”, afirma Enilson Sales, presidente da Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

Para a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), há uma escassez de caminhões extrapesados com quatro a cinco anos de uso, muitas vezes exigidos por quem quem contrata um frete:

“O mercado de caminhões novos foi muito fraco num passado recente (sobretudo de 2015 a 2018), daí a baixa oferta atual”, recorda Sérgio Zonta, vice-presidente para caminhões da Fenabrave.

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Embora a venda de caminhões novos tenha registrado alta de 10% no primeiro bimestre sobre o mesmo período do ano passado, os usados anotaram queda de 27,9%. A maior dificuldade de acesso ao crédito, a baixa oferta de modelos de segunda mão e também os valores dos fretes explicam essa retração no início de 2022.
“Os bancos realmente começaram um movimento de restrição baseados na perspectiva de atividade econômica mais baixa, no desemprego que resiste e na pandemia que trouxe uma nova onda pela variante Ômicron”, afirma Enilson Sales, presidente da Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

Para a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), há uma escassez de caminhões extrapesados com quatro a cinco anos de uso, muitas vezes exigidos por quem quem contrata um frete:

“O mercado de caminhões novos foi muito fraco num passado recente (sobretudo de 2015 a 2018), daí a baixa oferta atual”, recorda Sérgio Zonta, vice-presidente para caminhões da Fenabrave.

Para ele, a dificuldade de trocar o veículo também explica o menor volume de negócios. “Essa retração no bimestre ocorreu pelas taxas de juros mais altas e também pela menor capacidade de compra. O atual valor do frete não encoraja os caminhoneiros a entrar num financiamento”, diz Zonta.

Para a fabricante de caminhões Iveco, a queda entre os usados neste começo de ano pode ser momentânea: “A tendência é que a venda volte com força nos próximos meses”, afirma Ricardo Barion, diretor-comercial da Iveco. O executivo acredita que esse movimento será puxado pelos caminhoneiros autônomos.

A retração no comércio de usados também foi percebida pela Selectrucks, divisão da Mercedes-Benz dedicada ao comércio de modelos de segunda mão. “Com o aumento da taxa Selic há um desestímulo no consumo, o que dificulta esse tipo de operação”, afirma Luiz Pereira, gerente da Selectrucks.

“Continuamos confiantes em 2022, mas naturalmente é preciso cautela, afinal estamos atuando com um cenário mundial desafiador, que impacta diretamente o nosso mercado”, diz Pereira.

A Selectrucks tem nove lojas distribuídas em quatro regiões (Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul) e revende usados Mercedes-Benz e de outras marcas.

Sales, da Fenauto, acredita na normalização desse mercado até o fim de 2022: “É natural que a economia se recupere no segundo semestre, exceto quando enfrentamos eventos heterodoxos”, afirma, referindo-se à possibilidade de agravamento no conflito entre Rússia e Ucrânia.

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