GlobalData
12/04/2022 11h00
Como resultado da crise Rússia-Ucrânia, espera-se que a produção da indústria da construção no Leste Europeu diminua em 3,4% em 2022, devido especialmente ao aumento da inflação e à menor confiança dos investidores, diz a GlobalData.
“Na maioria dos países da Europa Oriental, a construção é susceptível de ser afetada pelo aumento dos preços da energia, por perturbações exacerbadas da cadeia de fornecimento e desvalorizações da moeda local, devido à confiança abalada dos investidores na região com a crise Rússia-Ucrânia”, diz Joel Hanna, ec
...Como resultado da crise Rússia-Ucrânia, espera-se que a produção da indústria da construção no Leste Europeu diminua em 3,4% em 2022, devido especialmente ao aumento da inflação e à menor confiança dos investidores, diz a GlobalData.
“Na maioria dos países da Europa Oriental, a construção é susceptível de ser afetada pelo aumento dos preços da energia, por perturbações exacerbadas da cadeia de fornecimento e desvalorizações da moeda local, devido à confiança abalada dos investidores na região com a crise Rússia-Ucrânia”, diz Joel Hanna, economista da GlobalData.
“Além disso, a diminuição do rendimento das famílias deve enfraquecer a procura e minar o crescimento dos projetos, enquanto o aumento dos custos fará subir os preços da habitação, reduzindo a procura na construção residencial”, completa.
De acordo com o relatório “Construction market size, trends and growth forecasts by key regions and countries – 2022-2026”, o mercado de construção da Rússia (o maior da região) deve cair 9,2% em 2022 em virtude das sanções ocidentais.
Além disso, as economias mais fortemente ligadas à Rússia sofrerão perturbações no comércio, nas cadeias de abastecimento, em remessas e atividades turísticas. Prevê-se que a produção da construção na Ucrânia caia 69,1% em 2022, amortecendo a produção agregada prevista para o setor no Leste Europeu.
“Os custos de construção no Leste Europeu já estão aumentando devido à recuperação da procura pós-pandemia e à escassez na oferta, o que faz subir os preços das matérias-primas e os custos de transporte”, acrescenta Hanna.
“A crise na Ucrânia acrescenta uma pressão significativa aos custos de construção, o que irá corroer ainda mais a rentabilidade dos projetos e reduzir as perspectivas para a construção no futuro próximo”, destaca.
Na opinião do especialista, além de preços mais elevados da energia e matérias-primas, a incerteza em torno da guerra pode fazer com que os investidores percam a confiança na região.
“Consequentemente, o fluxo de capital para a Europa Oriental irá reduzir, amortecendo o investimento agregado em toda a região”, afirma Hanna.
“Esse quadro será agravado em economias fora da zona euro, até pelo enfraquecimento da procura por moedas locais, levando a depreciações que aumentarão o custo das importações, bem como o custo e o serviço da dívida externa”, diz.
Espera-se ainda que as finanças públicas sofram tensões em 2022, uma vez que o aumento do custo de vida irá pressionar os governos nacionais a apoiarem as famílias de renda mais baixa.
Além disso, o fluxo de refugiados da Ucrânia para Polônia, Romênia e Hungria irá colocar ainda mais pressão sobre as finanças públicas.
“Como consequência, o investimento em projetos de construção pode diminuir, deixando a execução de infraestruturas planejadas sujeita a uma maior dependência dos fundos de recuperação da União Europeia”, finaliza.
27 de novembro 2024
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade