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Compras por leilões e consórcios de máquinas agrícolas crescem no Brasil

Modalidades são alternativas para produtores que têm pouco capital para investir ou que preferem planejar as compras

Agro / O Estado de S.Paulo

11/03/2024 10h21 | Atualizada em 11/03/2024 13h29

Pequenos e médios produtores têm buscado alternativas mais viáveis economicamente para renovar a frota de máquinas agrícolas, como os consórcios e os leilões.

Nos últimos dois anos, a compra de maquinários em leilões cresceu 46% em uma das principais empresas leiloeiras do segmento. A Superbid Exchange tem market share de 70% no mercado brasileiro. Considerando apenas 2023, o aumento foi de 13% em relação ao ano anterior.

É que para comprar uma máquina agrícola nova, o produtor rural precisa desembolsar um bom dinheiro. O preço de uma colheitadeira de grãos, por exemplo, varia bastante de acordo com a

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Pequenos e médios produtores têm buscado alternativas mais viáveis economicamente para renovar a frota de máquinas agrícolas, como os consórcios e os leilões.

Nos últimos dois anos, a compra de maquinários em leilões cresceu 46% em uma das principais empresas leiloeiras do segmento. A Superbid Exchange tem market share de 70% no mercado brasileiro. Considerando apenas 2023, o aumento foi de 13% em relação ao ano anterior.

É que para comprar uma máquina agrícola nova, o produtor rural precisa desembolsar um bom dinheiro. O preço de uma colheitadeira de grãos, por exemplo, varia bastante de acordo com a marca, o modelo, ano de fabricação, entre outros itens, e pode somar milhões.

Por isso, as compras são normalmente feitas por meio de financiamentos, o que depende de ter crédito nas instituições financeiras. Além disso, para investir em novas tecnologias é preciso ter bons resultados nas colheitas, aumentando o capital de giro do produtor.

O diretor técnico da Superbid Exchange, Marcelo Bartolomei Pinheiro, explica que a crise externa e os fatores econômicos afetaram a indústria nacional, o que acabou impulsionando a procura pelos leilões dentro do agronegócio.

A plataforma de leilões existe há 20 anos e atua na América Latina em vários segmentos. No Brasil, o agronegócio é parte relevante da carteira de clientes. “Hoje o agro representa 30% dos nossos negócios, somando mais de 100 mil compradores”, afirmou Pinheiro, ao Agro Estadão.

O ticket médio das máquinas vendidas em leilões na plataforma Superbid Exchange é de R$ 120 mil. Os tratores agrícolas são os itens mais procurados, representando 27,4% do total de vendas. Em seguida vêm implementos especiais (12,8%) e transbordos (12,2%).

Uma das mudanças que têm ocorrido no setor, é o tempo útil do maquinário vendido em leilões. O diretor técnico da empresa conta que o trator vinha com mais de dez anos de uso e com deterioração, o que mudou de cinco anos para cá.

“A gente observa que as empresas trocam muito o maquinário em busca da eficiência operacional, então, temos modelos que são lançamentos, o que é superatrativo para pequenos e médios produtores”, avalia Pinheiro. Segundo ele, as máquinas vendidas na plataforma têm em média cinco anos de uso e vida útil alongada.

Consórcios – O consórcio para veículos pesados cresceu 11,8% em 2023, comparado a 2022, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Foram comercializados R$ 46,76 bilhões em créditos e, neste volume, estão operações de consórcios de máquinas agrícolas, como tratores, plantadeiras e colheitadeiras.

O consórcio de máquinas agrícolas funciona como o consórcio de qualquer outro bem: o participante adquire uma ou mais cotas, pode dar lances antecipados ou esperar ser sorteado. O que chama atenção no agro são os custos, se comparados a financiamentos para compra das máquinas.

O gerente comercial do Consórcio New Holland, Eyji Cavalcante, explica que a carteira oferece operações com taxas de administração de 1,5%. “É um custo bem atrativo para o produtor rural”, comenta.

A marca oferece crédito de R$ 178 mil até R$ 4 milhões, com parcelas semestrais. Em 2023, vendeu R$ 1,3 bilhões de crédito, valor considerado recorde histórico em vendas. “A escassez do crédito e a taxa de juros acima da média permite que o cliente abra a visão para novas modalidades financeiras”, afirma Cavalcante.

Ele explica que o consórcio atende do pequeno ao grande agricultor; desde o que não tem acesso à linha de crédito até aquele produtor que planeja a renovação de frota com 2,3 ou 4 anos de antecedência. O gerente conta que Rio Grande do Sul e Bahia têm se destacado na procura por essa modalidade de compra.

“Considerando regiões, a procura é muito sazonal e depende das condições da safra e da colheita do ano. Mas no ano passado, houve uma movimentação muito positiva no Rio Grande do Sul, apesar dos problemas com a safra”.

Levantamentos do setor especializado mostram que as vendas de máquinas agrícolas novas caíram em 2023 e devem continuar em baixa em 2024.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a redução foi de 23,2% no ano passado, cerca de R$ 9 bilhões a menos que no ano anterior. A entidade projeta queda entre 10% e 15% para o próximo ano. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) estima redução de 11% nas vendas de máquinas agrícolas em 2024.

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