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Chinesa traz tecnologia e investe para levar energia de Belo Monte ao Rio de Janeiro

Empresa chinesa está preparada para a construção daquela que será a maior linha de transmissão de eletricidade em ultra-alta tensão do mundo

Reuters

04/10/2017 08h46 | Atualizada em 11/10/2017 13h38

Em um imenso campo aberto ao qual se chega após uma estreita estrada de terra em Paracambi, cidade na região metropolitana do Rio de Janeiro, diversos tratores enfileirados aguardam para iniciar os trabalhos.

Eles estão preparados para a construção daquela que será a maior linha de transmissão de eletricidade em ultra-alta tensão do mundo, ao cruzar 2.500 km com o objetivo de levar ao Sudeste do país a geração da enorme hidrelétrica de Belo Monte, no Pará (Norte).

Os chineses da State Grid, uma das maiores empresas globais, vão trazer tecnologia e recursos orientais para implementar o projeto, que teve a pedra fundamental lançada na no dia 28 de setemb

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Em um imenso campo aberto ao qual se chega após uma estreita estrada de terra em Paracambi, cidade na região metropolitana do Rio de Janeiro, diversos tratores enfileirados aguardam para iniciar os trabalhos.

Eles estão preparados para a construção daquela que será a maior linha de transmissão de eletricidade em ultra-alta tensão do mundo, ao cruzar 2.500 km com o objetivo de levar ao Sudeste do país a geração da enorme hidrelétrica de Belo Monte, no Pará (Norte).

Os chineses da State Grid, uma das maiores empresas globais, vão trazer tecnologia e recursos orientais para implementar o projeto, que teve a pedra fundamental lançada na no dia 28 de setembro em Paracambi, RJ, com a presença do governador fluminense, Luiz Fernando Pezão, e o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho,

O projeto foi orçado em R$ 9,6 bilhões, mesmo em meio à maior recessão da história do país.

A State Grid arrematou sozinha a concessão para construir e operar a linha em um leilão promovido pelo governo em julho de 2015, mas a licença de instalação, que permite o início da implementação, foi liberada apenas em agosto deste ano, quase dois anos após a licitação, o que obrigará a companhia a correr para entregar a obra no prazo, em dezembro de 2019.

Mesmo sem começar as obras, a State Grid já investiu R$ 1,2 bilhão no empreendimento, parte com recursos de um empréstimo-ponte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socia (BNDES).

Paulo Esmeraldo, presidente da Xingu-Rio Transmissora de Energia, empresa criada pela State Grid para tocar o projeto, afirma que a chinesa deve bancar um terço do linhão com recursos próprios, enquanto os dois terços restantes serão complementados com um financiamento do BNDES e com a emissão de debêntures ao longo dos trabalhos.

"Atrasou um pouco a licença, nossa expectativa era que viéssemos a ter algum tipo de antecipação. Mas o atraso de dois, três meses da licença, não vai impactar o cronograma original, que estará mantido rigorosamente", afirma.

O linhão como um todo deverá gerar 16 mil empregos, segundo a State Grid, que para acelerar o andamento dos trabalhos vai dividir o empreendimento em 13 canteiros principais e 33 de apoio, de Anapu, no Pará, a Paracambi.

Foram contratadas para as obras cinco empreiteiras, das quais duas chinesas, uma delas da própria State Grid, segundo Esmeraldo.

Serviços

Ele disse que os equipamentos de ultra-alta tensão, em corrente contínua, são uma tecnologia avançada e ainda inédita no país que será trazida por um fornecedor chinês, a CET, também do grupo State Grid, enquanto empresas brasileiras serão subcontratadas para entregar outros equipamentos e realizar obras civis.

De acordo com Esmeraldo, cerca de 60% dos equipamentos, em custos, serão fornecidos por empresas locais, contra 40% dos chineses.

Vender serviços de engenharia e equipamentos são alguns dos principais objetivos por trás dos enormes investimentos chineses no exterior, e a obra do linhão da State Grid promete aproveitar a tecnologia de ultra-alta tensão já utilizada na China para reduzir as perdas de energia no enorme caminho entre Belo Monte e o Sudeste, onde se concentra o consumo de eletricidade.

"Um dos nossos princípios de investimento é manter uma política de benefícios mútuos para os países", explica Zhu Guangchao, diretor geral de cooperação internacional da State Grid.

O quadro da State Grid no Brasil é composto atualmente por quase 600 funcionários, dos quais cerca de 10% são chineses.

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