Realizado no dia 26 de outubro em Bruxelas, o CECE Summit 2023 destacou a segurança cibernética como um dos tópicos prioritários para o setor na atualidade.

Presidente do CECE (Committee for European Construction Equipment), Alexandre Marchetta (foto) destacou como a Lei de Resiliência Cibernética da Comissão Europeia é relevante para os fabricantes de equipamentos de construção, "ao abranger uma ampla gama de produtos digitais e serviços auxiliares e impor obrigações aos operadores econômicos durante todo o ciclo de vida dos produtos".

O executivo sênior de operações de segurança cibernética da entidade, Freddy Dezeure, deu exemplos concretos de como as empresas podem medir seus próprios riscos cibernéticos.

"Identificar seus pontos de vulnerabilidade é a tarefa mais importante, ao mesmo tempo em que se reconhece que os riscos cibernéticos também são riscos comerciais e podem levar a graves perdas de imagem", disse ele.

Em seu discurso, Greg Van Der Gaast, hacker que se tornou agente do FBI, consultor técnico, autor e palestrante internacional, destacou que, em geral, as empresas gerenciam os sintomas e não corrigem os problemas relacionados à segurança cibernética.

"As empresas precisam avançar em direção a um gerenciamento de qualidade para eliminar a presença de riscos e implementar uma estrutura clara para saber o que está acontecendo em sua infraestrutura digital", ressaltou.

Nos demais temas da pauta, o debate evidenciou as diferentes posições dos representantes da UE (União Europeia) e do setor.

A vontade política de aprovar uma regulamentação de forma mais rápida e uniforme possível com a Lei de Resiliência Cibernética contrasta com os requisitos dos fabricantes de máquinas para que se leve em conta a complexidade dos diferentes produtos, especialmente os mais críticos, que são usados principalmente em máquinas móveis não rodoviárias.

A burocracia futura devido às certificações obrigatórias de terceiros também foi apontada de forma crítica pelos participantes.

Sobre as eleições europeias de 2024, Karel Lannoo, CEO da CEPS, chamou a atenção do público para a importância de participação.

"Mais de 50% das leis que têm impacto nas legislações nacionais são feitas pela UE e as pessoas não estão cientes dessa profunda influência", disse.

Além disso, Lannoo acentuou que uma das questões mais importantes que estão por vir é a reconstrução da Ucrânia e a ampliação da UE com novos membros, como a própria Ucrânia e os Balcãs Ocidentais.

Presidente designado do CECE a partir de janeiro de 2024, José Antonio Nieto, CEO da Putzmeister Ibérica, explicou que sua gestão deve apoiar os principais tópicos da entidade, especificamente em relação à meta de longo prazo de descarbonização e digitalização.

Um interesse adicional será a mineração, afirmou, vista como um setor delicado em relação ao meio ambiente e à sustentabilidade.

"A Europa, assim como outras regiões, enfrenta uma localização de metais e minerais que está levando à reabertura de minas antigas e à abertura de novas", comentou.

Nieto anunciou ainda que o próximo CECE Summit será realizado em Madri, de 23 a 25 de outubro de 2024.