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Calcário: entre o maior consumo e a pressão dos custos 

Consumo do produto tem tido uma alta considerável, mas elevação dos custos operacionais pressiona o setor

Abracal 

23/09/2021 11h00 | Atualizada em 28/09/2021 11h13

A indústria do calcário agrícola no Brasil vive um dilema. O consumo do produto tem tido uma alta considerável, puxada pelo avanço do agronegócio.

Porém, os empresários se mostram preocupados com o cenário gerado pela elevação dos custos operacionais. Tanto que a inflação interna do segmento passou a ser monitorada mais de perto.

Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário (Abracal), João Bellato Júnior avalia que os valores da tonelada de calcário em 2021 devem ficar perto de 10% superiores à média do anterior. “Esse salto se mostra insuficiente pa

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A indústria do calcário agrícola no Brasil vive um dilema. O consumo do produto tem tido uma alta considerável, puxada pelo avanço do agronegócio.

Porém, os empresários se mostram preocupados com o cenário gerado pela elevação dos custos operacionais. Tanto que a inflação interna do segmento passou a ser monitorada mais de perto.

Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário (Abracal), João Bellato Júnior avalia que os valores da tonelada de calcário em 2021 devem ficar perto de 10% superiores à média do anterior. “Esse salto se mostra insuficiente para corrigir os índices inflacionários específicos do nosso setor”, afirma Bellato.

O levantamento do sindicato patronal no Estado de São Paulo mostra que a inflação anual do setor beira os 30%. Insumos como óleo diesel e lubrificantes, que têm peso considerável na planilha de custos, superaram 70% de alta nos últimos 12 meses. Equipamentos para extração da pedra ficaram perto de 50% mais caros em um ano.

O segmento é composto por 290 empresas no país, segundo o último levantamento do Ministério da Agricultura. AAbracalreúne dez sindicatos estaduais.

“Investimento em mineração requer previsibilidade. Sem um cenário claro a médio prazo, o empresário passa a lidar com incertezas que afetam o planejamento”, declara Bellato, ao mesmo tempo em que contextualiza essa incerteza.

“Há jazidas de calcário suficientes e parque industrial para fornecimento aos segmentos do agronegócio, como cana, soja, milho, laranja, arroz, pecuária, entre outros. São itens importantes tanto na mesa do consumidor brasileiro como na pauta de exportações”.

O Brasil consome perto de 43 milhões de toneladas de calcário, um dado de 2020. “Estudos técnicos apontam que seriam necessárias de 70 a 80 milhões de toneladas anuais, para que a produtividade fosse a ideal”, estima Bellato, destacando que países tropicais, como o Brasil, costumam ter solo ácido.

A melhoria na qualidade da terra reduz custos para o agronegócio em outra área: a importação de matéria-prima para fertilizantes, produto afetado pela variação cambial. Já o calcário é inteiramente nacional.

Sustentabilidade–A entidade Nutrientes da Vida avalia que a correção da acidez nos últimos 45 anos, no período encerrado em 2016, fez a produção de grãos crescer seis vezes. Por sua vez, a área plantada aumentou apenas duas vezes. A diferença vem da produtividade maior.

"Terra com pH equilibrado traz ganhos ambientais", explica o engenheiro agrônomo e especialista em solos, Jairo Hanasiro. A aplicação de corretivos ajuda na sustentabilidade. "Solos corrigidos propiciam uma maior produção de massa vegetal e raízes, elevam a atividade microbiana e se tornam mais estruturados, possuindo uma maior capacidade de infiltração e retenção de água. Isto fortalece, entre outros, a alimentação dos lençóis freáticos, contribuindo para um manejo mais sustentável da água", fala Hanasiro.

Tributos–A elevação dos custos levou aAbracala ampliar a participação em grupos de discussão tributária. A movimentação trouxe ganhos, como a manutenção do Convênio 100 – que reduz o ICMS para insumos agropecuários. Na ponta, o convênio reduz o impacto dos custos sobre os alimentos e commodities para exportação.

A associação também atua para evitar a elevação do Imposto de Renda das empresas, em análise no Congresso Nacional. A pauta tributária inclui a Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). Governos estaduais pressionam o Congresso pelo aumento das alíquotas da contribuição.

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