Assessoria de Imprensa
12/12/2024 09h53 | Atualizada em 16/12/2024 11h30
O mercado de equipamentos para construção está investindo em diversas rotas estratégicas para a transição energética.
Com isso, especialistas foram unânimes no BW Fórum ao afirmar que não existe uma solução única para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
“A única coisa que amarrava todos os equipamentos de construção era o diesel. Isso significa que o que era fundamento mudou completamente”, explicou Yoshio Kawakami, sócio-diretor da Raiz Consultoria, durante o evento do Movimento BW, uma iniciativa da Sobratema re
...O mercado de equipamentos para construção está investindo em diversas rotas estratégicas para a transição energética.
Com isso, especialistas foram unânimes no BW Fórum ao afirmar que não existe uma solução única para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
“A única coisa que amarrava todos os equipamentos de construção era o diesel. Isso significa que o que era fundamento mudou completamente”, explicou Yoshio Kawakami, sócio-diretor da Raiz Consultoria, durante o evento do Movimento BW, uma iniciativa da Sobratema realizada no 10 de dezembro no Instituto de Engenharia, em São Paulo.
“Somos seres de hábito e uma transformação desse tipo é um grande desconforto. Mas, a indústria de motores está bastante avançada e desenvolvendo ideias interessantes para esta etapa de transição”, completou Kawakami, citando tecnologias transientes como gás natural, biodiesel, híbridos, hidrogênio de combustão interna, elétrico com capacitor, elétrico com bateria, hidrogênio com célula.
O segmento de máquinas tem evoluído consideravelmente nos últimos 30 anos quando se trata da redução de emissões de carbono.
Contudo, de acordo com Kawakami, ainda há muito o que fazer para chegar à neutralidade.
Ele lembrou ainda que nesta área há uma dificuldade maior em relação aos veículos de passeio e de carga, que é o extenso portfólio de produtos, com máquinas completamente diferentes, seja em dimensões, funções ou configurações.
Corroborando com a avaliação de Kawakami, Luis Ferrari, Corporate Affairs Manager da John Deere, destacou que não existe uma única tecnologia para os equipamentos, pois cada um deles possui demandas diferentes, devido ao uso e até o mesmo o local de aplicação.
“É muito difícil ter uma solução como foi o diesel até por conta da logística, distribuição, e das questões relacionadas ao cliente e de trabalho”, disse.
“Por isso, os combustíveis líquidos devem ter ainda um preponderância por um tempo. Mas esse leque de opções precisa ser considerado nas políticas públicas”, comentou.
Para Suellen Gaeta, Gerente Executiva de Product Compliance & Regulatory Affairs para América Latina na Cummins, quando se pensa em soluções sustentáveis, é preciso olhar o tripé, infraestrutura, regulamentação e tecnologia.
“A matriz energética brasileira se destaca pelas energias renováveis, a disponibilidade de biocombustíveis líquidos é bem-feita no país, o biometano possui várias fontes e a produção de hidrogênio é promissora”, explanou.
Ela fez ainda uma reflexão, durante o BW Fórum, sobre o ciclo virtuoso dos bicombustíveis e se a matriz energética conseguiria se manter renovável com o aumento considerável de veículos elétricos.
Sobre o biometano, Thiago Brito, Supervisor de Novos Negócios da MWM, concordou com Suellen sobre o potencial de aplicação, mencionando que no caso da empresa, ele é obtido, principalmente, de resíduos do saneamento.
Também reforçou que o mercado está buscando criar soluções limpas, econômicas e viáveis, que promovam condições dignas de vida para toda sociedade.
O especialista reiterou ainda a importância de se melhorar a eficiência energética, pois o diesel ainda será utilizado por um tempo, citando o exemplo da evolução contínua do padrão de emissões Euro.
O Brasil está no Euro 6, que entrou em vigor em janeiro do ano passado.
Marcelo Sakurai, Customer Manager da FPT Industrial, tratou das diversas tecnologias em desenvolvimento pela marca, explicando as diferenças técnicas entre o biodiesel 100% (B100), o biometano, e o etanol.
No segmento rodoviário, principalmente, quando se trata de veículos de menor porte, o foco está em eletrificação, já que é possível controlar o perímetro de movimentação e o abastecimento, destacou.
“Já em veículos de maior porte, estão abertas outras possibilidades”, disse.
Além das questões técnicas, Camilo Adas, Diretor de Transição Energética da Be8 e Conselheiro em Tecnologia e Transição Energética da SAE Brasil, trouxe como ponto fundamental sobre a transição energética no setor: a geopolítica.
“A Europa está determinando como a energia é hoje e como deve ser no futuro, mas essa narrativa não vale para todo o mundo”, disse.
Para ele, algumas rotas tecnológicas vão ficar maduras em períodos posteriores e que a transição energética só tem sentido se pensar em economia circular.
Recordou ainda que o Brasil tem um histórico importante relacionado aos biocombustíveis e que é preciso fomentar uma maior conscientização para quem possui carro flex sobre os benefícios do uso do etanol para diminuir o impacto ambiental.
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