Após quase três anos de pandemia, a maior feira internacional de equipamentos para construção e mineração abrirá suas portas fortalecida e repleta de novidades. De 24 a 30 de outubro, a bauma 2022 acontece em Munique, na Alemanha, com forte adesão por parte das empresas expositoras.

De acordo com Klaus Dittrich, presidente e CEO da Messe München, a expectativa com a realização da feira é positiva, tanto em relação à adesão de expositores quanto em participação de público.

“Nas conversas que temos com expositores e visitantes, percebemos que todos estão ansiosos para ter discussões sobre o setor e experimentar a atmosfera especial que só a bauma pode criar”, diz.

Além da exposição, a feira também é o epicentro dos debates globais sobre as tendências relacionadas ao uso de equipamentos e tecnologias voltadas para essa área.

Este ano, o evento se concentra em cinco temas abordados pelos expositores por meio de webinars, iniciados no mês de março e prosseguindo ao longo dos meses que antecedem a feira: Emissões zero, Canteiro de obras digital, Técnicas e materiais de construção do futuro, Máquinas autônomas e Mineração sustentável, eficiente e confiável.

A possibilidade de operar de forma autônoma, com o operador desembarcado e a distância é tendência cada vez mais forte no setor de máquinas.

Estudos e tecnologias relacionadas a essa nova forma de operação também serão disseminados na Bauma. Entre as principais discussões sobre o assunto é que as máquinas que trabalham de forma autônoma serão o futuro da indústria da construção.

Contudo, a hipótese de autonomia completa do equipamento ainda é pouco provável, porque ainda existem desafios técnicos complexos relacionados à segurança.

De acordo com Tim-Oliver Müller, diretor da Associação Alemã da Indústria da Construção (HDB), é muito mais realista e viável para o setor desenvolver e usar máquinas inteligentes com funções semiautomatizadas, automatizadas ou de apoio e aplicá-las em processos de construção selecionados, como em terraplenagem, construção de estradas ou construção pesada.

“Essas soluções podem aliviar os operadores de máquinas de atividades repetitivas e cansativas. As máquinas inteligentes também seriam independentes de suas tarefas individuais, vantagem que não deve ser subestimada em tempos de escassez de trabalhadores qualificados”, observa Müller.

Para permitir a automação parcial mesmo em locais de construção mais complexos, a comunicação máquina a máquina entre fabricantes é essencial. Por isso, em parceria com a HDB, a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais (VDMA) quer criar as melhores condições para isso.

Na bauma 2019, as duas entidades fundaram o grupo de trabalho “Máquinas em Construção 4.0” (Mic 4.0), que atualmente conta com 105 membros de sete nações e 31 grupos de trabalho. Para que os processos nos canteiros de obras sejam executados de forma mais digitalizada, inteligente e, em última análise, mais autônomo no futuro, dados sobre o status das máquinas precisam ser padronizados.

Isso começa com as informações sobre se uma máquina está ligada ou desligada. “Embora os fabricantes até agora tenham definido isso para seus próprios produtos, essa necessidade agora se aplica a todos os fabricantes comprometidos com o Mic 4.0, em qualquer máquina de construção com motor a combustão interna que envia o sinal 'on' e o virabrequim do motor gira”, diz Darius Soßdorf, diretor administrativo da Mic 4.0.