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Alta de juros e suspensão do crédito controlado preocupam agronegócio

CNA pede lei para garantir orçamento e indústria de máquinas vê momento de cautela

Globo Rural

22/02/2022 11h00 | Atualizada em 22/02/2022 12h24

O aumento da taxa de juros e as dificuldades de acesso ao crédito rural, especialmente as operações com recursos subvencionados, têm sido motivo de preocupação para o agronegócio.

Representações do setor pedem ao governo uma solução para a retomada da liberação dos financiamentos controlados para custeio e investimento, em plena colheita da safra de verão e início do plantio das culturas de meio de ano no Brasil.

No início de fevereiro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enviou um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e outro ao presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR), cobrando soluções. A entidade pede um projeto de lei complementar que recomponha o Orçamento de 2022 e garanta os recursos necessários.

“A escalada da taxa Selic desde março/2021 não foi dimensionada quando da formulação do orçamento 2022, o que compromete novas operações de crédito em 2022, assim como as tão necessárias renegociações de prazo

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O aumento da taxa de juros e as dificuldades de acesso ao crédito rural, especialmente as operações com recursos subvencionados, têm sido motivo de preocupação para o agronegócio.

Representações do setor pedem ao governo uma solução para a retomada da liberação dos financiamentos controlados para custeio e investimento, em plena colheita da safra de verão e início do plantio das culturas de meio de ano no Brasil.

No início de fevereiro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enviou um ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e outro ao presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR), cobrando soluções. A entidade pede um projeto de lei complementar que recomponha o Orçamento de 2022 e garanta os recursos necessários.

“A escalada da taxa Selic desde março/2021 não foi dimensionada quando da formulação do orçamento 2022, o que compromete novas operações de crédito em 2022, assim como as tão necessárias renegociações de prazos de reembolso do crédito nas regiões cuja produção agropecuária foi significativamente impactada pela seca ou por chuvas excessivas”, justifica o presidente da CNA, João Martins, nos ofícios.

A situação se agravou ainda mais depois da recente reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC). No dia 2 de fevereiro, o Copom elevou novamente a taxa Selic.

Os juros básicos da economia brasileira passaram de 9,25% ao ano para 10,75% ao ano, na tentativa de controlar a inflação. A Selic, além de base de remuneração de títulos públicos, é taxa de referência para operações de financiamento. A decisão refletiu diretamente no crédito rural.

Máquinas agrícolas – Na indústria de máquinas, a situação vem se estendendo há meses, conta Pedro Estêvão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSMIA/Abimaq).

Ele pontua que os recursos do Moderfrota, principal linha de financiamento controlado para investimento dos produtores rurais na compra de maquinário, estão escassos pelo menos desde novembro de 2021.

Sem os recursos controlados, o produtor rural tem que recorrer aos juros de mercado de bancos privados ou até linhas de crédito próprias dos bancos públicos, que têm taxas mais altas.

De acordo com executivo da Abimaq, o custo total dos financiamentos, a depender da operação e da análise de risco do cliente, por variar de 15% a 17% ao ano.

Ao mesmo tempo, o preço das máquinas também subiu algo em torno de 25% no ano passado, de acordo com dados da indústria. "Estávamos apreensivos, porque o custo do dinheiro está caro e não tinha alternativa. O que estava salvando é que o agricultor vem de dois anos de rentabilidade, estava mais capitalizado e as vendas estavam correndo bem", analisa Estêvão.

Ainda assim, pelo menos por enquanto, a indústria mantém a previsão de crescimento para este ano em 5%. Parece pouco, mas não é, afirma o presidente da Câmara Setorial da Abimaq, lembrando que os dois últimos ano já foram de forte alta nas vendas: 17% em 2020 e 42,5% em 2021.

"Precisa rodar o mercado mais um pouco para ver como ele se comporta", analisa. "É uma base de faturamento muito alta. Ninguém fala que vai cair. Vamos avaliar melhor, mas esse número me parece razoável. Nas culturas de exportação, que é o maior mercado, o produtor vem tendo rentabilidade, está mais capitalizado e está a fim de investir", acrescenta.

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