Valor Econômico
29/03/2022 11h00
Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, a agricultura e a construção puxaram o crescimento dos investimentos entre 2019 e 2021 no país.
Estudo do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec/Fipe) aponta que os segmentos responderam por 2/3 do aumento da produção de bens de capital entre 2019 e 2021.
“Esse aumento de investimentos veio principalmente da agricultura, com o bom desempenho das commodities, e da construção, com as taxas de juros ainda relativamente baixas”, explica o coordenador do Cemec-Fipe e responsável pelo estudo, Carlos Antonio Rocca.
Para entender a origem dessa expansão do investimento, Rocc
...Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, a agricultura e a construção puxaram o crescimento dos investimentos entre 2019 e 2021 no país.
Estudo do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec/Fipe) aponta que os segmentos responderam por 2/3 do aumento da produção de bens de capital entre 2019 e 2021.
“Esse aumento de investimentos veio principalmente da agricultura, com o bom desempenho das commodities, e da construção, com as taxas de juros ainda relativamente baixas”, explica o coordenador do Cemec-Fipe e responsável pelo estudo, Carlos Antonio Rocca.
Para entender a origem dessa expansão do investimento, Rocca leva em consideração trabalho realizado pelo economista Gilberto Borça Jr., que mostra que a taxa de investimento passou de 16,2% do PIB em 2019 para 18,2% do PIB em 2021.
A discrepância com os dados do IBGE – que mostram aumento da taxa de investimentos de 15,5% do PIB em 2019 e 19,2% 2021 – ocorre porque ele desconta dois fatores que afetaram os investimentos no período.
O primeiro é a mudança dos preços relativos entre os bens de capital que compõem a FBCF e os de bens de serviços que compõem o PIB, pelo aumento do câmbio, que afeta os bens de capital importados.
Já o segundo é o impacto do valor das plataformas da Petrobras. Uma mudança tributária (com o fim do Repetro, regime aduaneiro especial que facilitava a importação de bens destinados à exploração de petróleo) fez com que o investimento fosse puxado pela importação de bens de capital em período recente.
“Quando se olha os dados da FBCF entre 2019 e 2021, vemos que o destaque são as máquinas e equipamentos e a construção”, afirma o coordenador.
“A partir daí, olhamos a produção de máquinas e equipamentos e vimos o peso grande dos setores agrícola e de construção.”
Considerando o índice de produção física de bens de capital do IBGE, o aumento entre 2019 e 2021 dos segmentos voltados para a agricultura ficou acima dos 40%, em termos reais (43,8% nos agrícolas e 47,8% nas peças agrícolas). Já os bens de capital para construção avançaram 40,48%, na mesma base de comparação.
Pelas contas do Cemec-Fipe, o índice de produção de bens de capital avançou 14,8% entre 2019 e 2021.
Desse aumento, 6,44 pontos percentuais vieram do segmento agrícola e 0,91 ponto percentual de peças agrícolas, somando 7,35 pontos percentuais, ou quase metade (49,7%) do crescimento.
Já os bens de capital para construção são 2,47 pontos percentuais, ou 16,7% da expansão.
10 de janeiro 2025
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