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Revista M&T - Ed.125 - Junho 2009
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Sistemas de iluminação

Versatilidade nas frentes de trabalho

Além de aumentar a produtividade e segurança em trabalhos noturnos ou escavações subterrâneas, equipamentos incorporam grupos geradores com potência excedente para a oferta de pontos de energia no campo

Um levantamento feito pela Terex Latin America aponta forte tendência de crescimento no mercado brasileiro de torres de iluminação, que este ano deverá consumir o equivalente a um terço do total de equipamentos em operação no país. Para um segmento que conta com cerca de 2.500 a 3.000 unidades em atividade, uma demanda de 750 a 1.000 novos equipamentos em apenas um ano, conforme as projeções da empresa, merece atenção especial.

Para disputar uma fatia desse segmento, movimentado basicamente por locadoras de equipamentos, a fabricante aposta no diferencial tecnológico de seus produtos da linha Genie. Segundo Raphael Cardoso, gerente comercial da Terex Latin America, o objetivo é manter os atuais níveis de participação da marca no mercado, que ele avalia em cerca de 50%. Assim como outros fabricantes desse segmento, como a Atlas Copco, Gamma Cobra, Allight, Ingersoll Rand e Wacker Neuson, a empresa sabe que apenas a robustez e capacidade de autonomia dos equipamentos não são suficientes para obter ganhos de competitividade.

Nesse ponto, os fabricantes desenvolvem soluções voltadas a proporcionar maior versatilidade à operação dos equipament


Um levantamento feito pela Terex Latin America aponta forte tendência de crescimento no mercado brasileiro de torres de iluminação, que este ano deverá consumir o equivalente a um terço do total de equipamentos em operação no país. Para um segmento que conta com cerca de 2.500 a 3.000 unidades em atividade, uma demanda de 750 a 1.000 novos equipamentos em apenas um ano, conforme as projeções da empresa, merece atenção especial.

Para disputar uma fatia desse segmento, movimentado basicamente por locadoras de equipamentos, a fabricante aposta no diferencial tecnológico de seus produtos da linha Genie. Segundo Raphael Cardoso, gerente comercial da Terex Latin America, o objetivo é manter os atuais níveis de participação da marca no mercado, que ele avalia em cerca de 50%. Assim como outros fabricantes desse segmento, como a Atlas Copco, Gamma Cobra, Allight, Ingersoll Rand e Wacker Neuson, a empresa sabe que apenas a robustez e capacidade de autonomia dos equipamentos não são suficientes para obter ganhos de competitividade.

Nesse ponto, os fabricantes desenvolvem soluções voltadas a proporcionar maior versatilidade à operação dos equipamentos no campo. Além de cumprir sua função básica, fornecendo iluminação durante os trabalhos no período noturno, eles incorporam geradores de pequeno porte, que alimentam o mastro de luz e permitem prover pontos de energia para ferramentas elétricas e outros equipamentos mobilizados na frente de serviço. Um exemplo, segundo Cardoso, é o modelo Genie TML 4000, lançado na M&T Expo 2009, com o foco nos mercados de construção pesada e mineração.

Para enfrentar condições severas de operação nas frentes de lavra e canteiros de obras, a torre de iluminação conta com cápsula metálica montada sobre chassi. “Além disso, seu mastro atinge um alcance de até 8,6 m, realiza rotações de 359º e é confeccionado em aço galvanizado, o que confere robustez ao equipamento”, afirma o executivo. Importada dos Estados Unidos, a TML 4000 é montada no Brasil e vem com um grupo gerador de 6 kW, sendo que 2 kW ficam disponíveis para acoplamentos elétricos. “O sistema de iluminação demanda apenas 4 kW de potência.”

Acendimento automático

Mauricio Colombo, gerente de marketing estratégico da Terex, ressalta os ganhos de produtividade e de segurança obtidos com o uso de sistemas móveis de iluminação. “Eles possibilitam operar com mais turnos de trabalho, o que representa uma solução para minas de alta produção, para grandes obras e projetos com o cronograma apertado.” Como exemplo de aplicação dos equipamentos da empresa, ele cita a construção da Linha Verde, uma ligação viária entre as cidades de Belo Horizonte e Confins (MG), além de várias operações de mineração no país.

Colombo destaca ainda o modelo AL 800, voltado para os setores de construção pesada e mineração, que conta com estrutura mais robusta e grupo gerador de 8 kW a 20 kW, dependendo da necessidade do usuário. Dotado de mastro articulado de acionamento hidráulico, o equipamento pode ser montado com quatro, seis ou oito lâmpadas de 1 kW cada. “Ele conta com acessórios exclusivos para operar em frentes de mineração e outras aplicações severas, como um tanque de combustível adicional e sistema de acionamento automático da iluminação por fotocélula”. Com isso, o equipamento pode ser programado para que as luzes sejam acesas ao final da tarde e desligadas ao raiar do dia, sem a interferência de um profissional no campo.

Raphael Cardoso explica que as torres de iluminação geralmente operam com uma autonomia média de 60 horas de trabalho e, como a AL 800 pode ser adquirida com um tanque de combustível adicional, sua capacidade chega a ser o dobro da dos modelos convencionais: 120 horas de trabalho. “Como seu mastro hidráulico articula em ângulos maiores que 90º para cima e para baixo, ela possibilita diferentes posicionamentos no campo, permitindo focar a iluminação diretamente em um ponto de perfuração, por exemplo.”

Modelo compacto

Na avaliação da Atlas Copco, os usuários brasileiros demandam esse tipo de equipamento exclusivamente para prover iluminação na frente de serviço, dispensando funcionalidades como a oferta de pontos de energia adicionais. “No passado, lançamos um modelo com alto nível de sofisticação,
 que adotava o conceito modular e potência adicional para a oferta de energia no campo, mas o mercado não assimilou essa ideia e percebemos que os clientes querem algo mais simples”, pondera Marcelo Falchi, engenheiro de produto da área de portáteis da fabricante.

O destaque da empresa nessa área é a torre de iluminação QLT4, lançada na M&T Expo 2009 com a proposta de oferecer aos usuários uma economia de combustível entre 20% e 30% em relação aos modelos convencionais. De acordo com Falchi, esse ganho se deve ao fato de o equipamento contar com a nova tecnologia de alternador PMG, com gerador de imãs. “Trata-se de um componente 75% menor que os tradicionais e, com isso, conseguimos trabalhar com um motor menor, reduzindo o consumo de combustível e tornando o equipamento mais compacto.” Além disso, ele afirma que esse alternador é de 15% a 20% mais eficiente do que os modelos tradicionais.

A torre de iluminação é importada dos Estados Unidos e possui um tanque de combustível com capacidade para 113 litros de diesel, o que confere uma autonomia de 85 horas de trabalho ao equipamento. “Entre outras características, ela não precisa de ventilador para o resfriamento do rotor, o que diminui o nível de ruído na operação”, complementa Falchi. Além disso, o mastro manual da QLT4 realiza rotações de 360º e suas lâmpadas de aneto metálico proporcionam foco variável, características que o especialista considera indispensáveis para a maior eficiência na iluminação.

Tecnologia nacional

Como única fabricante brasileira de torres de iluminação, a Gamma Cobra destaca a possibilidade de os usuários adquirirem seus produtos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da linha de crédito Finame. Em termos de tecnologia, a empresa acompanha a tendência do mercado de desenvolver equipamentos versáteis, com grupo gerador dotado de potência adicional para a oferta de pontos de energia.

O diferencial, segundo o diretor Horacio Alberto Paracampo, fica por conta da potência fornecida pelo gerador: 15 kW, sendo que o sistema de iluminação consome apenas 4 kV, seja ele dotado de lâmpadas alógenas ou a vapor metálico. Vale ressaltar que esse último tipo de lâmpada, quando desligada, exige um tempo de espera para religar, o que torna indispensável o uso de modelos alógenos em situações de emergência, como operações em aeroportos, por exemplo, onde uma espera de alguns segundos pode comprometer a segurança dos voos.

Como opcional, a Gamma Cobra também fornece sistemas à base de balão luminoso, um conjunto de projetores de focalização dirigida que se torna uma verdadeira fonte de luz difusa. O sistema é composto por balão pressurizado de material translúcido e tem 4 kW de potência luminosa. As torres de iluminação da marca são equipadas com tanque de combustível de 120 litros de capacidade e atingem autonomia de até 85 horas de trabalho. Paracampo ressalta ainda a tecnologia de acionamento elétrico do mastro. “Esse é um diferencial à parte, pois os demais equipamentos desse tipo comercializados no país têm mastro com acionamento hidráulico ou manual”, diz ele.

Segundo o executivo, em 2008 a empresa comercializou 120 unidades desse tipo de equipamento no mercado brasileiro, atendendo obras de grande porte – como hidrelétricas e rodoviárias – e operações de emergência em aeroportos e Corpos de Bombeiros. “Além de robustos, eles apresentam elevada estabilidade devido ao seu sistema de patolas, que suporta ventos de até 100 km/h, tornando esses equipamentos indicados para aplicação severa em construção pesada.” Ele explica que as torres são montadas sobre chassi com dois eixos, possibilitando seu reboque por caminhão ou veículos utilitários em velocidade de até 100 km/h.

Mercado aquecido

Outro competidor disposto a conquistar uma fatia desse mercado é a australiana Allight, cujas torres de iluminação são distribuídas no país pela Renco. Até o final desde ano, a empresa espera vender 200 unidades, atendendo os setores de construção pesada e mineração. “O mercado brasileiro está realmente aquecido nesse segmento de máquinas. Para se ter uma ideia, das 64 unidades que estamos trazendo para o país, somente quatro ainda não foram vendidas”, disse David Price, gerente de vendas da Allight para as Américas, durante a M&T Expo 2009.

A empresa está concentrando seus esforços em dois modelos de equipamentos, sendo um para o setor de obras públicas – o NightShifter6000 – e outro para mineradoras – o NighShifter9000. “Esse modelo, aliás, está presente em diversas mineradoras ao redor do mundo e se caracteriza por contar com sistema de acionamento totalmente hidráulico”, explica Price.

No mercado de construção, ele explica que os equipamentos não necessitam de roldanas para a elevação do mastro e os modelos oferecidos pela empresa contam com lâmpadas sem filamento, que chegam a durar cinco vezes mais do que as tradicionais e fornecem luz branca. “As empreiteiras brasileiras já estão familiarizadas com essa tecnologia na execução de obras noturnas e uma prova disso são as 30 unidades que vendemos na cidade do Rio de Janeiro, além de outros equipamentos fornecidos para a construção do Anel Viário 2 de Julho, em Salvador.”

Nesse último caso, Price diz que a Renco cedeu uma unidade para teste e pouco tempo depois o consórcio de construtoras adquiriu várias outras. Os sistemas de iluminação da marca são equipados com motor Caterpillar, adequado às normas internacionais de controle de emissões (Tier 3) e, como são compactos, permitem o transporte de até oito unidades em uma carreta.

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