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Revista M&T - Ed.74 - Dez/Jan 2003
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PLANEJAMENTO

Um olho de “Niemayer” no Paraná

Construtora executa em prazo recorde o ambicioso projeto do novo museu, em Curitiba

A cinquentenária construtora paranaense CESBE S.A. Engenharia e Empreendimentos colocaram à prova sua capacidade técnica e de planejamento ao assumir o compromisso de executar, em um prazo máximo de 185 dias, as obras do Museu de Arte do Paraná, batizado como "NovoMuseu" — um dos mais recentes e ambiciosos projetos de Oscar Niemeyer. Um simples esboço desse projeto dá uma idéia do desafio que foi vencido no final do ano passado. O Novo Museu do Paraná apresenta tudo o que há de mais sofisticado em arquitetura e construção civil. Como previsto por Niemeyer, o NovoMuseu fica suspenso no ar, possibilitando uma vista de toda a cidade, através de grandes vidros e fachadas. No que diz respeito ao arrojo estrutural, o NovoMuseu tem uma superfície de 70x30 metros, com duplo balanço formado por duas vigas protendidas e altura variável, 5,5 metros na maior seção, apoiadas em dois pilares de 9,10 x 1,20 metros, vazados, que descarregam em dois blocos de 160 m3 cada. Estes, por sua vez, coroam 112 estacas raiz de 30 centímetros de diâmetro, com capacidade de 100 toneladas cada.

A obra conta ainda com elevadores, monta carga shafts de utilidades e escadarias, contidos entre os pilares e duas paredes curvas. O formato de "olho" é constituído por duas lajes curvas. A inferior é apoiada em vigas transversais invertidas protendidas e a superior é apoiada em vigas longitudinais convencionais trabalhando a compressão.

Entre as duas lajes, encontra-se a área de exposições, baseada sobre a anteriormente citada laje plana de 30x70 metros, apoiada sobre vigas transversais protendidas. As fachadas principais (frente e fundos da obra) são formadas por painéis duplos de vidro laminado de 10 milímetros, fixados em estrutura metálica, que por

si só já constituem uma complexa obra de engenharia. Planejamento. Foi constatado que os prazos não seriam atingidos caso o projeto


Construtora executa em prazo recorde o ambicioso projeto do novo museu, em Curitiba

A cinquentenária construtora paranaense CESBE S.A. Engenharia e Empreendimentos colocaram à prova sua capacidade técnica e de planejamento ao assumir o compromisso de executar, em um prazo máximo de 185 dias, as obras do Museu de Arte do Paraná, batizado como "NovoMuseu" — um dos mais recentes e ambiciosos projetos de Oscar Niemeyer. Um simples esboço desse projeto dá uma idéia do desafio que foi vencido no final do ano passado. O Novo Museu do Paraná apresenta tudo o que há de mais sofisticado em arquitetura e construção civil. Como previsto por Niemeyer, o NovoMuseu fica suspenso no ar, possibilitando uma vista de toda a cidade, através de grandes vidros e fachadas. No que diz respeito ao arrojo estrutural, o NovoMuseu tem uma superfície de 70x30 metros, com duplo balanço formado por duas vigas protendidas e altura variável, 5,5 metros na maior seção, apoiadas em dois pilares de 9,10 x 1,20 metros, vazados, que descarregam em dois blocos de 160 m3 cada. Estes, por sua vez, coroam 112 estacas raiz de 30 centímetros de diâmetro, com capacidade de 100 toneladas cada.

A obra conta ainda com elevadores, monta carga shafts de utilidades e escadarias, contidos entre os pilares e duas paredes curvas. O formato de "olho" é constituído por duas lajes curvas. A inferior é apoiada em vigas transversais invertidas protendidas e a superior é apoiada em vigas longitudinais convencionais trabalhando a compressão.

Entre as duas lajes, encontra-se a área de exposições, baseada sobre a anteriormente citada laje plana de 30x70 metros, apoiada sobre vigas transversais protendidas. As fachadas principais (frente e fundos da obra) são formadas por painéis duplos de vidro laminado de 10 milímetros, fixados em estrutura metálica, que por

si só já constituem uma complexa obra de engenharia. Planejamento. Foi constatado que os prazos não seriam atingidos caso o projeto fosse executado de forma convencional (fundação, pilares, vigas principais, etc.). A solução encontrada foi a de dividir a estrutura em três partes separadas por planos verticais, todas realizadas simultaneamente. São elas: a parte central (formada pela fundação, blocos, pilares, escadaria, até a laje) e duas secções laterais (formando as vigas curvas inferiores). As três partes deveriam se encontrar na mesma data, para que a estrutura principal (olho) tivesse um desenvolvimento contínuo.

Após uma análise detalhada da obra, decidiu-se pela utilização de escoramento metálico convencional, apoiado em laje de concreto armado, especialmente dimensionada para sustentar os grandes esforços. Posteriormente, viria a formar o fundo do espelho d'água, previsto no projeto arquitetônico. Enquanto se desenvolvia a construção da parte central, nas laterais era preparada a infraestrutura para o escoramento. De um lado, a construção de um túnel de ligação entre o anexo (olho) e o prédio já existente, o qual deveria ser escorado para resistir às cargas do escoramento, que se apoiava na laje superior. Do outro lado, as fundações e pilares das passarelas curvas de acesso aos prédios. Após a concretagem da laje de fundação, o escoramento seria montado em cada uma das partes, e sobre ele seriam instaladas as formas da laje curva inferior e das vigas da superestrutura e as respectivas armaduras.

Método Construtivo.
Após a realização de uma análise das estruturas do projeto do NovoMuseu, chegou-se à conclusão de que elas eram bastante similares a uma estrutura de ponte com pilares, balanços com vigas protendidas, entre outras semelhanças. Os escoramentos metálicos seriam fundamentais para o sucesso do plano executivo, tanto no que se refere ao dimensionamento estrutural, quanto à logística de atendimento, uma vez que seria necessária a mobilização de 700 toneladas de estruturas tubulares imediatamente, além da respectiva supervisão de montagem, pois não seria possível o reaproveitamento de equipamentos nas diversas fases. Para essa função foi escolhida a empresa Mills, fornecedora habitual da Cesbe.
Logo após a assinatura do contrato com a Mills, esta formulou um projeto especial para o escoramento considerando todos os fatores envolvidos. A laje de concreto, originalmente prevista para o fundo do espelho d'água, foi redimensionada, bem como o subleito, tendo em vista os esforços permitidos da estrutura. Foram ainda adotados perfis metálicos sob o escoramento das vigas principais longitudinais, de forma a redistribuir a carga transmitida das vigas transversais quando da sua protensão. Para montagem e desmontagem dos escoramentos, foram contratadas equipes especializadas equipadas com guindastes, para a obtenção de uma rápida montagem e desmontagem.
A decisão de utilizar formas pré-fabricadas metálicas foi natural, devida à facilidade de manipulação, agilizando assim os trabalhos de carpintaria. Nos setores onde não fosse possível a sua utilização, seriam usadas formas convencionais preparadas no canteiro.
O volume de concreto fornecido para todo o complexo do NovoMuseu totalizou 5.226 m3, sendo utilizados concretos de várias classes de resistência de projeto, variando entre 25,0 a 40,0 MPa. O primeiro desafio foi a execução dos dois blocos de fundação com volumes de cerca de 170 m3 cada. O projeto especificou a relação água/cimento máxima de 0,50.
Entretanto, essa restrição de projeto implica em um elevado consumo de cimento, o que provocaria um aumento considerável da temperatura do concreto na fase inicial de endurecimento, causando fissuração na estrutura. Por isso, optou-se pela utilização do cimento tipo CP IV (Cimento Portland Pozolânico) de baixo calor de hidratação, associado aos aditivos Polifuncional e Superfluidificante de terceira geração, combinados. Outra condição especial foi a da estrutura do Museu, especificada para usar o fck igual a 35,0 MPa e relação água/cimento igual ou menor que 0,45, agregado de dimensão máxima igual a 9,5 mm. Assim, novamente o uso de aditivos especiais tornou-se obrigatório. Outro fato marcante foi o controle tecnológico do concreto, que apresentou, aos 28 dias de idade, resultados de rompimento de corpos de prova que atingiram a marca de 50.9 MPa.

Esta especificação de concreto e seus resultados permitiram uma significativa redução nos prazos de descimbramento e de protensão. Na concretagem das lajes da área principal foram utilizados equipamentos de nivelamento a laser, além de desempenadeiras mecânicas, de forma a se eliminar o contrapiso, excluindo assim uma atividade posterior.

Um aspecto fundamental para o sucesso do planejamento era a execução da laje curva da cobertura, com 70 metros de vão em arco, que dispunha de apenas 40 dias de prazo. O arquiteto Oscar Niemeyer, devido a sua fidelidade ao concreto armado não aceitou sua substituição por estrutura metálica. Assim as vigas em arco foram executadas de forma convencional apoiadas sob o escoramento metálico instalados sobre a laje recém-concretada, ainda escorada. Sobre as formas das vigas foram instaladas lajes protendidas, com 3,5 centímetros de espessura, sobre a qual foi concretada a laje convencional. Esta opção reduziu consideravelmente o escoramento metálico, as atividades de desforma e o acabamento inferior da laje, atingindo com isso o objetivo traçado. A retirada do cimbramento deu-se em apenas cinco dias.

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