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Revista M&T - Ed.63 - Fev/Mar 2001
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Bauma'2001

Um exposição européia, com repercussão mundial

Por Wilson Bigarelli

Durante sete dias - de 2 a 8 de abril - Munique, na Alemanha, tornou-se o ponto de encontro da indústria mundial de equipamentos para construção. Mais de 390.000 visitantes, provenientes de 152 países passaram pelas roletas do New Munich Trade Fair Centre, onde 2.341 expositores (superando os 1993 de 1998) de 42 diferentes países apresentaram equipamentos e serviços. A área de exibição total neste ano chegou a 445 mil m2 - 160.000 m2 de área interna e 285 mil m2 de área externa.

“Bauma serve como um termômetro do comércio, uma espécie de medidor de nível dos investimentos mundiais no setor. É também uma plataforma de inovação, apresentando o estado da arte em tecnologia para os próximos anos", afirmou aos jornalistas na abertura do evento, Udo Kostlin, diretor da Associação Alemã de Fabricantes de Equipamentos de Construção, que integra a VDMA (entidade maior que congrega os fabricantes de máquinas naquele país).

"Nós estamos satisfeitos com o perfil do público de Bauma e vimos gratificados os esforços de divulgação dentro e fora da Alemanha, com especial atenção para os mercados do futuro, como o leste europeu, a Asia e a América Latina, que neste ano mereceu um destaque à parte", afirmou Manfred Wutzlhofer, presidente da Messe München, empresa organizadora do evento. A proporção de visitantes fora da Alemanha, segundo ele, cresceu 4% quando comparado a última edição do evento - para um total de 28%.

Reinhold Festge, presidente da Assembleia Consultiva de Bauma e da Associação Alemã de Fabricantes de Equipamentos de Construção, também se mostrou satisfeito com os resultados alcan&ccedi


Por Wilson Bigarelli

Durante sete dias - de 2 a 8 de abril - Munique, na Alemanha, tornou-se o ponto de encontro da indústria mundial de equipamentos para construção. Mais de 390.000 visitantes, provenientes de 152 países passaram pelas roletas do New Munich Trade Fair Centre, onde 2.341 expositores (superando os 1993 de 1998) de 42 diferentes países apresentaram equipamentos e serviços. A área de exibição total neste ano chegou a 445 mil m2 - 160.000 m2 de área interna e 285 mil m2 de área externa.

“Bauma serve como um termômetro do comércio, uma espécie de medidor de nível dos investimentos mundiais no setor. É também uma plataforma de inovação, apresentando o estado da arte em tecnologia para os próximos anos", afirmou aos jornalistas na abertura do evento, Udo Kostlin, diretor da Associação Alemã de Fabricantes de Equipamentos de Construção, que integra a VDMA (entidade maior que congrega os fabricantes de máquinas naquele país).

"Nós estamos satisfeitos com o perfil do público de Bauma e vimos gratificados os esforços de divulgação dentro e fora da Alemanha, com especial atenção para os mercados do futuro, como o leste europeu, a Asia e a América Latina, que neste ano mereceu um destaque à parte", afirmou Manfred Wutzlhofer, presidente da Messe München, empresa organizadora do evento. A proporção de visitantes fora da Alemanha, segundo ele, cresceu 4% quando comparado a última edição do evento - para um total de 28%.

Reinhold Festge, presidente da Assembleia Consultiva de Bauma e da Associação Alemã de Fabricantes de Equipamentos de Construção, também se mostrou satisfeito com os resultados alcançados neste ano. "Bauma sempre consegue ser um evento fascinante. A mais completa mostra de equipamentos e máquinas, comprimida em apenas uma semana, bem distribuída e sinalizada em um gigantesco espaço de exposição - é realmente uma grande façanha.

Para a maioria dos brasileiros presentes - que com certeza formaram o maior continente de visitantes de um país não europeu (cerca de 600 pessoas) - Bauma'2001 continua a ser o maior evento mundial da indústria de equipamentos para construção.

“É o maior evento do setor, não há dúvida nenhuma", diz Afonso Mamede, da diretoria de equipamentos da Construtora Norberto Odebrecht e presidente da Sobratema - Sociedade Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção. Outros integrantes da diretoria da entidade, que também estiveram com Mamede em Bauma confirmam a sua opinião. "Muito mais do que europeia, é uma feira mundial", diz Jonny Altstadt, da Asserc Representações e diretor de Relações Internacionais da entidade. "O próprio público presente garante a Bauma uma representatividade internacional", acrescenta Carlos Fugazzola Pimenta, da Intech Engenharia, diretor da Sobratema e da M&T EXPO'2001. Para outro integrante da diretoria, Mario Hamaoka, da Rolink Tractors, Bauma é completa, "tanto para quem compra equipamentos, como componentes e peças". "Há disponibilidade de tecnologia em qualquer área da construção, inclusive em soluções oferecidas pelo chamado mercado paralelo. Além disso, é muito bem organizada”.

Show Biz Na Alemanha?

Para alguns profissionais da área, como Paulo Almeida, da Svedala Dynapac, e Guilherme Pecora, gerente geral da Ingersoll-Rand no Brasil, Bauma aderiu ao show biz, característica mais marcante até então da Conexpo, feira realizada em Las Vegas. Ou seja, os diversos fabricantes, para se diferenciar, passaram a utilizar recursos de marketing que nem sempre ressaltam os aspectos técnicos dos equipamentos.

Exemplo: um pequeno fabricante de empilhadeiras, a Still, apresentou em Bauma um show com uma cover da cantora Tina Turner. "Antes, não havia isso em Bauma, que era mais uma feira de negócios".

Esse mesmo clima de show biz pôde ser observado em outros cantos da mega-exposição de Bauma, ainda que as performances tenham sido mais criteriosas. A JCB, por exemplo, recorreu a um show técnico evolutivo para apresentar sua nova linha de retroescavadeiras. Para mostrar potência, um homem forte levanta o diferencial de uma delas nas costas. Depois, se posicionava no meio do chassi e erguia a máquina com duas mulheres e, na sequência, com quatro mulheres sentadas nas pontas.

Caterpillar e Komatsu também recorreram a grupos dançantes, mas nao deixaram de instalar em seus estandes simuladores para operação virtual dos mais diversos equipamentos. Houve também uma certa profusão de áreas para venda de miniaturas e não é exagero dizer que a Caterpillar montou praticamente um shopping em Bauma para venda dos mais variados produtos licenciados pela marca.

O dealer Craterpillar na Alemanha é a Zeppelin, mas que se saiu melhor nesse quesito foi a Liebherr, que providencio um autêntico "zeppelin” para sobrevoar a feira levando a bordo alguns privilegiados visitantes. Outros grandes fabricantes, como a Fiar Hitachi e a Volvo preferiram investir no já tradicional "balé" máquinas, fazendo com que os equipamentos da área de demonstração se movimentassem ao som das mais variadas músicas.

Uma feira para todos os gostos

Os integrantes da Missão Técnica da Sobratema e os demais brasileiros presentes em Bauma tinham interesses tão variados quanto os produtos e serviços apresentados. Representantes de fabricantes, usuários de grandes frotas de equipamentos ou prestadores de serviço, o grupo era bastante eclético e percorreu a maior feira mundial de equipamentos de construção atrás de novidades ou inovações específicas para o seu ramo de atividade.

Manoel Benedicto, gerente de vendas de caminhões da Souza Ramos, concessionária Ford, por exemplo, foi conferir as novas opções em betoneiras e confrontá-las com as soluções que estão sendo adotadas pelo novo caminhão Ford 8x4 que acaba de ser lançado. Ele também não deixou de visitar o estande da Cummins e comprovar a evolução contínua nos sistemas de gerenciamento eletrônico nos motores da marca.

Walter José Amâncio, diretor da Pauliclan - Peças e Equipamentos para Escavadeiras Hidráulicas, por outro lado, concentrou sua atenção nos novos acessórios para esse tipo de equipamento. Ele impressionou-se com os novos braços longos para demolição apresentados pela Komatsu e a Caterpiliar. "Outro destaque para mim foram as pás-carregadeiras da Liebherr, que aboliram totalmente a transmissão convencional - todo o serviço é feito por bombas".

Sérgio Sassaki, da engenharia de vendas da Liebherr, lembra que essa é uma característica das pás-carregadeiras da marca. "Faz muito tempo que a Liebherr insiste nesse ponto e aponta as vantagens dessa tecnologia. É uma tendência, que pôde ser percebida em Bauma'2001, onde todos os fabricantes já adotaram o sistema nas carregadeiras de pequeno porte".

Roberto Nahas, diretor da Geofix Engenharia, empresa que nos últimos anos fez grandes investimentos em equipamentos para fundações especiais, esteve no estande da Bauer, um de seus principais fornecedores, e estava negociando na feira um novo equipamento de circulação reversa para obras marítimas e fluviais - incluindo perfuração off shore.

Hugo Sales, da Tecbrita - Tecnologia e Britagem, construtora e pedreira de Fortaleza (CE), dividiu-se entre os estandes da Sandvik Tamrock, a Furukawa, a Atlas Copco e a Ingersoll - Rand, em busca de novidades na área de perfuratrizes hidráulicas com martelo de topo. "Essa é a configuração ideal para as condições brasileiras, com predomínio de terrenos rochosos. A tendência é de uma automatização cada vez maior. O problema é que o número de fornecedores, assim como ocorre nas centrais de britagem, tem se reduzido cada vez mais. É uma situação preocupante do ponto de vista do usuário".

A Camargo Corrêa enviou a Bauma 14 profissionais, entre os quais Rodrigo de Oliveira Rodrigues e Rogério Beloni dos Santos, da equipe de engenharia do canteiro de obras da Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. Rodrigo Rodrigues, que é gestor de produção, recolheu informações sobre novas centrais de concreto e misturadores contínuos. O que mais impressiona são os pacotes (de britagem e concretagem) compactos, como plantas de até 70 m3/h montadas sobre esteiras rebocáveis.

Outra coisa que chama atenção é a grande ênfase dada à reciclagem. Eles reaproveitam tudo, inclusive o próprio concreto, com processos precisos de separação e classificação. As novas gruas da Potain, que dispensam a cabine de operação, porque são operadas por controle remoto, também são apontadas pelos engenheiros da Camargo Corrêa com excelentes opções para movimentação de formas e painéis.

Sérgio Antônio Gusman, da Gusman Tratores, que comercializa peças e equipamentos usados, impressionou-se em Bauma com o grande número de fornecedores asiáticos de peças. “Como vem ocorrendo em outros segmentos da economia, chineses e coreanos também entraram agressivamente no mercado de peças de reposição. A grande incógnita, como nos outros casos, diz respeito à qualidade.

Outro aspecto que lhe chamou a atenção foi o grande leque de peças e componentes ofertados atualmente pelo mercado paralelo. “Não é mais só material rodante e componentes básicos, mas sistemas completos. A impressão que temos é que hoje qualquer um pode montar a sua própria máquina”.

Roberto Polachini, da Construtora Norberto Odebrecht e Diomar Martins Barbosa, da kaiobá Equipamentos, mostraram-se interessados nas novas centrais misturadoras (como as desenvolvidas pela BHS, Elba e Liebherr). Eles lembram que os europeus estão bastante avançados nessa área. porque não utilizam concreto misturado, por tombamento, em betoneiras.

No Brasil, as centrais misturadoras ainda estão restritas a grandes obras, envolvendo grandes volumes, onde seria inviável utilizar o número necessário de betoneiras. "As centrais misturadoras devem se difundir mais no Brasil, pois garantem maior qualidade e, ao diminuir o tempo de mistura, maior produtividade. Esses novos modelos reduzem o tempo médio de homogeneização de 7 minutos (quando feito em betoneira) para um tempo de até 16 s”, lembra Polachini.

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