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Revista M&T - Ed.197 - Dez/Jan 2016
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Transporte Rodoviário

Prontos para o recomeço

Para buscar uma retomada, fabricantes apostam em caminhões e implementos que garantam ao transportador maior produtividade e economia no consumo de combustível

Um dos mais afetados pela crise, o mercado de caminhões sofreu em 2015 uma queda brusca nas vendas, que retraíram 50%, conforme mostram dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Especificamente no setor da construção, a estimativa de retração é ainda maior, chegando a 64,4%, de acordo com o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção. “Mas com a reabertura do Finame/PSI, o segmento de caminhões pode dar um pequeno respiro” conjectura Luiz Moan, presidente da Anfavea.

Em meio a esse cenário de turbulências, não restam alternativas aos fabricantes senão inovar. Segundo Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo no Brasil, esse cenário complexo exige que as empresas ligadas ao transporte mostrem uma contínua evolução de seus produtos, serviços e soluções. A Volvo Trucks, diz ele, também conta com sua credibilidade e conhecimento do mercado brasileiro. “Essa não é a primeira crise que a Volvo enfrenta no país”, afirma Fedalto. “Aprendemos a superar esse tipo de situação, tanto o Brasil, quanto a própria empresa.”

Apostando em economia no consumo, a Volvo joga suas fichas no caminhão FH 6x4 com eixo suspensor, capaz de desengatar e levantar o segundo eixo de tração. “Esse tipo de caminhão era uma demanda solicitada pelo mercado”, explica o executivo, acrescentando que a solução é indicada para operações de transporte com pouca ou nenhuma carga. Como detalha o diretor, quando o suspensor de eixo está ligado, o segundo eixo motriz do caminhão é desativado, ao passo que as rodas são elevadas, reduzindo tanto o arrasto quanto as perdas mecânicas e o consumo de diesel (em 4%). “Este dispositivo permite que o motorista tenha dois eixos motrizes com o caminhão carregado, proporcionando melhor capacidade de manobra e mais conforto quando o veículo está com pouca carga ou vazio”, garante Fedalto.

Recém-chegada ao mercado brasileiro, a DAF Caminhões também reforça suas operações. Segundo o presidente Michael Kuester, a empresa está na contramão do mercado, investindo fortemente no país. Os aportes incluem 60 milhões de reais para a instalação de uma nova linha de motores Paccar MX na fábrica de Ponta Grossa (PR), que equiparão todos os caminh


Um dos mais afetados pela crise, o mercado de caminhões sofreu em 2015 uma queda brusca nas vendas, que retraíram 50%, conforme mostram dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Especificamente no setor da construção, a estimativa de retração é ainda maior, chegando a 64,4%, de acordo com o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção. “Mas com a reabertura do Finame/PSI, o segmento de caminhões pode dar um pequeno respiro” conjectura Luiz Moan, presidente da Anfavea.

Em meio a esse cenário de turbulências, não restam alternativas aos fabricantes senão inovar. Segundo Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo no Brasil, esse cenário complexo exige que as empresas ligadas ao transporte mostrem uma contínua evolução de seus produtos, serviços e soluções. A Volvo Trucks, diz ele, também conta com sua credibilidade e conhecimento do mercado brasileiro. “Essa não é a primeira crise que a Volvo enfrenta no país”, afirma Fedalto. “Aprendemos a superar esse tipo de situação, tanto o Brasil, quanto a própria empresa.”

Apostando em economia no consumo, a Volvo joga suas fichas no caminhão FH 6x4 com eixo suspensor, capaz de desengatar e levantar o segundo eixo de tração. “Esse tipo de caminhão era uma demanda solicitada pelo mercado”, explica o executivo, acrescentando que a solução é indicada para operações de transporte com pouca ou nenhuma carga. Como detalha o diretor, quando o suspensor de eixo está ligado, o segundo eixo motriz do caminhão é desativado, ao passo que as rodas são elevadas, reduzindo tanto o arrasto quanto as perdas mecânicas e o consumo de diesel (em 4%). “Este dispositivo permite que o motorista tenha dois eixos motrizes com o caminhão carregado, proporcionando melhor capacidade de manobra e mais conforto quando o veículo está com pouca carga ou vazio”, garante Fedalto.

Recém-chegada ao mercado brasileiro, a DAF Caminhões também reforça suas operações. Segundo o presidente Michael Kuester, a empresa está na contramão do mercado, investindo fortemente no país. Os aportes incluem 60 milhões de reais para a instalação de uma nova linha de motores Paccar MX na fábrica de Ponta Grossa (PR), que equiparão todos os caminhões XF105 e CF85 vendidos no Brasil, nas versões de 360 cv, 410 cv, 460 cv e 510 cv. “Com a fabricação de motores no país, a empresa tem como estratégia agilizar o processo produtivo, reduzir custos e aumentar o índice de nacionalização, estimulando o desenvolvimento de fornecedores locais”, comenta Kuester. “Além disso, esperamos aumentar o nosso market share em 5% neste ano.”

Com isso, a empresa busca obter uma posição mais consistente no segmento de pesados para transporte em curtas e médias distâncias. Para esse nicho, a empresa oferece justamente o cavalo mecânico CF85, disponibilizado nas versões 4x2 e 6x2 e equipado com motor Paccar MX de 12,9 litros, com capacidade de gerar potências de 360 cv ou 410 cv, além de duas opções de cabine – Sleeper e Space Cab.

Com capacidade máxima de tração de 60 toneladas, as configurações do caminhão atendem aos segmentos de cegonha, químicos, insumos agrícolas e cargas fracionadas, como destaca Luis Gambim, diretor comercial da DAF Caminhões Brasil. “O modelo tem ótimo desempenho com carreta três eixos, vanderleia ou LS (2+1)” afirma. “Além disso, atinge um índice de nacionalização que o habilita ao BNDES Finame.”

IMPLEMENTOS

Outro setor seriamente afetado pela crise foi a indústria de implementos rodoviários, que – de acordo com informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) – registrou queda de 42,2% no volume de emplacamentos entre janeiro e outubro de 2015.

No Brasil, a indústria de implementos soma quase 1.500 companhias, desde familiares a pesos-pesados, que têm como principal característica o fato de serem genuinamente brasileiras. “Não há multinacional atuando no nosso setor e somos importantes para a indústria”, comenta Alcides Braga, presidente da Anfir. “Por isso, devemos reivindicar nosso merecido destaque na economia brasileira.”

Para tanto, mesmo em um cenário econômico ainda instável, empresas como Randon, Noma e Rossetti vêm introduzindo novas tecnologias e disponibilizando opções mais econômicas e eficientes ao mercado. Dentre as principais novidades da Noma, por exemplo, está o lançamento no mercado brasileiro do rodotrem basculante alumínio de 41 m³, um produto ainda inédito no país. “Graças ao uso do alumínio como matéria-prima e da tecnologia de suspensão pneumática, é possível obter três mil kg de diferença na carga transportada”, comenta José de Araújo, gerente da divisão de engenharia de produto da Noma, comparando com um implemento similar de 35 m³ em aço de alta resistência. Também fabricado em alumínio, o bitrem silo cimento é outro produto da marca que busca espaço no mercado. “O implemento oferece até cinco toneladas a mais por viagem, na comparação com produtos em aço carbono”, afirma Araújo.

Na mesma toada, a Randon se sente na obrigação de oferecer produtos mais eficientes. Dentre os destaques do portfólio está o Ecoplate 2, solução composta por uma placa metálica unida a uma placa PVC por adesivo de alta performance. Segundo Alexandre Gazzi, diretor corporativo da Randon, o produto tem origem em uma tecnologia originalmente patenteada pela empresa em julho de 2005, inicialmente aplicada ao graneleiro Brasilis. Atualmente, equipa o graneleiro Linha R nas laterais, o semirreboque furgão Linha R e o painel frontal do semirreboque Sider.

Como não conta com madeira em sua composição, o Ecoplate 2 é mais leve em relação ao modelo anterior. “A concepção do painel de PVC assegura resistência física à unidade para uso com produtos químicos”, diz Gazzi. “A chapa metálica externa tem alta resistência a impactos, garantindo maior vida útil ao implemento.”

A Rossetti, por sua vez, aposta em equipamentos que atendam a necessidades de maior capacidade de carga, como o semirreboque basculante para cavalo 8x2 ou 8x4, que permite um aumento de até 8,5 toneladas no Peso Bruto Total (PBT). “Com três eixos em tandem, volume de até 46 m³ e capacidade de carga líquida de 35 toneladas, este equipamento garante uma distribuição perfeita da carga”, afirma Daniel Rossetti, superintendente da empresa. Ainda o foco na redução de custos, a Rossetti também aposta no semirreboque basculante Canguru, com dois eixos em tandem. “Com um eixo a menos na composição, o implemento é capaz de transportar a mesma carga de um 6x2”, finaliza o executivo.

Participação da Noma cresce 12,2% em 2015

Para Marcos Noma, presidente da fabricante paranaense Noma, não há outro caminho para o segmento de transporte rodoviário se tornar mais competitivo senão oferecer materiais mais eficientes e rentáveis ao transportador. Este tem sido o foco que, em 2015, permitiu à empresa registrar um aumento de 12,2% em seu market share, tornando-se uma das três maiores produtoras de carretas no país.

Em parte, esta expressiva participação da empresa foi alavancada pelo crescimento no setor florestal, obtido após o lançamento do tritrem florestal 7500, um implemento capaz de proporcionar ganhos de até 8 toneladas por dia e que em 2015 registrou um market share de 42% no segmento. “Esse produto nos ajudou a aumentar nosso market share total”, afirma Noma.

Até pelo bom momento, a empresa manteve os investimentos na construção de sua nova fábrica de Tatuí (SP), prevista para iniciar as atividades no segundo semestre de 2017. Com mais de 75 milhões de reais de aportes para viabilizar o projeto, a unidade terá capacidade de produção de 600 implementos por mês. “Isso tornará a empresa ainda mais competitiva, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de ampliar nossas exportações”, afirma o executivo.

 

 

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