Atualizar o conhecimento dos profissionais na área de manutenção; apresentar novas tecnologias; aprimorar a qualidade dos serviços prestados e permitir a ampla troca de ideias. De acordo com Carlos Pimenta, presidente da Sobratema, a parceria com o Instituto de Engenharia cumpre os princípios básicos das duas entidades. “Nosso primeiro objetivo é trazer aos profissionais informações sobre o que há de mais moderno no setor”, enfatizou.
Na opinião do engenheiro Alfredo Mário Savelli, presidente do do IE, essa união proporciona novas perspectivas à sua entidade. “A meta é promover a cultura em nossa área. A proposta de realização de palestras técnicas pela Sobratema é uma grande demonstração neste sentido". Estes foram os principais objetivos que levaram a Sobratema Sociedade Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção - e o Instituto de Engenharia-SP a se unirem para criar uma série de palestras, debates e apresentações de novas tecnologias. Dentro da programação, aconteceu no último dia 29 de julho, na sede do IE, a palestra “Eletrônica Embarcada: Controle Computadorizado de Carga”. A palestra foi proferida pelo Engenheiro Lauro Pereira Orsini e pelo técnico João Pereira Miranda, ambos da Marpress, empresa que representa a Teledyne - fabricante de equipamentos de controle eletrônico - no Brasil.
Na oportunidade, foi apresentado aos vários profissionais presentes o Sistema de Pesagem de Carga, que consiste em um conjunto de componentes hidráulicos e eletrônicos capacitado para pesagem de cargas transportadas por pás-carregadeiras, empilhadeiras e carregadeiras de toras, com precisão de aproximadamente 1,0%. O sistema é composto por três instrumentos: um processador de dados, uma impressora tipo matricial e um armazenador de dados.

Legenda: João Pereira Miranda

O processador é formado por um transdutor que, inserido na tubulação do sistema hidráulico de elevação de carga, junto a um dos cilindros, e ligado à parte elétrica do veículo, transforma a variação da pressão em impulsos elétricos. Esses impulsos são repassados ao microprocessador instalado na cabine de comando da máquina, que os transforma em unidades de peso, acumulando as diversas pesagens. Para que o circuito elétrico seja fechado, e a pesagem possa ser definida, foi desenvolvido um gatilho eletromagnético, que possibilita ao transdutor registrar imediatamente o peso da carga.
Com a impressora, os pesos serão registrados em fitas de papel, podendo ser utilizados posterior- mente. Já com o armazenador de dados, as informações são registradas em disquete.
Segundo os apresentadores, “esses instrumentos asseguram o perfeito desempenho da operação de pesagem, ao mesmo tempo em que dão maior comodidade à empresa usuária, pois possibilitam o registro e armazenamento dos dados para análise”. Informaram, ainda, que o sistema possibilita a pesagem de até 16 cargas independentes, apresentando: pesos com ou sem taras; a soma dos pesos das cargas; o peso alvo; o peso limite de segurança; e o grande total acumulado. “Basta o operador da máquina programar o processador com as calibragens estabelecidas, mediante o uso de um peso conhecido.

Legenda: Lauro Pereira Orsin

Com a utilização do sistema, de acordo com os palestrantes, os usuários conseguem reduzir o desgaste das máquinas, em decorrência do controle do excesso de carga; controlar a produtividade dos veículos e dos operadores; e pesar, de forma precisa e econômica, componentes granulados em processo industrial, como “blendagem de minérios”, por exemplo. Para treinar os operadores e calibrar o microprocessador, é enviado um profissional qualificado até o usuário. O curso dura, normalmente, entre 2 e 3 horas.
Segundo Roberto Salinas de Castro, várias empresas brasileiras importantes, do setor de mineração, já estão utilizando este sistema. “As empresas têm aproveitado esta tecnologia em diferentes tarefas: carregamento de vagões, controle de produtividade e controle de “blendagem” de minério, entre outras”.

Cláudio Ferreira