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Revista M&T - Ed.52 - Abr/Mai 1999
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Os equipamentos no grande palco de Las Vegas

A CONEXPO CON AGG’99 garantiu mais uma vez ao segmento de construção a primazia de organizar o maior evento do ano em território norte-americano. Que o digam, os hoteleiros da cidade de Las Vegas, que prepararam as camas de nada menos do que 136.000quartos de hotel. Distribuídos em cinco pavilhões cobertos e duas áreas externas -aproximadamente 148.700 m2 no total - mais de 1.883 expositores colocaram à disposição em seus estandes uma oferta de quase 10.000 itens entre produtos e serviços para o segmento. O público não decepcionou. O sistema eletrônico de acesso acusou a entrada, no Las Vegas Convention Center, entre 23 e 27 de março, de uma multidão de 125 mil pessoas, proveniente de mais de 100 países.
A organização esteve a cargo da Construction Industry Manufacturers Association (CIMA), da National Agregates
Association (NAA) e da National Ready Mixed Concrete Association (NRMCA).
Como todo evento tipicamente amer


A CONEXPO CON AGG’99 garantiu mais uma vez ao segmento de construção a primazia de organizar o maior evento do ano em território norte-americano. Que o digam, os hoteleiros da cidade de Las Vegas, que prepararam as camas de nada menos do que 136.000quartos de hotel. Distribuídos em cinco pavilhões cobertos e duas áreas externas -aproximadamente 148.700 m2 no total - mais de 1.883 expositores colocaram à disposição em seus estandes uma oferta de quase 10.000 itens entre produtos e serviços para o segmento. O público não decepcionou. O sistema eletrônico de acesso acusou a entrada, no Las Vegas Convention Center, entre 23 e 27 de março, de uma multidão de 125 mil pessoas, proveniente de mais de 100 países.
A organização esteve a cargo da Construction Industry Manufacturers Association (CIMA), da National Agregates
Association (NAA) e da National Ready Mixed Concrete Association (NRMCA).
Como todo evento tipicamente americano, não faltaram atrações adicionais, promoções e brindes. A National Ready Mix Concrete, sorteou uma legítima Harley Davidson, a Hercules Hydraulics franqueou o uso de um Chevrolet Corvette por um ano (quem quisesse também poderia levar uma miniatura, por USS 250!), a Melroe, em comemoração à fabricação de sua skid-steer loader número 400.000 sorteou uma unidade aos visitantes. Uma loja de souveniers, que mais parecia um super-mercado, reservou aos visitantes mais de 10.000 itens (um chapéu de cawboy, de gosto duvidoso, com a logomarca da feira estampada, estava sendo vendido a USS 29,95!). A Gradall apresentou um manipulador telescópico pintado como uma girafa em um cenário selvagem. A Grace Construction contratou artistas para esculpir com 17 toneladas de areia em seu estande uma réplica da cidade de Las Vegas. A Link-Belt recepcionou os visitantes na estrada principal com uma enorme caçamba de escavadeira com os dentes cromados. Não faltaram também ídolos do automobilismo e do esporte (o campeão olímpico de levantamento de peso e o campeão das 500 milhas de Michigan, por exemplo), além de um personagem antológico, o nonagenário empreiteiro e distribuidor de equipamentos norte-americano Herb Sargent - que participa de sua 13ª exposição consecutiva, desde que ela era apenas um Road Show,em Cleveland, no longínquo ano de 1938. Sem falar é claro de uma presença que pode ter valido a feira para quem viu: ninguém menos que o ex-astronauta americano Neal Armsrrong, que comemorava os 30 anos dos primeiros passos do homem na lua (por acaso, os dele) junto com os distribuidores da JLG Industries — fundada na mesma data, há três décadas.
Nos seminários que foram realizados paralelamente, mais de 25 mil tickets de inscrição haviam sido registrados antes mesmo da abertura da feira e outros 3.000 foram solicitados nos primeiros dois dias. Os seminários enfocaram novas tendências da indústria, informação tecnológica, gerenciamento de equipamentos e processos e treinamento de pessoal.
Do total de visitantes (125 mil pessoas), pelo menos 20% era de fora dos Estados Unidos. A maior delegação estrangeira era a da China, mas o Brasil esteve bem representado pela SOBRATEMA que em seu próprio estande estendeu uma bandeira nacional e passou a atuar quasecomo uma embaixada brasileira dentro da CONEXPO CON AGG’99. Por lá, circularam profissionais ligados a grandes construtoras brasileiras, distribuidores e fabricantes de equipamentos. Na pauta das conversações, novos negócios no mercado brasileiro e latino-americano e a consolidação de parcerias para a realização da M&T EXPO'99, em agosto.
Durante o evento, a diretoria da SOBRATEMA, estreitou os laços de relacionamento com Dennis Slatere Jason McGraw, respectivamente presidente e diretor de exposições da Construction Industry Manufacturers Association (CIMA), e com entidades representativas do segmento de equipamentos de vários países, como com a associação espanhola de fabricantes de equipamentos (a ANMOPyC).

Expositores (1850) dividiram área de 142.000 m2

A SOBRATEMA também prestigiou a premiação de dois empresários brasileiros - Roberto Iantorno, diretor da Construtora Vale Azul e Jáder Fonseca Leite, da Pella Construções e Comércio - pela revistaConstruction Equipment. Os dois foram considerados “Inovadores” pela introdução no mercado brasileiro de novas tecnologias - respectivamente, uma nova geração de valetadeiras CASE e equipamentos de concretagem Gomaco. Roberto Iantorno, diz ter se sentido muito honrado com a premiação. “E um reconhecimento internacional para um trabalho sério e responsável de uma pequena empresa brasileira que está encontrando o seu caminho com investimento em tecnologia e valorização de pessoal”. Para Jáder Fonseca Leite, o prêmio também foi gratificante. “Significa que alguém está olhando o trabalho que estamos fazendo.
Ficamos felizes também que os amigos brasileiros ligados a grandes construtoras foram nos prestigiar. E um incentivo para continuarmos apostando em tecnologia de ponta e em obras com qualidade de primeiro mundo para mantermos nossa competitividade.

Associoação entre a CONEXPO e a CON AGG consolidade

Os responsáveis pelas maiores frotas de equipamentos do Brasil também estiveram em Las Vegas. Para Gilberto Leal Costa,diretor de equipamentos da CNO (Construtora Norberto Odebrecht), no evento deste ano ficou evidente o acelerado processo de fusão entre os vários fabricantes. “Há uma mescla tão grande que não se sabe quem domina quem. Do ponto de vista do usuário, isso é muito bom, porque estão surgindo outros global players, como a Volvo e a FiatAllis, para competir com a Caterpillar e a Komatsu". Segundo ele, a maior competitividade no mercado garante produtos mundiais de maior qualidade e abre espaço para o estabelecimento de parcerias entre usuários e fabricantes. “O Brasil não está absolutamente defasado em termos de equipamentos. No passado, nós
tínhamos um mercado fechado e ocorreram algumas tentativas heróicas, nem sempre bem sucedidas, de se nacionalizar alguns produtos aqui dentro. Agora, mesmo o produto fabricado aqui não é feito só para o Brasil, mas para o mundo".
Lédio Vidotti, gerente da área de equipamentos da Camargo Corrêa,também acredita que o Brasil não está mais distanciado da última palavra em tecnologia. “Nós ainda temos uma parte da frota com idade avançada, mas o que importa é que hoje o que se compra aqui dentro, é o mesmo que se compra lá fora. Nos atualizamos muito nos últimos oito anos, porque a própria globalização fez com que nos atualizássemos”.

Desta vez, todas grandes fabricantes participaram

Petrônio Fenelon, superintendente de equipamentos da Construtora Andrade Gutierrez afirma não ter visto nenhuma grande novidade na CONEXPO. O que mais chamou sua atenção foi o grande número de equipamentos que utilizam componentes e sistemas de várias marcas - uma tendência que, em seu entender, parece irreversível, entre os vários fabricantes (exceto talvez entre os mais verticalizados, com a Caterpillar e a Liebherr).
Para ele, essa tendência, que tende a fazer com que as máquinas fiquem cada vez mais iguais e que a marca do equipamento perca importância em relação às dos seus diferentes componentes, traz algumas preocupações para o frotista. “E o caso de perguntarmos: como é que fica a assistência técnica e a garantia. Será que os diversos envolvidos não tenderão a empurrar os problemas para os outros, deixando o usuário descoberto. Ou os donos da marca assumem a responsabilidade, ou isso vai virar uma colcha de retalhos”.
Dentre os equipamentos apresentados na CONEXPO COM AGG’99, o que mais chamou a atenção dos brasileiros presentes foi o guindaste 2.100, para 1.000 t, da Manitowoc. “Éa resposta dos americanos, para os fabricantes europeus, que vinham produzindo equipamentos de maior capacidade, mas que, infelizmente, ganhavam esteiras cada vez mais pesadas”, diz Roberto Lourenção, da Guindastes Lourenção. A vantagem do 2.100, segundo ele, é que, por ser montado sobre um truck de oito esteiras, ele proporciona melhor distribuição de peso sobre o solo e maior facilidade de transporte”. Ainda no segmento de guindastes, ele destaca o modelo de 80 t da Link-Belt, que caracteriza-se por um avançado sistema de auto-montagem.”Ogrande problema desse tipo de equipamento de lança treliçada sempre foi a montagem, que dependia de uma série de procedimentos específicos e de um guindaste auxiliar”.
Paulo Esteves, gerente regional da Mills, lembra que, com a volta dos grandes fabricantes, a área de expositores na CONEXPO COM AGG aumentou visivelmente uns 30% em relação ao evento anterior. “A idéia de associação entre a CONEXPO e a antiga COM AGG realmente está bastante sedimentada”. No segmento de plataformas aéreas, ele percebeu uma grande evolução no desenvolvimento de equipamentos menos poluentes. “A JLG (representada no Brasil pela Mills”, apresentou o protótipo deuma plataforma aérea, com nível de poluição zero, pois o veículo utiliza um motor de acionamento elétrico, cujo combustível é o hidrogênio”. Segundo ele, o objetivo básico do fabricantes é o de antecipar-se às exigências da nova legislação ambiental que entrará em vigor na Califórnia no ano 2.002.

O estande brasileiro na Conexpo

Para Cláudio Schimidt, assessor de gerenciamento de frota da Camargo Corrêa, o que mais chamou a atenção durante a feira foram os equipamentos de produção que já utilizam o sistema GPS. “Não há mais aquele deslumbramento em relação à maioria dos equipamentos, porque nós também nos atualizamos muito nos últimos oito anos.
Petronio Fenelon concorda que a informática, aplicada a sistemas de monitoramento, posicionamento e controle, é a única que pode causar ao usuário brasileiro a mesma sensação por que passou no passado ao se deparar com
o primeiro caminhão articulado ou com um scraper com dois motores. Tanto que, mesmo uma ideia que lhe parece boa,
como a dos caminhões betoneira com descarga dianteira, não pode ser considerada uma novidade. “E um sistema
interessante, que garante visão total na descarga e que utiliza um veículo especialmente construído para aquela finalidade, mas que foi desenvolvido há muito tempo e que agora passou a ser adotado por um grande número de fabricantes".

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