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Revista M&T - Ed.11 - Mai/Jun 1992
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ENCONTRO

Os Desafios Para a Manutenção sem Reposição

Nesta edição continuamos apresentando o que as três maiores empresas do setor têm a dizer sobre os pontos críticos da manutenção. E agora em junho teremos um novo debate. Desta vez, sobre a vida útil dos equipamentos. Não percam.

Nesta edição da revista MANUTENÇÃO & TECNOLOGIA, apresentamos a segunda parte do debate MANUTENÇÃO SEM REPOSIÇÃO realizado em conjunto pela SOBRATEMA e o instituto de Engenharia de São Paulo. Embora o momento seja economicamente difícil e os preços das peças estejam cada vez mais proibitivos, os três convidados especiais a debaterem o assunto (Ney Sakamoto, da Komatsu; Gino Cucchiari, da Fiatallis e Jeferson Amorim, da Caterpiliar) acham difícil manter a manutenção das máquinas e equipamentos sem reposição. Mas eles concordam, também, que o melhor caminho para reduzir a reposição de peças é realizar a manutenção preventiva.

Veja, agora, a segunda parte da matéria sobre o encontro, onde as três empresas apresentam seus pontos de vista. Desta vez, nem todas as empresas responderam às perguntas feitas pelos participantes.

Pergunta - O que os fabricantes têm apresentado aos usuários em relação a programas de fornecimento de componentes à base de troca, e qual o reaproveitamento dos componentes usados?

Caterpillar - Esses programas são oferecidos pelos revendedores com componentes reformados por eles próprios ou pela própria fábrica. A Caterpillar e seus revendedores oferecem todos os componentes do material rodante, motores, transmissões, conversor de torque, cilindros hidráulicos, sistema elétrico e muitos outros componentes importantes. Tal programa visa oferecer aos clientes uma opção viável para diminuir os custos de operação do equipamento, reduzindo o tempo de paralisação da máquina. O grau de reaproveitamento depende, entre outros fatores, da manutenção pelo próprio cli


Nesta edição continuamos apresentando o que as três maiores empresas do setor têm a dizer sobre os pontos críticos da manutenção. E agora em junho teremos um novo debate. Desta vez, sobre a vida útil dos equipamentos. Não percam.

Nesta edição da revista MANUTENÇÃO & TECNOLOGIA, apresentamos a segunda parte do debate MANUTENÇÃO SEM REPOSIÇÃO realizado em conjunto pela SOBRATEMA e o instituto de Engenharia de São Paulo. Embora o momento seja economicamente difícil e os preços das peças estejam cada vez mais proibitivos, os três convidados especiais a debaterem o assunto (Ney Sakamoto, da Komatsu; Gino Cucchiari, da Fiatallis e Jeferson Amorim, da Caterpiliar) acham difícil manter a manutenção das máquinas e equipamentos sem reposição. Mas eles concordam, também, que o melhor caminho para reduzir a reposição de peças é realizar a manutenção preventiva.

Veja, agora, a segunda parte da matéria sobre o encontro, onde as três empresas apresentam seus pontos de vista. Desta vez, nem todas as empresas responderam às perguntas feitas pelos participantes.

Pergunta - O que os fabricantes têm apresentado aos usuários em relação a programas de fornecimento de componentes à base de troca, e qual o reaproveitamento dos componentes usados?

Caterpillar - Esses programas são oferecidos pelos revendedores com componentes reformados por eles próprios ou pela própria fábrica. A Caterpillar e seus revendedores oferecem todos os componentes do material rodante, motores, transmissões, conversor de torque, cilindros hidráulicos, sistema elétrico e muitos outros componentes importantes. Tal programa visa oferecer aos clientes uma opção viável para diminuir os custos de operação do equipamento, reduzindo o tempo de paralisação da máquina. O grau de reaproveitamento depende, entre outros fatores, da manutenção pelo próprio cliente e dos parâmetros de reutilização das peças.

Komatsu - A nossa empresa iniciou a comercialização de componentes à base de troca em 1989. Hoje esse tipo de operação se restringe a motores e bombas hidráulicas, já que não existe demanda para outros tipos de componentes. Mas se começar a existir demanda por qualquer outro tipo de componentes, poderemos iniciar imediatamente o fornecimento à base de troca.

Fiatallis - A nossa empresa, junto com os revendedores, oferece componentes recondicionados e garantidos pela fábrica à base de troca. Com isso, as paradas das máquinas são reduzidas e o cliente tem opção de uma intervenção assistencial a menor custo. Os componentes recebidos são analisados e reformados dependendo da viabilidade.

Pergunta - Como o fabricante de determinado equipamento vê o mercado paralelo praticando preços até 60% mais baratos que o seu distribuidor?

Caterpillar - Os principais motivos que levam a distorções estão relacionados com a situação econômica do país e aspectos ligados à matéria-prima situação econômica do país levantamos neste encontro. Em outros países, onde a economia é estável, esse valor pode ser mais baixo e a convivência entre o mercado paralelo e o distribuidor é saudável. A preocupação do fabricante do equipamento quanto ao uso indiscriminado de peças do mercado paralelo é quanto à utilização de peças que não tenham o mínimo de requisito técnico e de qualidade, podendo afetar o desempenho da máquina.

Komatsu - Essa situação é vista com muita preocupação por parte do fabricante, uma vez que conhedemos a função de cada uma das peças que compõem o nossos equipamento. E é desse conhecimento que vem o projeto de engenharia. Por exemplo, podemos afirmar que o simples fato da peça do mercado paralelo ter um tratamento térmico diferente do original, pode ocasionar quebras de outros componentes vitais, e, conseqüentemente, tornar a nova manutenção, ainda mais onerosa. O compromisso de qualidade e disponibilidade é o grande divisor de águas que nos separa do mercado paralelo.

Fiatallis - A prática de preços pelo mercado paralelo é influenciada pelos seguintes fatores : negociação "spot" com fornecedores; preços em função da disponibilidade das peças no concessionário; necessidade financeira de girar estoques e diferenças de qualidade entre as peças.

Esses aspectos fazem com que o preço da peça no mercado paralelo seja basicamente um preço de oportunidade. Além disso, essas lojas não são agravadas pelo custo de estoque que as concessionárias possuem. Outro ponto importante é que as concessionárias têm preço fixo por 30 dias, enquanto o mercado paralelo muda preços a seu bel-prazer.

Pergunta - No caso de se montar uma máquina peça por peça, qual a relação de custo com uma máquina nova?

Caterpillar - Esse assunto também foi bastante discutido aqui. É difícil estabelecer tais parâmetros. Nos vários países desenvolvidos também existe variação brutal dessa relação, causadas pelas mais diversas razões, como taxas e impostos, política de fornecimento, etc. No Brasil temos valores diferentes para peça importada, diferente tratamento para taxas e impostos para produção e reposição (por exemplo o programa Befiex) e tratamento diferenciado de preço por parte dos fornecedores locais.

Komatsu - Não se pode comparar uma máquina montada com peças adquiridas individualmente com a montada no fabricante. A estrutura de custo é totalmente diferente, desde sua tributação até o giro de estoque, normalmente bem superior ao das peças utilizadas na montagem.

Fiatallis - Historicamente o preço de uma máquina montada a partir de seus componentes a preço de balcão é entre 5 e 15 vezes maior. E estes não são dados da Fiatallis. São dados de associações dos EUA e Europa, e refletem o que acontece aqui. Deve-se lembrar que a tendência mundial é de redução das margens de comercialização de máquinas que colabora para a defasagem preço da peça não deve ser visto individualmente, mas com um percentual de custo de operação da máquina e sobre este custo é que se deve avaliar os preços relativos.

Pergunta - Se uma peça vital fa mesmo fora do período de garantia evidencia-se que foi por falha do preojeto ou do matérial, qual a providência do fabricante?

Caterpillar - No nosso caso, a política é considerar o quanto essa peça original já deu da vida esperada p o cliente, pedir a sua participação num percentual relativo a essa vida assumimos o custo restante.

Komatsu - Não só para as peças vitais como para qualquer uma que apresente defeitos provenientes falhas comprovadas do material, projeto ou fabricação, a Koma aceita a reclamação visando a análise e eliminação de reincidências.

Fiatallis - Em uma situação dessas a Fiatallis se responsabiliza não só pela peça mas também pelos componentes afetados. Isso é obrigatório pelo Código do Consumidor, e a empresa não faz mais que sua obrigação. O adicional que a fábrica dá cliente é a rápida acolhida da sua reclamação para a parada do equipamento ser a menor possível. Fazemos o acompanhamento após a sistência.

Pergunta - Que tipo de apoio, fabricantes podem dar aos usuários na área de suprimentos, quanto itens a se manter em estoque função do modelo da máquina t estoque mínimo e estoque recomendado?

Caterpillar - Dentro da filosofia suporte ao produto, a Caterpillar seus revendedores têm condições fornecer peças para qualquer cliente em qualquer local, evitando que cliente seja onerado por carregar toque. Mas se for necessário, temos problema em oferecer supo na estocagem de material.

Komatsu - Possuímos normas para emissão de listas de recomendação de estoque mínimo de peças reposição que levam em conta a idade do equipamento e a condição de operação de cada usuário. Basta que o usuário entre em contato com nossa rede de distribuidores para receber a lista específica.

Fiatallis - A fábrica e os conces-sionários podem fornecer, por modelo, essa lista aos interessados. Elas podem ser emitidas para qualquer limite de horas e qualquer tipo de utilização.

Pergunta - Na maioria das vezes vocês, fabricantes, respondem que os motivos para distorções de preços para a mesma peça, diferença de preços entre fabricantes e distribuidores, etc., são os impostos , instabilidade econômica, subfornecedores, o governo...Qual, na verdade, é o grau de culpa de vocês fabricantes?

Caterpillar - O mercado em que atuamos sempre sofreu flutuações imensas de volume em períodos curtos de tempo, fazendo com que a força de trabalho e outros custos fixos tenham que ser mantidos de um período par outro, para que haja uma resposta quando da melhora do mercado. Há 18 ou 24 meses atrás, a expectativa de melhora era a mesma de sempre, e muitas empresas não tomaram a decisão de redução de custos fixos na produção, provocando — com a acentuada queda do volume de vendas — um aumento dos custos. Devido à demora no retorno de volumes, esses aumentos de custo fixo, aliados aos grandes aumentos dos insumos, houve um período de desequilíbrio, que vem sendo ajustado.

Komatsu - Assumimos o compromisso de manter , juntamente com nossos distribuidores, um grau de disponibilidade de 90% que garantem aos nossos usuários um tempo de parada o mais breve possível. As distorções que escapem ao nosso controle, especificamente em relação às peças de reposição, são prontamente sanadas.

Fiatallis - Não é questão de culpa ou inocência. O nível de descontrole de preços por uma década trouxe dis¬torções difíceis de administrar. Além disso, na medida em que todos os setores eram controlados pelo governo, o preço era formado pelo repasse dos custos na cadeia produtiva, ficando em segundo plano a eficiência ou preços relativos para setores com baixa exposição ao mercado internacional. Hoje, a economia procura se adaptar a uma realidade e é isso que os fabricantes, concessionários e clientes estão fazendo.

Pergunta - Como se define até que ponto é viável a reforma de uma máquina?

Caterpillar - Temos que olhar três pontos. 1 - o valor da reforma comparado com o valor da máquina nova. 2 - a necessidade do equipamento por parte do cliente e 3 - o valor de revenda da máquina. Na aquisição de uma máquina, o custo total é grande. Porém, decresce à medida que o tempo passa. Os custos de operação, inicialmente baixos, vão aumentando à medida que o equipamento vai acumulando mais horas de trabalho, aumentando a manutenção e reparos. O custo total de propriedade e operação é a composição dos custos citados e, embora seja alto no início da vida, decrescem com o passar do tempo e tendem a crescer novamente, à medida que os custos de manutenção e reparo aumentam. Com o passar do tempo, a capacidade do equipamento de produzir receita vai diminuindo, enquanto os outros custos de manutenção e reparo vão aumentando. O equipamento se torna menos produtivo e a receita líquida por hora de operação, ameaça declinar. E quando a receita líquida não mais excede o custo total da propriedade e operação, isto é, quando atingimos a condição de lucro zero, chega o momento do usuário tomar providências a respeito do equipamento, evitando despesas maiores.

Fiatallis - Terá que ser feita uma análise de retorno do investimento em função de vários fatores: valor de revenda, custo de reforma, vida útil esperada antes e depois da reforma, custos operacionais de equipamento, etc. Além disso é importante avaliar o impacto contábil da operação. Os concessionários poderão ajudar o cliente nesta análise que deve ser feita caso a caso.

Pergunta - O nível de sucateamento de equipamentos tem crescido muito, devido ao baixo preço da obra e o alto custo dos equipamentos. O que os fabricantes têm a dizer?

Caterpillar - Sabemos que a vida útil do equipamento no Brasil sempre foi maior que em qualquer outro país. O usuário no Brasil sempre substituiu mais tarde. Esse aspecto, agravado pela recessão, que fez o nível de utilização de máquinas em obras cair muito, nos parece ter criado um nível de sucateamento maior. Obviamente, o aspecto econômico do país e o custo relativo das máquinas e peças de reposição têm um impacto no processo decisório, fazendo com que menos máquinas seja reformadas. Além disso, está havendo uma modernização maior dos equipamentos fabricados no Brasil, o que traz consigo o desejo de substituição de modelos antigos. Essa substituição deverá ser mais intensa tão logo o nível de atividade no setor da construção seja melhorado.

Komatsu - Nossos estudos revelam que a falta de obra é que tem causado a ociosidade verificada no parque de máquinas de construção, que, por parada ou retirada de peças de uma máquina para outra em operação. Os preços das máquinas não estão acompanhando a inflação e a demanda não representa nem 40% da constatada no fim da década de 70.

Fiatallis - Não concordo com a afirmação de que a responsabilidade é devido ao alto preço dos equipamentos. Em moeda constante, os equipamentos estão mais baratos que há 3 ou 5 anos. Todos os setores produtivos estão sob impacto da recessão. A nossa empresa procura viabilizar troca de equipamentos ou reformas dentro do possível.

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