Segmento bastante específico da indústria de guindastes, o mercado de pontes rolantes tem como principal característica a versatilidade. Isso porque estes equipamentos atendem a um sem-número de operações, em diversas áreas, desde a mineração, passando pela indústria papeleira, até a automotiva.
Mais que isso, as pontes rolantes estão virtualmente em todas as fábricas do mundo, em maior ou menor escala, sendo que a segurança é um fator sempre em pauta. Embora os modelos mais modernos tenham a maior parte de seus controles automatizados, o fator humano ainda é uma preocupação constante. Não apenas pela integridade física, mas também pela escolha correta do equipamento que, afinal, depende de pessoas nem sempre conhecedoras dos parâmetros técnicos necessários para definir o equipamento correto para tal ou qual aplicação. “As pontes rolantes são como Legos, montamos com os componentes seriados, mas cada configuração é única, customizada para determinado cliente”, elucida Samuel Caparrotti, gerente de vendas da Demag.
As regras de segurança para os operado
Segmento bastante específico da indústria de guindastes, o mercado de pontes rolantes tem como principal característica a versatilidade. Isso porque estes equipamentos atendem a um sem-número de operações, em diversas áreas, desde a mineração, passando pela indústria papeleira, até a automotiva.
Mais que isso, as pontes rolantes estão virtualmente em todas as fábricas do mundo, em maior ou menor escala, sendo que a segurança é um fator sempre em pauta. Embora os modelos mais modernos tenham a maior parte de seus controles automatizados, o fator humano ainda é uma preocupação constante. Não apenas pela integridade física, mas também pela escolha correta do equipamento que, afinal, depende de pessoas nem sempre conhecedoras dos parâmetros técnicos necessários para definir o equipamento correto para tal ou qual aplicação. “As pontes rolantes são como Legos, montamos com os componentes seriados, mas cada configuração é única, customizada para determinado cliente”, elucida Samuel Caparrotti, gerente de vendas da Demag.
As regras de segurança para os operadores das pontes rolantes, no entanto, são amplamente conhecidas. Congregadas na Norma Regulamentadora no 11, publicada originalmente em 1978 pelo Ministério do Emprego e Trabalho, elas regem a “operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras” enquadradas em atividades diversas, como transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.
Sendo a ponte rolante uma máquina transportadora, evidentemente também demanda cuidados específicos com componentes, incluindo inspeção frequente de cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos, além de peças soltas que podem ocasionar sérios acidentes. “Portanto, a manutenção em pontes rolantes, tanto com ações corretivas quanto preventivas, é imprescindível para garantir a resistência, segurança e conservação deste tipo equipamento em perfeitas condições de trabalho”, versa a NR-11.
REPAGINAÇÃO
A NBR-8400, por sua vez, “fixa as diretrizes básicas para o cálculo das partes estruturais e componentes mecânicos dos equipamentos de levantamento e movimentação de cargas, independentemente do grau de complexidade ou do tipo de serviço do equipamento”. Ou seja, a norma determina as demandas de cada operação e as condições de resistência dos diversos componentes do equipamento em relação às solicitações consideradas. É justamente esta regulamentação que, segundo Caparrotti, encontra-se atualmente em revisão. “A norma já tem mais de 20 anos e, por isso, está muito defasada”, diz ele. “Mas a nova já deve estar disponível até meados de 2017.”
Segundo o especialista, o conceito permanece o mesmo. A principal mudança diz respeito à quantidade de operações contempladas, que hoje vai de M1 a M5 e na nova versão irá de M1 a M8 (confira quadro na pág. 24 com a versão vigente). “Em resumo, a revisão traz uma forma de cálculo mais precisa, com parâmetros mais modernos”, comenta Caparrotti.
Gerente de vendas da Konecranes, Jorge Silva explica que a nova norma – mesmo que inspirada em uma norma europeia já em desuso no velho continente – é um alento para quem carece de uma regulação mais moderna, condizente com o mercado atual. “Por pior que seja o critério, essa norma fornece a base para a classificação que rege nossas atividades, definindo parâmetros para a fabricação dos equipamentos. São ajustes finos, sendo que a defasagem é mais em relação à tecnologia, ao comportamento dos materiais”, pondera o executivo. “A norma antiga é mais grosseira, fazendo com que nossos produtos sejam mais robustos ao priorizar uma margem maior de segurança do que o necessário. Assim, o que muda agora é, basicamente, a forma de dimensionamento.”
Silva acrescenta que, antes, a regra era mais ampla e trazia muitos dados em um único documento, o que muitas vezes deixava o cliente confuso. Agora, embora o documento seja mais elaborado e traga mais informações, elas estão mais organizadas, desmembradas em capítulos específicos. A primeira parte traz a classificação pura e simples, que permanece a mesma, exceto pela inserção de três categorias de aplicações mais brandas (agora são oito, sendo que uma delas é uma subdivisão), o que tende a facilitar a consulta.
SEGURANÇA
No âmbito da aplicação, Caparrotti, da Demag, valoriza a atuação de um profissional capacitado a entender a operação do cliente e, deste modo, definir corretamente o equipamento a ser adquirido. “A norma é, de muitas maneiras, interpretativa. Por isso, quando falamos de classificação, temos de estudar a fundo o processo de cada cliente”, frisa o especialista, acrescentando que somente mediante a um rigoroso estudo de ciclo da operação, do material a ser transportado e do ambiente é que, finalmente, se obtém uma definição da ponte adequada.
Para Silva, da Konecranes, a primeira parte do trabalho, na maioria das vezes, é ensinar ao cliente como a solução funciona e entender a sua operação. Mesmo porque, diz ele, normalmente o comprador não é quem usa o equipamento e, por isso, opta pelo mais fácil. Por esse motivo, o executivo afirma ser muito comum o subdimensionamento do equipamento, uma vez que, na falta de dados acurados, os responsáveis pelas compras nas empresas passam informações incompletas, “muito básicas, na expectativa de receber uma oferta mais atrativa de preço”. “Com isso, acaba comprando um equipamento com menor capacidade do que o necessário”, afirma. “Pouca gente que aplica ponte rolante tem conhecimento, de modo que precisamos fazer esse trabalho educativo em mais de 90% dos clientes.”
A maior parte dos acidentes acontece justamente por falta de conhecimento ou habilidade técnica, lamenta Silva. Por esta razão, o treinamento dos operadores é uma questão determinante para a qualidade do processo – e, claro, também da preservação do profissional e do equipamento.
Para Cândido Balthazar, gerente de vendas da Vastec, cerca de 80% dos problemas nas operações são ocasionados por falha humana. Ou seja: treinar é mais do que uma prioridade, é mandatório. Felizmente, o panorama está mudando, em virtude da reformulação da norma. “Temos de fazer equipamentos à prova de má operação, pois ainda há uma escassez muito séria de mão de obra capacitada”, avalia. “No entanto, o fato de as pessoas terem mais acesso à informação, mais conhecimento das regras, faz com que as empresas estejam se mobilizando para cumpri-las. Em consequência, os acidentes diminuem e, de quebra, se ganha em produtividade.”
VIDA ÚTIL
Deste modo, ademais, a vida útil dos equipamentos é outra beneficiada. Sobre este ponto, Balthazar destaca que “em um ambiente limpo, pouco agressivo ao equipamento, com a manutenção em dia, obedecendo-se os limites de carga e operação, arrisco a dizer que não há prazo de vida para uma ponte rolante”. “Já vi uma ponte de 1902 em plena operação”, espanta-se. “Até hoje, fazemos manutenção nas primeiras pontes que instalamos, em 1970, no processo que chamamos de retrofitting, em que recapacitamos o equipamento com o transplante de uma ou outra peça com maior desgaste. E a ponte funciona normalmente.”
Como escolher o equipamento ideal
As classes de utilização são divididas em seis classes, que contemplam os diferentes ciclos de operação e as condições de trabalho das pontes rolantes.
CLASSE A
(Uso esporádico) - Engloba pontes e pórticos rolantes que podem ser usados em instalações nas quais seja necessário o manuseio preciso de equipamentos, a baixas velocidades, com longos períodos de inatividade. Esta classe de desdobra em:
A1 (stand by) – Equipamentos que se adequam a casas de força, salas de turbinas, unidades nucleares, salas de motores e estações de transformadores, locais em que o objeto a ser movimentado é pesado e tem alto valor agregado.
A2 (uso infrequente) – Aplicações em oficinas de manutenção de pequeno porte, casas de bombas, laboratórios e atividades semelhantes em que as cargas são relativamente leves, as velocidades baixas e a operação de pouca complexidade e frequência.
CLASSE B
(Serviço leve) - Abrange pontes rolantes cujos serviços sejam leves, com baixa velocidade de operação. As operações variam de descarregada para ocasionalmente carregada na máxima capacidade, com a realização de 2 a 5 içamentos por hora, a uma altura média de 3 metros. São indicadas para oficinas de pequeno porte, operações de montagem ou armazenamento e outras neste perfil. Entre descarregada e à plena carga nominal, a média de uso deve respeitar os 50% das operações com carga máxima, com 2 a 5 içamentos por hora a até 6 metros de altura.
CLASSE C
(Serviço moderado) - Dedicadas a serviços intermediários, as pontes desta classe devem trabalhar a meia carga, ou seja, a 50% de sua capacidade nominal ou no máximo com metade dos içamentos em carga total, respeitando a escala de 5 a 10 içamentos por hora, a uma altura de até 6 metros. São empregadas também em oficinas e indústrias de médio porte.
CLASSE D
(Serviço pesado) - As operações heavy duty das indústrias são a especialidade destas pontes, em que os carregamentos com cerca de 50% da capacidade nominal são constantes. Velocidades elevadas, entre 50 e 80 m/min, são desejáveis para estes tipos de serviços, que apresentam de 10 a 20 içamentos por hora, a uma altura média de 4,5 metros, com no máximo 65% do içamentos na capacidade máxima. Em geral possuem cabines de comando, em que um funcionário devidamente treinado opera o equipamento. Muito utilizadas em fundições, siderúrgicas, serrarias e outras aplicações.
CLASSE E
(Serviço Severo) - Nesta classe estão as operações de alta carga, com 20 ou mais içamentos por hora, em condições frequentemente próximas ou na capacidade máxima da ponte, em alta velocidade e com repetições constantes do ciclo. As aplicações contemplam eletroímãs, caçambas, combinações de ambos, operações com sucata, cimento, serrarias, fertilizantes e toda a sorte de produtos.
CLASSE F
(Severo Contínuo) - Muito semelhante à classe E, esta classe eleva o uso das pontes rolantes ao limite, ao longo de toda a sua vida útil, com atividades contínuas na capacidade máxima de carga e horas de uso.
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