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Revista M&T - Ed.238 - Outubro 2019
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Soluções Rodoviárias

No centro do debate

Edição inaugural da Paving Expo mostra que as fabricantes já se preparam para uma retomada mais forte das obras de pavimentação, que podem alavancar a demanda de seus produtos

Em 2018, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) publicou uma pesquisa na qual foram avaliados 107.161 km de rodovias brasileiras. Deste total, 81,7% estavam sob gestão pública e 18,3% eram administradas por concessionárias. Os resultados mostram ainda que a qualidade do pavimento é superior nas rodovias sob concessão: 79,1% delas foram consideradas em estado ótimo ou bom, enquanto apenas 42,2% se encontram na mesma situação nas rodovias administradas pelo poder público.

De certa forma, esses resultados corroboram os dados do Sistema Nacional de Viação (SNV), que revelam 213.453 km de rodovias pavimentadas e 1.507.248 km sem pavimentação, o que corresponde, respectivamente, a 12,4% e 87,6% da extensão total da malha.

Se, por um lado, essas condições confirmam a precariedade da infraestrutura viária bra


Em 2018, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) publicou uma pesquisa na qual foram avaliados 107.161 km de rodovias brasileiras. Deste total, 81,7% estavam sob gestão pública e 18,3% eram administradas por concessionárias. Os resultados mostram ainda que a qualidade do pavimento é superior nas rodovias sob concessão: 79,1% delas foram consideradas em estado ótimo ou bom, enquanto apenas 42,2% se encontram na mesma situação nas rodovias administradas pelo poder público.

De certa forma, esses resultados corroboram os dados do Sistema Nacional de Viação (SNV), que revelam 213.453 km de rodovias pavimentadas e 1.507.248 km sem pavimentação, o que corresponde, respectivamente, a 12,4% e 87,6% da extensão total da malha.

Se, por um lado, essas condições confirmam a precariedade da infraestrutura viária brasileira, por outro, ampliam a janela de oportunidades para as obras de pavimentação e recuperação rodoviária.

Tal cenário foi decisivo para a estreia da Paving Expo & Conference, nova feira do setor realizada em agosto na capital paulista. Nesta 1ª edição, o evento reuniu mais de 100 marcas expositoras nacionais e internacionais, que exibiram seus lançamentos e novidades tecnológicas para o mercado de infraestrutura viária, além de debaterem temas relevantes para o segmento. De acordo com a organização, o evento recebeu aproximadamente 8.788 visitantes.

PORTFÓLIO

Na análise de alguns expositores, a expectativa da indústria de máquinas para esse segmento de infraestrutura é positiva a partir de 2020. O mercado aposta que haverá uma retomada de obras, em função de investimentos anunciados pelo governo, além da necessidade de melhoria da qualidade da malha rodoviária nacional, que há anos está carente de investimentos.

A Ciber, por exemplo, apresentou seu portfólio de tecnologias para o setor, como fresadoras, vibroacabadoras, usinas de asfalto e compactadores. “A Paving Expo aconteceu em um momento em que a infraestrutura está em debate”, diz Jandrei Goldschmidt, gerente de marketing da empresa. “Os projetos votados neste ano devem gerar os recursos para atender à demanda de infraestrutura, trazendo à tona a necessidade de a indústria expor as tecnologias capazes de suprir todas as demandas de obras no país.”

Segundo o executivo, até julho deste ano foi possível observar um crescimento em torno de 10% no mercado de pavimentação. “É um aumento moderado se comparado à queda acumulada sofrida pelo setor, de aproximadamente 80% nos últimos anos”, diz ele.

De cima para baixo: as tecnologias da Ciber para o setor, o secador de solo e o espargidor da Romanelli, a série Rhino de compactadores da Dynapac e o novo rolo V110 da New Holland

“Porém, para o próximo ano nossa expectativa é de uma nova alta, entre 10% e 15%, com destaque para o segundo semestre, quando deve ocorrer a execução das obras anunciadas.”

Na visão de José Carlos Romanelli, diretor da Romanelli, já é possível ver obras de manutenção em andamento, enquanto o poder público se prepara para lançar novas obras no próximo ano. “Estamos observando uma sequência mais constante de negócios”, comenta. “Mas a expectativa maior está mesmo no próximo ano”, acredita.

Em termos de equipamentos, a Romanelli apresentou a terceira geração de secadores de solo, além de um novo espargidor. “Os visitantes estão interessados em tecnologia e em produtividade”, diz o empresário. “Por isso, a feira está sendo promovida no momento certo, com um público altamente qualificado.”

LANÇAMENTOS

A Dynapac, por sua vez, lançou no evento a série Rhino de rolos compactadores, que reúne máquinas a partir de 10 t com motor tecnológico mais potente e consumo reduzido de combustível. De acordo com Carlos Santos, gerente de vendas da empresa, o Brasil tem grande potencial para a pavimentação, uma vez que apenas 15% da malha rodoviária são pavimentados. “Boa parte dos investimentos acontece nas regiões Norte e Nordeste, que são as que mais precisam de infraestrutura”, diz. “Mas a malha rodoviária pública do país como um todo passou quase dez anos sem manutenção e, por isso, as obras em rodovias devem estar na pauta do próximo ano, devido à grande necessidade de conectar o Brasil.”

Para Santos, no futuro próximo o setor da construção pode apresentar um crescimento mais expressivo que o da própria pavimentação. “Com base nos dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), acredito que a alta da construção fique perto dos 40%, enquanto a pavimentação pode variar entre 20% e 30%”, ele projeta. “Para 2020, todavia, o incremento será ainda maior.”

A feira também foi vitrine para o pré-lançamento do rolo compactador V110, da New Holland Construction. Disponível em três versões (com cabine aberta ou fechada, ambas com a certificação ROPS/FOPS de segurança), o equipamento traz motor turboalimentado FPT S8000 de 3,9 litros, com transmissão hidrostática.

De acordo com Giovanni Borgonovo, gerente de marketing da New Holland Construction, a CNH Industrial está atenta ao cenário de retomada que se desenha no país. “Estamos trazendo esse equipamento para o Brasil em razão das novas concessões e oportunidades viárias para os próximos anos”, destaca.

Composta pelos modelos CB7 e CB10, a nova linha nacional de rolos da Cat também foi exibida no evento

O lançamento efetivo do produto será feito no 1º semestre de 2020, quando estará disponível para venda em toda a América Latina, a partir do Brasil. “A ideia de fazer o pré-lançamento na Paving Expo surgiu da necessidade de avaliar a aceitação do produto neste primeiro momento”, reforça Giovanni. “Afinal, queremos estar bem-posicionados frente aos nossos principais concorrentes.”

O modelo reforça o conceito de compactação dinâmica, combinando os efeitos da compactação estática e força dinâmica, com duas frequências (31 Hz e 34 Hz) e duas amplitudes de vibração (0,8 mm e 1,8 mm). Com 32 mm, seu tambor dianteiro foi apresentado como o de maior espessura do mercado, prometendo maior confiabilidade e maior carga no eixo dianteiro e aumento da capacidade de compactação. Opcionalmente, o V110 pode vir equipado com tambor de 25 mm.

Segundo Edmar de Paula, gerente de produto road building da New Holland Construction, a alta força centrífuga da máquina resulta em melhor profundidade de compactação, maximizando a execução de pequenas a grandes intervenções viárias. “Com o V110, oferecemos ao mercado uma máquina com atraente relação peso X potência, privilegiando a eficiência de compactação do solo associada à alta produtividade e ao baixo consumo de combustível”, afirma o gerente.

O compactador chega ao Brasil nas versões lisas V110 (com tração hidrostática traseira, para aplicações normais de compactação de solo) e V110D (com tração hidrostática dianteira e traseira, principalmente para compactação em solos inclinados), além da versão com Pata de Carneiro V110PD (também com tração hidrostática dianteira e traseira, mas para compactação de solos argilosos e aterros sanitários).

Já a Caterpillar lançou na Paving Expo dois compactadores vibratórios tandem de tamanho médio: os modelos CB7 e CB10, produzidos na unidade de Piracicaba/SP. A nova nomenclatura corresponde às classes de peso de 7 e 10 toneladas, respectivamente. De acordo com a empresa, esses modelos incorporam melhorias aos controles do operador, ao sistema de pulverização de água e ao acesso de serviços e pacotes de iluminação.

Os aprimoramentos tecnológicos são fornecidos opcionalmente pelo Controle de Compactação Cat, enquanto os sistemas de mapeamento combinam sensores infravermelhos de temperatura com mapeamento GPS, para manter o operador informado tanto sobre a temperatura do asfalto, como sobre a posição da máquina e a contagem e cobertura das passadas.

Segundo a Caterpillar, esse sistema intuitivo melhora o desempenho noturno e também registra informações para a futura análise de processos e documentação de controle de qualidade. “As tecnologias apresentadas agregam mais eficiência às empresas, que precisam estar preparadas para a retomada do mercado brasileiro de obras rodoviárias”, conclui Melania Monje, gerente de pavimentação da Caterpillar para a América Latina.

Saiba mais:
Paving Expo: www.pavingexpo.com.br

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