A crise político-econômica que tomou de assalto o Brasil nos últimos anos, com origens internas e externas, também trouxe consequências sensíveis para o segmento de máquinas e equipamentos, na medida em que afetou o tão almejado equilíbrio financeiro, tanto nos níveis municipal e estadual quanto no federal.
Sem dúvida, um recorte muito particular dessa situação diz respeito às obras de pequeno porte, notadamente as relacionadas à infraestrutura urbana, como pavimentação de estradas e ruas. Dentro desse universo, tem-se o exemplo das pavimentadoras compactas, um segmento que apresentava nítido e robusto crescimento antes da crise, mas que acabou sofrendo forte desaceleração em função da débâcle geral.
Contudo, alguns players do setor já acreditam numa reação positiva desse mercado. Para Paulo Roese, representante para equipamentos de pavimentação da Caterpillar, por exemplo, embora a crise tenha se refletido nas cidades e nos respectivos projetos de infraestrutura viária, “a falta de confiança já se mostra menos intensa”. Nesse sentido, ele acredita que
A crise político-econômica que tomou de assalto o Brasil nos últimos anos, com origens internas e externas, também trouxe consequências sensíveis para o segmento de máquinas e equipamentos, na medida em que afetou o tão almejado equilíbrio financeiro, tanto nos níveis municipal e estadual quanto no federal.
Sem dúvida, um recorte muito particular dessa situação diz respeito às obras de pequeno porte, notadamente as relacionadas à infraestrutura urbana, como pavimentação de estradas e ruas. Dentro desse universo, tem-se o exemplo das pavimentadoras compactas, um segmento que apresentava nítido e robusto crescimento antes da crise, mas que acabou sofrendo forte desaceleração em função da débâcle geral.
Contudo, alguns players do setor já acreditam numa reação positiva desse mercado. Para Paulo Roese, representante para equipamentos de pavimentação da Caterpillar, por exemplo, embora a crise tenha se refletido nas cidades e nos respectivos projetos de infraestrutura viária, “a falta de confiança já se mostra menos intensa”. Nesse sentido, ele acredita que 2018 pode ser um ano “de investimentos e de possível retorno das parcerias público-privadas”.
Com isto, acrescenta, já é possível ver pequenas obras urbanas acontecendo pelo país. “Por outro lado, mesmo neste ambiente de incerteza econômica e política, continuamos investindo no desenvolvimento de novos produtos para atender às demandas do setor de infraestrutura”, assegura o executivo.
Também para Paulo Henrique Caetano Bruno, gerente da linha de negócios de equipamentos para construção de estradas da Dynapac, em breve “a volta do mercado certamente será uma realidade”, ainda que em níveis menores do que o boom desencadeado entre 2010 e 2014. A dúvida, segundo ele, fica por conta da velocidade com que isso ocorrerá. “As pavimentadoras de pequeno porte têm sido bastante exploradas pelos municípios em licitações públicas e o mercado de empresas privadas tem lançado um olhar especial para esse porte de equipamentos”, avalia. “O baixo investimento relativo, a facilidade de transporte, a manutenção e a operacionalidade são algumas das principais características dessas pavimentadoras, muitas vezes injustiçadas pelo termo ‘pequeno porte’, já que alguns modelos têm produção invejável quando comparadas aos equipamentos de médio e grande porte.”
SUPERAÇÃO
Bruno faz questão de frisar como a queda de investimentos em obras teve impacto profundo sobre todo o setor de equipamentos para construção. Segundo ele, “as empresas de construção também mudaram o comportamento, otimizando ao máximo os recursos e trabalhando em alta performance”. “Porém, além de gestão, trabalhar assim exige equipamentos de qualidade e com melhor custo-benefício, isto é, ter o equipamento certo para a obra certa”, diz.
Nesse sentido, o especialista da Dynapac sustenta que sua empresa – alinhada às necessidades e mudanças de mercado – tem feito sua parte ao lançar novas soluções e aplicações, “sempre buscando aumentar o desempenho do cliente e, com isso, melhorando sua rentabilidade e competitividade”.
Seja como for, já há sinais claros de desanuviamento. Para Jandrei Goldschmidt, gerente de marketing da Ciber, que mantém um monitoramento constante do mercado de pavimentadoras, a indústria vem demonstrando uma reação positiva no acumulado entre janeiro e maio, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Mas sem ainda chegar às máquinas menores. “Até o momento, o mercado apresentou crescimento geral de 8%”, revela. “No entanto, o volume de negócios de pavimentadoras pequenas, que chegou a representar 12% do segmento, ainda está inferior a 8%. O destaque está concentrado mais em máquinas de médio porte e de esteiras, com 85% das vendas, ante 15% de pavimentadoras de pneus.”
Seria mais animador, não fosse o tamanho do problema. Assim como Bruno, Goldschmidt também ressalta o impacto da crise sobre todos os segmentos de equipamentos, desde 2015 até os dias atuais, “amargando quedas em duplo dígito, ano após ano”. O gerente de marketing lembra ainda que atualmente 60% do parque de máquinas no Brasil estão parados à espera de obras. “A divulgação da falta de recursos para novos investimentos por parte do governo é intensiva nas mídias e o interesse em concessões e PPPs tarda a sair do âmbito dos projetos para a prática”, pontua.
Tudo isso, ressalta o especialista, vai “na contramão da enorme demanda por maior e melhor infraestrutura rodoviária no país”. Afinal, diversos estudos apontam que, dentre os 12% de rodovias brasileiras que são pavimentadas, mais de 50% demandam recuperação, deixando claro o tamanho da oportunidade. “Não temos apenas de recuperar boa parte do que existe, mas também de expandir a malha pavimentada no país, a fim de melhorar as condições de escoamento de produção agropecuária e de todos os demais segmentos”, apregoa Goldschmidt.
ALTERNATIVAS
O fato é que essa deficiência pode ser superada com o uso da tecnologia. Até porque a pavimentação, como acentua Roese, da Cat, é um dos itens de alto custo em uma obra. “Nesse cenário de recursos escassos, a utilização de máquinas e tecnologias capazes de atuar em áreas confinadas, com baixo custo operacional e alta produtividade, tende a ser uma necessidade para as empresas que prestam serviços nesse segmento”, afirma.
Por sua vez, o CEO da Bomag Marini, Walter Rauen, sublinha que as chamadas pavimentadoras compactas ou de pequeno porte, de modo geral, são uma alternativa “ideal” para obras urbanas e, principalmente, para projetos menores de pavimentação e recuperação de pavimentos. “Elas se destacam, em especial, pela sua versatilidade de largura de pavimentação, além da alta qualidade de aplicação”, explica. “A utilização de tecnologia produtiva, capaz de operar em locais confinados, como as vias urbanas, tende a ser uma necessidade cada vez mais real para os contratantes e as empreiteiras”.
O executivo refere-se a soluções como o modelo BF 223 C, que pode ser definido como uma “minivibroacabadora”, com peso de operação em torno de 5 t e design extremamente compacto. “Esse equipamento é especialmente econômico quando usado para construção e manutenção de vias, acessos e caminhos, assim como para paisagismo, construção em pequena escala e serviços de manutenção, tais como condomínios, estacionamentos, calçadas etc.”, detalha Rauen. “Além desse modelo, a Bomag produz uma ampla gama de pavimentadoras de pequeno porte, com destaque para os modelos VDA400 e VDA421 da série compacta, podendo operar com largura de pavimentação de 1,10 m a 4,55 m”.
A Caterpillar oferece modelos de vibroacabadoras com largura de trabalho de 1,5 m a 4,6 m para aplicações urbanas em que máquinas maiores têm dificuldade de manobra. Um exemplo desse segmento, segundo Roese, é a vibroacabadora compacta AP255E, que promete ampla variação de largura de pavimentação (com abertura padrão da mesa de 1,4 m a 2,6 m) e facilidade de manobra e transporte. “Com mesa aquecida eletricamente, é ideal para aplicações típicas de pavimentação de ruas, acostamentos de avenidas, ciclovias, pátios, estacionamentos, valetas e operações de tapa buraco”, diz. “Como todos os modelos da marca, possui controles de alimentação de massa e sensores de nivelamento eletrônico de espessura e inclinação.”
RECURSOS
A Dynapac, por sua vez, aposta em uma nova linha de pavimentadoras de pequeno porte (chamadas de “commercial pavers”), que inclui os modelos FC1300, FC1400 e FC1600. Segundo a empresa, os equipamentos são construídos com componentes estruturais e hidráulicos para trabalhos pesados. “As pavimentadoras de pequeno porte são parte importante no segmento de mercado e requerem um conjunto único de recursos e especificações de desempenho”, reitera Bruno. “Diferentemente de outros equipamentos oferecidos nessa classe, vários componentes da máquina foram desenhados como itens de desgaste, para que o cliente possa usar essas máquinas por uma vida útil mais longa.”
Também foi introduzido, segundo ele, um sistema único de quatro roscas sem-fim, para eliminar a necessidade de adição de extensões ou mesmo ajuda manual do operador, usando pás de asfalto. “Isso propicia um fluxo de material uniforme, independentemente da largura a ser pavimentada”, diz o especialista. “Além disso, as mesas são mais pesadas do que os modelos similares do mercado, com 500 kg a mais, proporcionando uma taxa mais alta de pré-compactação, logo atrás da pavimentadora.”
De acordo com o gerente, a Dynapac almeja atingir um novo segmento de clientes com estes três novos modelos, que se juntam à extensa gama de produtos para compactação, pavimentação e fresagem da marca, agora controlada pelo Grupo Fayat.
Já na Ciber, segundo Goldschmidt, as principais fatias de mercado atualmente estão com as pavimentadoras AF4000 e AF5000, ambas sobre esteiras. A primeira é uma máquina compacta de alta mobilidade operacional, equipada com mesa de abertura hidráulica de até 3,6 m e sistema de vibração e abertura máxima de até 4,2 m, o que a faz indicada para trabalhos de pequeno e médio porte. A AF5000, por sua vez, é propícia para trabalhos de médio a grande porte, com mesa compactadora equipada com tamper e sistema de vibração e abertura máxima de 5,3 m. Segundo ele, ambos os modelos são produzidos na fábrica de Porto Alegre (RS) e contam com financiamento via BNDES/Finame.
EM UM CENÁRIO AINDA INSTÁVEL, FORTALECIMENTO DA REDE TORNA-SE VITAL PARA AS EMPRESAS
Enquanto o mercado brasileiro não volta à vitalidade de outrora, além das exportações as empresas mantêm suas atividades com foco no relacionamento com o cliente, capacitação de equipes e pós-venda. A Ciber, por exemplo, de acordo com o gerente de marketing Jandrei Goldschmidt, está empenhada em manter-se próxima aos clientes, oferecendo suporte constante não apenas em produtos, mas também aplicações, treinamentos e disponibilização de peças e serviços. “Nossos investimentos em novos produtos, estrutura de vendas, distribuição e pós-venda não pararam em nenhum momento, sempre com o objetivo de entregar inovações de acordo com avanço das demandas por novas tecnologias”, comenta.
Outro player de destaque no setor de construção rodoviária, a Bomag também afirma buscar constantemente o aperfeiçoamento de sua rede de representantes. “Afinal, são eles que estão na linha de frente com o cliente”, diz o CEO Walter Rauen. “Cada vez mais, precisamos estar preparados para os novos desafios.”
Nesse sentido, a empresa busca oferecer uma base sólida de conhecimento e treinamento à rede, com diversas ferramentas de capacitação online, aproximando fábrica, clientes e representantes. “Apostamos em um atendimento diferenciado, no qual nossa rede de distribuição preza pela proximidade com o cliente, dando todo o suporte necessário, tanto para pequenas dúvidas, quanto para atividades mais complexas, como atendimentos especializados e modernização de equipamentos”, conclui o executivo.
Av. Francisco Matarazzo, 404 Cj. 701/703 Água Branca - CEP 05001-000 São Paulo/SP
Telefone (11) 3662-4159
© Sobratema. A reprodução do conteúdo total ou parcial é autorizada, desde que citada a fonte. Política de privacidade