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Revista M&T - Ed.257 - Setembro 2021
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Entrevista com Paulo Carvalho

Não há como planejar sem considerar as mudanças de direção

PAULO CARVALHO

Essencial em diferentes segmentos produtivos, o mercado de locação vem ganhando força no país e no mundo com o avanço do conceito de compartilhamento. No setor de construção, isso não é diferente. Em entrevista exclusiva concedida à Revista M&T, o diretor técnico da Locabens Equipamentos, Paulo Carvalho, ressalta que o segmento de locação de gruas e elevadores continuou ativo no país mesmo diante da crise sanitária, melhorando sua participação na demanda de máquinas da indústria, embora ainda sofra as consequências da imprevisibilidade do cenário atual.

Todavia, o executivo acredita que 2022 será um ano diferente – e melhor – para o setor, em especial por conta da diminuição dos impactos da pandemia, com o avanço da vacinação, estabilização do câmbio e renovação das frotas dos equipamentos, contribuindo assim para o aquecimento das atividades de rental no país.

Formado em engenharia mecânica pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Carvalho conta com mais de três décadas de atuação no ramo de equipamentos para construção e mantém atividade setorial intensa, seja como membro do conselho da Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Bens Móveis (Alec) ou como secretário da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc), além de já ter sido diretor técnico da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

Atuando no departamento comercial da Locabens ininterruptamente desde 1987, além de ser membro do conselho de administração da Nest Rental desde 2018, o diretor já vivenciou diferentes conjunturas econômicas e políticas no país, conhecend


PAULO CARVALHO

Essencial em diferentes segmentos produtivos, o mercado de locação vem ganhando força no país e no mundo com o avanço do conceito de compartilhamento. No setor de construção, isso não é diferente. Em entrevista exclusiva concedida à Revista M&T, o diretor técnico da Locabens Equipamentos, Paulo Carvalho, ressalta que o segmento de locação de gruas e elevadores continuou ativo no país mesmo diante da crise sanitária, melhorando sua participação na demanda de máquinas da indústria, embora ainda sofra as consequências da imprevisibilidade do cenário atual.

Todavia, o executivo acredita que 2022 será um ano diferente – e melhor – para o setor, em especial por conta da diminuição dos impactos da pandemia, com o avanço da vacinação, estabilização do câmbio e renovação das frotas dos equipamentos, contribuindo assim para o aquecimento das atividades de rental no país.

Formado em engenharia mecânica pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Carvalho conta com mais de três décadas de atuação no ramo de equipamentos para construção e mantém atividade setorial intensa, seja como membro do conselho da Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Bens Móveis (Alec) ou como secretário da Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas (Analoc), além de já ter sido diretor técnico da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).

Atuando no departamento comercial da Locabens ininterruptamente desde 1987, além de ser membro do conselho de administração da Nest Rental desde 2018, o diretor já vivenciou diferentes conjunturas econômicas e políticas no país, conhecendo a fundo a realidade do setor. “No momento, ainda não há como planejar e executar sem considerar as mudanças de direção que podem surgir a qualquer momento”, diz ele. Acompanhe.

Segundo Carvalho, valores de locação de equipamentos continuam defasados no Brasil

  • Como se apresenta o mercado de rental neste momento no país?

Após a profunda crise político-econômica deflagrada por volta de 2015, o setor ainda iniciava uma reação no segundo semestre de 2019 quando veio a pandemia provocada pela covid-19, gerando os abalos conhecidos. A partir do final do ano passado, o setor reiniciou a recuperação, em um movimento que arrefeceu um pouco com a chegada da segunda onda, mas que não inverteu a tendência de avanço. Hoje, temos um mercado ativo com recuperação das empresas do segmento e uma expectativa de aceleração dessa tendência no final deste ano e durante o ano de 2022.

  • É possível citar cifras desse eventual avanço?

Obviamente, o cenário atual ainda não permite cravar quaisquer previsões, pois a cada semana temos novas notícias e, no limite, a expectativa de uma terceira onda global acaba por gerar mais incertezas e preocupações no setor. Ou seja, no momento ainda não há como planejar e executar sem considerar as mudanças de direção que podem surgir a qualquer momento.

  • Os preços de locação seguem defasados no segmento de gruas e elevadores?

Sim, os valores de locação continuam bastante defasados neste momento no Brasil. Em tese, o “rental rate” é calculado em função do valor de reposição. Porém, no caso desses equipamentos, especificamente, a situação piorou muito, sobretudo por conta da desvalorização do real frente às outras moedas, já que a maior parte das máquinas e seus componentes são importados.

  • Em 2013, a empresa tinha a maior frota da América Latina em guindastes de torre. Como está esse cenário?

Em termos absolutos, a Locabens possui a maior frota de gruas dentre as locadoras nos países latino-americanos. Hoje, a empresa conta com 300 gruas em sua frota de locação, mantendo esse diferencial competitivo na região.

Demanda de elevadores consolida soluções com maior capacidade e alta velocidade, diz o diretor

  • O que o mercado brasileiro demanda mais em termos de soluções na atualidade?

No caso das gruas, há uma tendência em relação ao uso de equipamentos com lança articulada, até por conta das limitações físicas dos canteiros urbanos. Já no caso dos elevadores, a tendência já experimentada nos últimos anos e que vem se consolidando aponta para soluções com maior capacidade (acima de 2.000 kg) e alta velocidade (acima de 54 m/min). Desde 2012, é bom ressaltar, a nossa frota é composta apenas de elevadores com essas características, além de sistemas eletrônicos de controle e parada automática, dentre outras inovações.

  • Muitos apontam que a frota brasileira está envelhecida. Como avalia essa situação?

De fato, os últimos cinco anos foram muito ruins para o segmento nesse sentido. Além da estagnação na renovação das frotas, muitas empresas foram forçadas a fazer desinvestimentos e algumas até mesmo saíram do mercado. O que ameniza a situação é o fato de que esses equipamentos geralmente têm uma amortização mais longa. E, com uma manutenção feita corretamente, a performance mantém os níveis.

  • E na Locabens, a frota pemanece com idade até quatro anos?

De modo geral, a média de idade da frota subiu para todo o mercado de rental. No entanto, ainda temos uma frota de equipamentos mais jovem que a média do mercado nacional.

  • Quais são as perspectivas atuais de renovação?

Com o arrefecimento dos impactos da pandemia e uma maior estabilização do câmbio, a avaliação é de que já em 2022 se reinicie o processo de renovação da frota, algo que inclusive já começou a ocorrer neste ano, mas com outros tipos de equipamentos.

Para o executivo, arrefecimento da pandemia e estabilização do câmbio podem reiniciar o processo de renovação

  • A empresa também atua com elevadores de cremalheira, que são um bom indício do vigor do mercado imobiliário. Esse segmento específico está aquecido?

De fato, o mercado para elevadores reagiu antes que os demais, mas em contrapartida o número de empresas de locação nesse segmento é bem maior que nos outros. Apesar de o preço não estar retomando como deveria, as construtoras já sentem uma queda na qualidade de atendimento por parte de algumas locadoras, pois o custo dos insumos usados nos equipamentos mais que dobrou e, além disso, parte dessas empresas não consegue entregar máquinas com a manutenção adequada em momentos de forte aumento da demanda.

  • Como a presença cada vez maior de tecnologia nas máquinas ajuda a impulsionar os negócios?

O aparecimento de novas tecnologias certamente ajuda a aumentar o leque de possibilidades de uso das máquinas. Na minha visão, no entanto, não se trata de algo tão pronunciado em nosso segmento. Mas, sim, há uma correlação entre esses fatores.

  • Quais são as tendências tecnológicas que enxerga em sua área de atuação?

Como dito anteriormente, as gruas de lança articulada têm sido cada vez mais demandadas pelo mercado brasileiro. Há ainda uma nova tecnologia para gruas com movimento hidráulico na lança, já disponível para os modelos articulados, além de sistemas anticolisão mais avançados.

  • O treinamento de operadores segue sendo um gargalo no setor? Como solucionar esse problema?

Esse é um gargalo presente no mercado brasileiro há bastante tempo. Para solucionar, minha avaliação é de que as empresas do setor precisam desenvolver soluções internas próprias, com a realização de treinamentos e desenvolvimento de capacitação in company, pois ainda não há recursos com qualidade disponíveis no mercado.

Gruas de lança articulada têm sido cada vez mais demandadas pelo mercado brasileiro, diz especialista

  • Como o ESG está forçando mudanças nas empresas?

Até o momento, essas pautas ainda não se mostram muito presentes no segmento aqui no país. Ao menos no Brasil, ainda é algo bem embrionário, eu diria. Contudo, minhas participações na GRA (Global Rental Alliance), como representante do Brasil pela Analoc, permitem constatar que, na Europa, por exemplo, essa pauta já está bastante presente no segmento de rental, sobretudo na questão das emissões. A ERA (European Rental Association) também tem desenvolvido importantes estudos e ferramentas que demonstram em detalhes a melhora de eficiência na redução das emissões de CO2 quando se comparam as opções de rental vs. aquisição. Ademais, as questões relacionadas a pessoas já são uma pauta permanente há algum tempo nesse grupo de trabalho.

Saiba mais:
Locabens: www.locabens.com.br

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