O Brasil detém aproximadamente 90% do mercado mundial de nióbio, produto que vem ganhando cada vez mais importância em diferentes segmentos da indústria. Nos últimos anos, o elemento derivado do pirocloro vem ganhando destaque como uma commodity de valor acentuado, utilizada na produção de aços especiais de elevada resistência e presente em setores como transporte, engenharia, indústria nuclear, espacial e no desenvolvimento de novas tecnologias.
De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), as exportações brasileiras de produtos associados ao nióbio movimentam cerca de R$ 2 bilhões por ano. O secretário de geologia, mineração e transformação mineral do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Vidigal, defende que “o elemento tem participação relevante na mineração brasileira e – apesar de representar menos de 5% das vendas de substâncias metálic
O Brasil detém aproximadamente 90% do mercado mundial de nióbio, produto que vem ganhando cada vez mais importância em diferentes segmentos da indústria. Nos últimos anos, o elemento derivado do pirocloro vem ganhando destaque como uma commodity de valor acentuado, utilizada na produção de aços especiais de elevada resistência e presente em setores como transporte, engenharia, indústria nuclear, espacial e no desenvolvimento de novas tecnologias.
De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), as exportações brasileiras de produtos associados ao nióbio movimentam cerca de R$ 2 bilhões por ano. O secretário de geologia, mineração e transformação mineral do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Vidigal, defende que “o elemento tem participação relevante na mineração brasileira e – apesar de representar menos de 5% das vendas de substâncias metálicas para o exterior – tem destaque crescente na pauta de exportações”.
Ao ser utilizado na indústria automotiva, por exemplo, o elemento deixa o veículo mais leve – requerendo menos energia para se deslocar – e consumindo menos combustível.
Levantamento feito pelo antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPN) e divulgado pela Fapesp, aponta que as reservas brasileiras de nióbio somam 842,4 milhões de toneladas. A cidade de Araxá (MG) – cuja mina é explorada pela Companhia Mineradora de Pirocloro de Araxá (COMIPA), com beneficiamento da CBMM (antes conhecida como Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração)– concentra 75% do total, enquanto 21% estão em depósitos não-comerciais da Amazônia e 4% se localizam em Catalão (GO), em jazida explorada pela chinesa CMOC Internacional do Brasil, subsidiária da mineradora China Molybdenum.
Juntas, as duas minas brasileiras respondem por 82% do nióbio vendido no mundo, em torno de 120 mil toneladas por ano – sendo que a CBMM produz 90 mil toneladas e a CMOC, em torno de 9 mil toneladas.
CAPACIDADE
Nos últimos anos, a CBMM investiu cerca de R$ 3 bilhões na ampliação da capacidade produtiva da planta de Araxá, que fica a 360 km de Belo Horizonte (MG). Atualmente, a capacidade de produção é de 150 mil toneladas de produtos de nióbio por ano.
A empresa é a única a comercializar todos os produtos de nióbio – incluindo ferronióbio, óxidos de nióbio, nióbio metálico e ligas de grau vácuo. Há mais de seis décadas a empresa tem investido pesado em tecnologia e desenvolvimento de diversas aplicações para esses produtos, o que tem colocado o Brasil em posição de vanguarda no mercado global.
Segundo a CBMM, é importante destacar que o nióbio é um metal de transição e não um minério. O que é minerado é o pirocloro, matéria-prima que passa por diversas etapas químicas e metalúrgicas para ser transformada em nióbio. E quem opera na extração do pirocloro é a COMIPA, que vende o elemento com exclusividade para a CBMM, responsável pelo beneficiamento, industrialização e comercialização dos produtos.
Produtos são obtidos por meio de um processo que envolve mais de 15 etapas produtivas, incluindo diferentes processos de concentração, refino e metalurgia
A CBMM mantém um Programa de Tecnologia responsável pela inserção dos produtos em segmentos como infraestrutura, siderurgia, mobilidade, energia e aeronáutico, entre outros. A companhia investe, anualmente, de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões nesse programa.
Outro diferencial é a capacidade produtiva da companhia, atualmente de 150 mil toneladas/ano, número acima da demanda atual pelo metal, que em 2020 foi de 95 mil toneladas. A companhia conta com mais de 400 clientes em 50 países, além de uma ampla rede de subsidiárias e armazéns nos cinco continentes, o que permite uma distribuição mais rápida dos seus produtos, evitando rupturas no mercado.
PROCESSO
A exploração é feita a céu aberto por escavadeiras, sem uso de explosivos. O pirocloro possui o teor médio de 2,5% de óxido de nióbio, de modo que, para cada tonelada extraída da mina, são produzidos apenas 15 kg de ferronióbio – com cerca de dois terços de teor de nióbio e um terço de ferro.
O beneficiamento do nióbio é feito por meio de um processo que envolve mais de 15 etapas produtivas até se chegar os produtos, incluindo diferentes processos de concentração, refino e metalurgia. A primeira etapa do processo é concentrar esse minério para um teor de 50% a 55% de óxido de nióbio.
A partir desse concentrado, produzido com tecnologia própria, segue-se para as etapas de refino e produção do ferronióbio, incluindo desulfuração (redução do teor de enxofre e umidade), desfosforação (redução dos teores de fósforo e chumbo – que são depositados em células especiais) e produção de ferronióbio (por meio de redução aluminotérmica realizada em forno elétrico).
De acordo com a empresa, o desenvolvimento de novas tecnologias e aplicações, ou seja, a diversificação e ampliação do mercado mundial de produtos de nióbio, são os principais desafios da CBMM. “A CBMM teve contribuição significativa no desenvolvimento do mercado”, assegura a empresa. “Antes da sua fundação, no início dos anos 50, pouco se sabia sobre o nióbio e seus benefícios nos diferentes segmentos em que é aplicado atualmente.”
Por sua vez, o Programa de Tecnologia contribui para o crescimento e diversificação desse mercado. Além disso, parcerias estratégicas, firmadas com universidades, centros de pesquisa e empresas em todo o mundo, têm proporcionado um importante legado de pesquisas e inovação no segmento de materiais avançados a base de nióbio.
UTILIZAÇÃO
Atualmente, cerca de 90% das aplicações da CBMM com esse metal estão associadas à indústria siderúrgica. Nesse setor, os produtos de nióbio são utilizados para melhorar as propriedades do aço e suas ligas, adicionando resistência e tenacidade, por exemplo. Bastam alguns gramas de nióbio por tonelada de aço para que essas melhorias sejam alcançadas. O aço que leva nióbio é utilizado para produzir automóveis, pontes, navios, prédios, gasodutos, pipelines etc.
Capacidade de produção da CBMM é de 150 mil toneladas de produtos de nióbio por ano
Outras aplicações também podem ser destacadas, como ligas para turbinas de avião e supercondutores utilizados em equipamentos médicos. Chamadas de “aplicações especiais”, correspondem aos 10% restantes do volume de vendas da empresa.
Apesar dos usos tradicionais estarem associados à indústria siderúrgica, o Programa de Tecnologia da CBMM está cada vez mais diversificado, buscando oportunidades em outros segmentos de mercado que não sejam exclusivamente ligados ao segmento, como o eletroeletrônico (carregamento wireless), lentes de câmeras, aparelhos de ressonância magnética, baterias elétricas e aceleradores de partículas.
Segundo a empresa, a expectativa é que, até 2030, as aplicações do nióbio fora das aplicações tradicionais da siderurgia respondam por até 35% das vendas da companhia. “Com isso, o mercado poderá dispor de soluções cada vez mais inovadoras para cidades mais inteligentes e sustentáveis, da infraestrutura à eletrificação dos automóveis”, projeta a CBMM.
SEGURANÇA
Para minimizar a possibilidade de acidentes como os ocorridos nas cidades de Mariana e Brumadinho, a empresa também tem investido em boas práticas de engenharia e processos de melhoria contínua para a gestão de barragens, que sempre foram vistas como ativos. “Todas as barragens são monitoradas, inspecionadas e passam por manutenções rotineiras de forma a garantir que estejam seguras”, reforça a CBMM. “Como forma de melhoria contínua, investimos constantemente na adoção de novas tecnologias de monitoramento e inspeção, além de aprimorarmos nossos procedimentos e processos.”
Nos últimos anos, a empresa implantou automatização da leitura dos instrumentos de monitoramento das barragens e, em 2019, inaugurou o Centro de Monitoramento Integrado (CMI). Através desse centro, técnicos capacitados monitoram e inspecionam em tempo integral todas as barragens do Complexo Industrial em Araxá.
Cerca de 95% dos produtos da empresa são exportados para China, Coreia, Japão, Estados Unidos e países europeus. Os 5% restantes são destinados ao mercado interno. “A logística é fundamental para o atendimento eficiente aos clientes, destacando-se entre os vários diferenciais competitivos da CBMM”, valoriza a companhia, que possui três subsidiárias comerciais e mantém seus produtos em uma ampla rede de armazéns terceirizados, estrategicamente posicionados para atender seus clientes ao redor do mundo.
“Os depósitos mantêm estoques suficientes para o atendimento imediato à necessidade dos clientes, assegurando acesso a um fluxo ininterrupto de produtos de alta qualidade”, finaliza a empresa.
Saiba mais:
CBMM: https://cbmm.com/pt
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