O Brasil ainda tem de caminhar muito para melhorar suas rodovias. Para que se tenha uma ideia, no mais recente Relatório de Competitividade Global do World Economic Forum, o país aparece na 120ª posição em relação à qualidade das estradas, com condições piores que Botswana (59ª), Paquistão (72ª) e Mali (89ª), por exemplo. Mas tal debilidade, é bom que se diga, representa uma grande oportunidade para os players do setor de equipamentos. E não é para menos.
Lançadas em agosto de 2012, as concessões rodoviárias e ferroviárias trouxeram uma expectativa de evolução efetiva nesses setores estratégicos. Apesar de as obras – em sua maioria – ainda estarem apenas no papel, há tempos o Programa de Investimentos em Logística e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciou a destinação de R$ 133 bilhões, sendo que a maior parte (R$ 79 bi) deve ser aplicada até 2017.
Até por isso, para o MET (Ministério de Estado dos Transportes) as projeções continuam extremamente positivas, como relata Francisco Luiz Baptista Costa, diretor do Departamento de Planejamento e
O Brasil ainda tem de caminhar muito para melhorar suas rodovias. Para que se tenha uma ideia, no mais recente Relatório de Competitividade Global do World Economic Forum, o país aparece na 120ª posição em relação à qualidade das estradas, com condições piores que Botswana (59ª), Paquistão (72ª) e Mali (89ª), por exemplo. Mas tal debilidade, é bom que se diga, representa uma grande oportunidade para os players do setor de equipamentos. E não é para menos.
Lançadas em agosto de 2012, as concessões rodoviárias e ferroviárias trouxeram uma expectativa de evolução efetiva nesses setores estratégicos. Apesar de as obras – em sua maioria – ainda estarem apenas no papel, há tempos o Programa de Investimentos em Logística e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciou a destinação de R$ 133 bilhões, sendo que a maior parte (R$ 79 bi) deve ser aplicada até 2017.
Até por isso, para o MET (Ministério de Estado dos Transportes) as projeções continuam extremamente positivas, como relata Francisco Luiz Baptista Costa, diretor do Departamento de Planejamento e Avaliação da Política de Transportes do órgão: “Somente para 2014, o MET está com previsão de investimento cotada em R$ 14,4 bilhões”, diz ele. “Há um ano e meio, eram apenas 2,6 bilhões, sendo que os investimentos tentem a ser cada vez maiores para suprir a nossa carência geral, pois falta desde a retroescavadeira até o operador que irá atuar com ela.”
Se a projeção do governo de fato será cumprida, ainda não é possível afirmar. Porém, no que depender dos fabricantes de equipamentos, os resultados devem ser positivos, como mostram os mais recentes lançamentos de produtos específicos para o setor apresentados durante a Brazil Road Expo, realizada entre os dias 9 e 11 de abril em São Paulo (SP). Confira alguns destaques do evento.
ATLAS COPCO
Com a introdução de novos equipamentos, a Atlas Copco – que detém a marca Dynapac – reafirma sua aposta no mercado brasileiro de road building. De acordo com Luis Lemos, gerente dessa linha de negócios da multinacional sueca no Brasil, toda a linha Dynapac, conhecida no mercado pelas cores vermelho e branco, passa a ostentar as cores amarelo, preto e azul, matizes tradicionais da Atlas Copco. “Além dessa mudança, nossa grande novidade é a pavimentadora de asfalto F2500C, que introduz a nossa maior linha de equipamentos comercializados no mundo”, diz ele.
Segundo o gerente, o equipamento é indicado para uma faixa de produção de 600 t/h e possui mesa pavimentadora para extensão hidráulica de até 8 m. “Essa é uma máquina com vibração e tamper para pré-compactação e vem equipada com sensor ultrassônico de nivelamento, opção de mesa a gás e elétrica”, informa o executivo. Ainda importado, em breve o equipamento deve ser nacionalizado na fábrica de Sorocaba (SP), revela.
AMMANN
A perspectiva real de aquecimento no setor de obras rodoviárias também motiva a fabricante suíça Ammann, que prepara a produção nacional de seu rolo compactador de solos ASC 100. De acordo com a empresa, ainda neste ano a máquina começará a ser fabricada na unidade de Gravataí (RS), devendo ser disponibilizada via Finame no segundo semestre de 2014.
O equipamento tem peso operacional de 10 t e largura de trabalho de 2 m, que é a configuração mais utilizada na compactação de solos, segundo Manoel Romero Junior, diretor comercial da Ammann. Para ele, o equipamento é diferenciado por não incluir entre-eixos na colocação do motor, reduzindo o centro de gravidade para melhorar a compactação. Além disso, o rolo compactador possui tanque de combustível de 410 l e tração hidrostática de rolos e cilindro, garantindo melhor tração em terrenos difíceis.
XCMG
Também demonstrando otimismo, a XCMG amplia a linha de produtos no Brasil ao apresentar a recicladora XLZ 250, equipamento multifuncional de manutenção de estradas. Lançado oficialmente em novembro de 2013, o modelo também faz o trabalho de mistura do nível básico para reaplicação. “Após molhar e quebrar o asfalto, o equipamento recicla e adiciona pó de cimento para dar liga e repor as pedras sobre a base, deixando o material pronto para a compactação por rolos”, explica José Fernando Barbosa, consultor de negócios da RRX Máquinas, revendedora da XCMG em Minas Gerais.
Barbosa afirma que esse tipo de tecnologia tem caído rapidamente no gosto dos construtores rodoviários. “Como diferencial, a recicladora é apresentada em versão simples, sem muita eletrônica embarcada, o que reduz o custo de aquisição e operação, sem abdicar da produtividade”, diz ele.
BOMAG
Empresa do grupo Fayat, a Bomag Marini traz duas novidades ao mercado de roadbuilding nacional. A primeira é a produção local do rolo compactador vibratório de solos BW212, cuja comercialização deve iniciar em junho deste ano. O equipamento monocilíndrico de 12 t possui motor Tier III e amplitude de 2 mm para o kit pé-de-carneiro. Essa configuração possibilita impactos dinâmicos 15% superiores, garante a empresa.
A outra novidade da empresa é vibroacabadora de asfalto VDA 600 3G. Com o objetivo de melhorar o acabamento superficial, o equipamento possui placa alisadora central e única, além de avanços na eficiência de combustível e emissão de ruídos, que foi reduzida em 10% em relação à série anterior.
VÖGELE
A nova série de pavimentadoras de asfalto da Vögele – comercializada no Brasil pela Ciber – inclui três modelos de esteira e dois de pneus. Segundo Jandrei Goldschmidt, gerente de marketing da Ciber, as máquinas dessa linha têm largura máxima de 10 m e capacidade de pavimentação de 700 t/h.
Dentre as novas tecnologias embarcadas estão o ErgoPlus – Geração 3, novo comando de controle com painel eletrônico para facilitar a operação, o sistema Autoset Plus, que salva e permite reutilizar parâmetros de trabalho, bem como o EcoPlus, que propícia menor consumo de combustível e níveis mais baixos de ruídos. O equipamento também traz roletes de encosto flexíveis “PaveDock”, para absorver melhor o impacto dos caminhões que alimentam o equipamento.
CATERPILLAR
No extenso rol de equipamentos para obras viárias da Caterpillar – comercializados pela Sotreq em diversas regiões do país – está o rolo compactador vibratório de solos CP54B. Integrado ao sistema EcoMode, que reduz o consumo de combustível, o equipamento possui sistema inteligente para calcular e gerenciar o nível de compactação. Para compactação de asfalto, outro destaque é o modelo compacto CB22, com peso operacional de 2,5 t.
De acordo com Paulo Roese, gerente nacional da Caterpillar, a gama de equipamentos oferecidos para o setor é resultado de um mercado promissor, que hoje representa em torno de 20% dos negócios da empresa na América Latina. “Nos próximos três anos, teremos crescimento com a retomada dos projetos de infraestrutura e, com isso, esperamos um aumento de 25% nos negócios durante esse período”, diz ele.
SANY
A fabricante chinesa também aproveita o bom momento do mercado para reforçar a linha de equipamentos para obras rodoviárias. A empresa destaca a escavadeira SY215, seu carro-chefe no Brasil. Com 21 t, o equipamento possui 0,93 m³ de caçamba. Já para trabalhar em conjunto na nivelação e preparação do solo, a fabricante mostra a motoniveladora SHG 190C, com transmissão totalmente automática, acoplada a um sistema que reduz em até 15% o consumo de combustível.
Na linha de compactadores, o modelo SPR 260 de 26 t possui sistema de pulverização de água e óleo para melhorar a adesão dos seus nove pneus ao asfalto. Outras opções para construção de estradas incluem o rolo compactador vibratório SSR 120, com sistema eletrônico para diagnóstico e registro de operação, assim como o rolo de duplo cilindro YZC 100E, com controle de direção elétrico-hidrostática.
COPEX
A Copex apresentou o modelo Fiori DB 460 CBV, uma autobetoneira autocarregável equipada com balão com 4 m³ de capacidade e autonomia para produzir até 16 m³ por hora. De acordo com Eduardo Lautenschlaeger, assessor técnico da Copex, a máquina conta com sistema eletrônico de gerenciamento de produção e pesagem de materiais e aditivos, além de realizar correções automáticas na dosagem da água, de acordo com a umidade da área.
A empresa também exibiu produtos para pavimentação com concreto das empresas Euromecc e Gomaco, que trouxe suas tecnologias para preparação da sub-base até a aplicação do pavimento. “Estamos tentando mostrar ao mercado brasileiro que temos equipamentos para necessidades específicas que valem o investimento”, afirma Lautenschlaeger.
MAXTER
A Maxter Máquinas apresentou novidades das diversas marcas que representa no país. A Wacker Neuson, por exemplo, trouxe ao Brasil escavadeiras compactas com capacidade entre 1.000 a 2.000 kg. A esteira de borracha dessas máquinas abre e fecha em passagens estreitas e o chassi VDS (com sistema de inclinação) permite nivelação para trabalhar em terrenos com aclives e declives, graças ao pistão acionado hidraulicamente.
Da marca M&B Crusher, o lançamento ficou por conta das caçambas trituradoras M&B C50, que podem ser acopladas a retroescavadeiras e miniescavadeiras de 5 a 8 ton, e a caçamba-peneira S10, indicada para máquinas do mesmo porte. Já a AllWork levou rompedores hidráulicos nos modelos B179, B390 E B3390, além da empilhadeira elétrica AW15-PSE.
ROMANELLI
A empresa exibiu diversos lançamentos, como a usina de base móvel UBR 100, com capacidade de produzir de 80 a 100 t/h, e os rolos compactadores MRR 1300 (com dois tipos de motorização) e MDR 20 (com controle eletrônico), ambos destinados a trabalhos de pavimentação com asfalto borracha. Outro lançamento de destaque, conforme explica o gerente de comércio exterior da empresa, Thiago Sebber Romanelli, é o distribuidor de cimento DCR 15, que tem capacidade de produção de 15 a 20 m³ e garante maior controle e distribuição homogênea de cimento.
Feira reúne mais de 11 mil profissionais
Realizada em São Paulo entre os dias 9 e 11 de abril, a 4ª edição da Brazil Road Expo contou com 250 marcas e atraiu 11.042 profissionais. De acordo com levantamento feito junto a empresas expositores, a perspectiva de geração de negócios durante a feira é de pelo menos R$ 600 milhões.
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